sábado, 24 de janeiro de 2009

Relações entre Argentina e Brasil


As relações entre Argentina e Brasil passaram por altos e baixos no último século e na opinião de muitos analistas os dois países estão mais próximos de seu ponto de equilíbrio e formam hoje uma parceria necessária para ambos.

"Como diz (uma letra de) um tango, a Argentina tem de superar a lembrança de ter sido e a dor de já não ser", afirma o presidente da consultora Abeceb, Dante Sica, que diz que está na hora de a classe politica e a sociedade argentina aceitarem que existe um novo líder na região, que é o Brasil.

Porém, nem todos vêem o Brasil como líder, entre eles o ex-ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna.

"É o país com maior peso do ponto-de-vista econômico e populacional, mas não vejo uma liderança natural. Acho que o Brasil entendeu há muitos anos que ele precisa da Argentina em sua relação com a América Latina", disse o ex-ministro.

Se no início do século passado a Argentina era considerada o país mais importante da América do Sul, atualmente é o Brasil que se destaca.

Um dos sinais da força da economia brasileira é a instalação de dezenas de empresas brasileiras na Argentina nos últimos 12 anos por meio de fusões, aquisições ou instalações próprias. Muitas entraram em setores importantes e simbólicos da economia argentina, como o energético e o de construção civil.
Olhar do Povo
Apesar de se falar muito da rivalidade entre os dois povos, quando se conversa com os argentinos nas ruas de Buenos Aires a rivalidade realmente só aparece quando o assunto é futebol.

Pelé ou Maradona? Maradona ou Pelé? Existe um pouco de rivalidade no futebol. Apesar de ser mulher, sou louca por futebol, então sinto esta rivalidade.
Rosana Valderama, arquiteta

Todos os argentinos entrevistados pela BBC Brasil nas ruas da capital portenha elogiaram o país vizinho e seu povo, apesar de expressarem uma visão bastante limitada do Brasil, baseada no estereótipo de festa, praias e mulheres bonitas.

Porém, quando se fala em futebol, o carinho pelo Brasil desaparece.

(Os brasileiros) são muito alegres, quentes, hospitaleiros. Me dá tristeza evidentemente a pobreza que existe, que dói a qualquer um.
Célia Felguera, dona-de-casa

"Há rivalidade, mas é saudável. Eles (os brasileiros) não querem que ganhemos e nós não queremos que eles ganhem. Mas faz parte do folclore do futebol", afirma o vendedor Ignácio Contreras.

Assim como a maioria dos entrevistados, o saxofonista Xavier Tebelle não titubeou ao responder quem são os melhores: "A Argentina! Depois o Brasil?"

As relações econômicas

Números
• População: 39 milhões
• PIB: US$ 608 bilhões
• Quanto o Brasil exporta para o país: US$ 14 bilhões
• Quanto o Brasil importa do país: US$ 10 bilhões
• Saldo comercial com Brasil: US$ -4 bilhões

Em 1910, a Argentina era um dos países mais ricos do mundo e seu Produto Interno Bruto (PIB) era o dobro do Brasil. Hoje, o PIB do Brasil é pelo menos três vezes maior do que o da Argentina.

A mudança de importância das duas maiores economias da América do Sul é verificada também na balança comercial entre os dois países: em 2007, o Brasil registrou o quinto ano consecutivo de superávit, com um saldo positivo de cerca de US$ 4 bilhões.

A presença brasileira na Argentina não se restringe às exportações. Dezenas de empresas do Brasil se instalaram no país vizinho por meio de fusões, aquisições ou instalações próprias.

Se no passado a enxurrada de produtos brasileiros gerou tensões entre os dois países, hoje ela não gera mais muitos problemas. A entrada na Argentina de alguns bens, como automóveis, respeita regras específicas para não prejudicar o mercado argentino e a aceitação de produtos brasileiros pela a população é maior.
BBC BRASIL

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