sábado, 10 de janeiro de 2009

TREMORES, TERREMOTOS E AS PLACAS TECTÔNICAS


Viver sobre a superfície terrestre geralmente nos dá a sensação de segurança e estabilidade, já que para muitos a crosta é vista como um grande objeto imutável. Essa opinião não é compartilhada pelos geólogos. Segundo eles, a Terra surgiu há 4,5 ou 5 bilhões de anos e já passou por diversas transformações, variando em intensidade, magnitude e regularidade. Uma das evidências mais contundentes do dinamismo interno do planeta são os movimentos realizados pelas placas tectônicas, as enormes superfícies rochosas que deslizam sobre o material quente e pastoso existente nas camadas intermediárias da Terra.

Por meio de vários estudos técnicos, acredita-se que muitas das porções terrestres que hoje conhecemos faziam parte de um enorme continente denominado Pangeia. Essa macrossuperfície sofreu intensa alteração em função dos diversos agentes fisico-químicos existentes no interior do planeta. Ao reagirem diretamente na camada mais externa, geraram a fragmentação do continente único em diversas porções, que a partir de então migraram. Ao longo do tempo geológico, essa migração e o contato com outras placas tectônicas originaram as grandes cadeias montanhosas, como o Himalaia, os Andes, as Rochosas e os Alpes. O movimento também é responsável pela atual configuração dos continentes, porém, como estão em constante mutação, pode-se dizer que a disposição deles hoje não será a mesma daqui a alguns milhões de anos.

Em certos casos, os movimentos da crosta terrestre são praticamente imperceptíveis. A cada ano, a América do Sul fica alguns centímetros mais distante da África, apesar de não sentirmos o deslocamento. A constatação desse fenômeno só é possível por causa de aparelhos especiais que registram a oscilação. Em algumas situações, os movimentos são abruptos, principalmente nos limites das placas tectônicas, causando conseqüências diversas. Dentre elas destacam-se os abalos sísmicos e os terremotos (vibrações terrestres de pequena e grande magnitude, respectivamente), além da presença de vulcões ativos .

Para o ser humano, esses fenômenos são verdadeiras catástrofes, porém os geólogos acreditam que a atividade sísmica decorrente do movimento das placas tectônicas é um fenômeno construtivo: é por esse meio que surgem novas rochas e diferentes formas na crosta. Pode parecer um absurdo, mas para muitos estudiosos do assunto não são os terremotos que causam a morte dos habitantes da área atingida, mas as edificações construídas em áreas de instabilidade tectônica. Recentemente, no mês de setembro, ocorreram fortes tremores em algumas províncias da Argentina, Chile e Peru, causando certo temor nos moradores. O mesmo ocorreu com o Japão no mês de outubro.

Um dos poucos lugares do mundo em que podemos visualizar o limite entre duas placas tectônicas é a costa oeste dos Estados Unidos. Ali está a Falha de San Andrés. Nessa região, há o encontro entre as placas Norte-Americana e a do Pacífico, colocando em risco toda a Califórnia.

Para os geólogos, os limites entre as placas são os lugares mais propensos à ocorrência desses fenômenos, porém todos os espaços da superfície terrestre estão sujeitos a algum tipo de movimento tectônico, mesmo aqueles considerados seguros e estáveis, como é o caso do Brasil. Assim sendo, não existe um lugar inteiramente imune às forças provenientes do interior do nosso planeta.
Revista Discutindo Geografia - ed. 3

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