domingo, 25 de janeiro de 2009

Relações entre o Brasil e a Bolívia

Bolívia e Brasil têm uma relação marcada pela interdependência na área energética. O Brasil é o maior parceiro da Bolívia e o maior comprador do gás boliviano, indispensável para o abastecimento de lares e indústrias. A Bolívia, por sua vez, tem nos brasileiros não apenas grandes consumidores mas, principalmente, investidores.

Logo após a nacionalização dos hidrocarbonetos promovida pelo presidente Evo Morales em 2006, essa relação bilateral sofreu um golpe. A Petrobras foi severamente atingida por essas medidas, adotadas com grande respaldo da população.

Muitas medidas do governo de Morales, eleito com a promessa de dar mais voz às parcelas excluídas da população boliviana, como os indígenas, não apenas provocaram tensões com parceiros externos, mas também exacerbaram divisões já existentes dentro da Bolívia. Os departamentos orientais do país, reduto da oposição, passaram a exigir mais autonomia e uma parcela maior da receita gerada pela venda do gás.

Um projeto de reforma da Constituição, aprovado em meio a muita polêmica e sem a presença da oposição, aumentou ainda mais a crise política interna.

No final do ano passado, porém, uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia deixou claro o apoio do Brasil ao governo boliviano - considerado de grande importância nesse momento de divisão interna. O gesto também demonstrou a intenção do Brasil de deixar as diferenças para trás e voltar a investir na Bolívia e apostar em uma parceria que é essencial para ambos.

O olhar do Povo
Quando se pergunta a um boliviano que imagem ele tem do Brasil, as características mais citadas são as 'lindas praias', a 'boa música' e, principalmente, a 'amabilidade do povo brasileiro'. Muitos citam o progresso e o desenvolvimento do vizinho como um exemplo a ser seguido.

É um lindo país, onde realmente há muito avanço, que gostaríamos de imitar e fazer o mesmo.
Reynaldo Luna, auditor


A presença da Petrobras no país, que passou a ocupar a atenção dos bolivianos depois da nacionalização dos recursos naturais, promovida pelo governo em 2006 com enorme apoio da população, é vista com simpatia pela maioria.

A Bolívia está um pouco triste, porque se sabe muito bem que o Brasil e a federação de futebol brasileiro não apóiam (os jogos na) altura.
Joel Aguilar Pantoja, estudante de Comunicação Social

Atualmente, no entanto, há um tema de tensão que nada tem a ver com as relações econômicas, e sim com uma paixão compartihada pelos dois povos: o futebol. Os bolivianos acham que o Brasil deveria apoiar a Bolívia contra a decisão da Fifa de proibir partidas internacionais em altitudes elevadas.

As relações econômicas

Números
• População: 9 milhões
• PIB: US$ 27 bilhões
• Quanto o Brasil exporta para o país: US$ 850 milhões
• Quanto o Brasil importa do país: US$ 1,6 bilhões
• Saldo comercial com Brasil: US$ 750 milhões

Nos últimos dez anos, o gás provocou uma reviravolta nas relações econômicas entre a Bolívia e o Brasil e garantiu aos bolivianos um saldo positivo na balança comercial entre os dois países.

Segundo analistas econômicos, quase metade do crescimento da Bolívia nos últimos cinco anos se deve à exportação de gás natural para o Brasil, que também garantiu um superávit nas finanças públicas do país andino.

No entanto, essa extrema dependência de um único produto causa certo desconforto entre os bolivianos. Eles gostariam de diversificar essa relação que, acreditam, ainda tem muito espaço para se desenvolver e estreitar os laços econômicos entre os dois países.
BBC BRASIL

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