segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

As principais doenças causadas pelo ar


 Provocadas pela proliferação de fungos no ar, essas doenças têm se agravado devido à poluição.

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As doenças respiratórias podem atingir as pessoas através da poeira, pelos de animais, fumaça, odores e perfumes que atuam como agentes alérgicos. Além disso, a poluição do ar também contribui para a causa dessas doenças, ao passo que prolifera partículas e fungos tóxicos. Dentre as doenças respiratórias algumas delas são:

Sarampo – Provocado pelo vírus Morbili virus, o seu contágio é por meio de saliva ou secreções respiratórias das pessoas. Os sintomas são manchas avermelhadas pelo corpo, febre, tosse, mal estar, conjuntivite, perda de apetite e coriza. Para recuperação, é necessário repouso, alimentação leve e muito líquido.

Bronquite Asmática – Também chamada de Bronquite Alérgica, é dada por conta da inflamação dos brônquios, ramificações do pulmão onde o ar passa. Causada por alergias, pode ser curada quando o agente alérgico for identificado e o medicamento agir no pulmão para desinflamar a região acometida, facilitando a passagem do ar. Seus sintomas são: dificuldade para respirar, tosse com catarro, boca e ponta dos dedos arroxeados.

Asma – Causa inchaço e estreitamento das vias do pulmão havendo dificuldade respiratória, falta de ar, aperto no peito e tosse. Para as pessoas que têm asma, a poluição é um agravante; e para quem não tem, a exposição excessiva às áreas poluídas pode desencadear a doença.
Foto: Depositphotos

Câncer de pulmão – Pessoas que cresceram em áreas de grande poluição estão mais propensas a desenvolver esse tipo de doença. O acúmulo de partículas pode dar origem a um broto canceroso, o início da doença no corpo do paciente. É comprovado que a poluição aumenta e risco de câncer, tanto quanto o fumo passível.

Em todos os casos é fundamental a procura de um médico para um diagnóstico correto. Além disso, a automedicação é arriscada, visto que para cada doença existe uma medicação específica e controlada por receita médica.
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Conheça o rio Amarelo na China


Saiba mais sobre este rio que, além de ser o sexto maior rio do planeta em extensão, viu nascer e prosperar em suas margens a civilização chinesa 16 de janeiro de 2014


Importantes civilizações humanas surgiram e se desenvolveram pelas margens de grandes rios. O rio Amarelo (Huang Ho, em chinês), localizado no norte da China, faz parte deste seleto grupo. Considerado o berço da civilização chinesa, o Amarelo viu prosperar em suas margens férteis um povo que se desenvolveria e sobreviveria ao longo de milênios.

Medindo aproximados 5.500 quilômetros, o rio Amarelo é o segundo mais longo da China e o sexto mais extenso do mundo. Sua bacia hidrográfica conta com um total de 72 mil km². Além das terras, tão importantes para a manutenção dos primeiros habitantes da região, o rio Amarelo também deu vida a áreas de pastos e ofereceu importantes jazidas minerais aos desbravadores locais.

O nome deste rio mítico para os chineses não vem de uma simples licença poética. Sua composição geológica é rica em uma série de minérios, sobretudo o iodo, que efetivamente produz uma água de aspecto amarelado e extremamente lamacento

Uma das principais características do Amarelo é a forma como tem seu curso modificado ao longo do tempo, inundando planícies inteiras. Não por acaso, um dos apelidos dados ao rio é Caprichoso, já que suas águas parecem simplesmente mudar de vontade repentinamente. Por conta deste movimento, um dos mais importantes desafios ao longo de mais de 5 mil anos de ocupação humana às margens do Amarelo foi, justamente, a construção de barragens capazes de conter as tempestuosas atividades do rio.

Atualmente a preocupação em relação ao rio Amarelo é distinta, mas não deixa de ser negativa. Estima-se que pelo menos 4 mil indústrias, sobretudo petroquímicas, lancem seus dejetos no rio, tornando-o um dos mais poluídos da China. Enchentes e secas severas também têm marcado pontos específicos do Amarelo. Apesar de tantos flagelos este continua sendo, para os chineses, o mais querido e emblemático dos rios.

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O declínio dos lençóis freáticos na China poderá elevar os preços dos alimentos no mundo



Análise de um texto de Lester Brown (World Watch Institute): http://www.wwiuma.org.br/

“O declínio dos lençóis freáticos na China poderá elevar os preços dos alimentos no mundo”.


Hidrologicamente, existem duas Chinas, a úmida no Sul (700 milhões de habitantes) e a seca no Norte (550 milhões de habitantes). O Sul possui um terço da área agrícola e quatro quintos de sua água. O norte possui dois terços da área agrícola e um quinto da água. A água por hectare de terra agrícola no norte é um oitavo da água do sul.

A região norte está secando pois nela a demanda hídrica ultrapassa a oferta. Os lençóis caem, os poços ficam secos, os cursos d'água se exaurem e os rios e os lagos desaparecem. Na região que se estende do norte de Xangai até o norte de Beijing e que produz 40 % dos grãos, o lençol freático cai 1,5 m/ano (em Beijing está a –59 metros!).

Os agricultores do norte enfrentam perdas de água de irrigação tanto pela exaustão dos aqüíferos quanto pelo desvio da água para cidades e indústrias. De hoje a 2010, a população da China crescerá em 126 milhões que demandarão 30 bilhões de metros cúbicos. A demanda industrial, entretanto, está projetada para tomar 127 bilhões de metros cúbicos dessa água!.

Tudo que acontece com a água de irrigação afeta diretamente as perspectivas agrícolas da China. Enquanto menos de 15% da produção americana de grãos provém de terras irrigadas, na China isto chega a 62 %. Na região norte, essa demanda poderia ser atendida desviando 70% da água. Na disputa pela água entre cidades, indústrias e agricultura, a análise econômica não favorece a agricultura. Na China, mil toneladas de água produzem uma tonelada de trigo, que vale US$ 200. A mesma quantidade de água usada na indústria gera produtos com valor de US$ 14.000 (70 vezes mais). Num país que busca desesperadamente o crescimento econômico, o ganho no desvio da água da agricultura para a indústria é óbvio. Restará a agricultura usar apenas a água da chuva produzindo menos biomassa por hectare anualmente.

O Rio Amarelo após fluir ininterruptamente por milhares de anos, em 1972 deixou de chegar ao mar por 15 dias. Desde 1997, ele chega de forma interrupta à Província de Shandong, a última que atravessa no seu percurso rumo ao mar e que é a mais importante região agrícola do país. Ela produz um quinto do milho e um sétimo do trigo chinês. Metade da água de irrigação vinha do Rio Amarelo, e metade de um aqüífero (fóssil) que cai 1,5 metro por ano!

Enquanto mais é desviada a montante, menos resta a jusante. Beijing está permitindo que as províncias assoladas pela pobreza rio acima desviem água para seu desenvolvimento em detrimento da agricultura nas partes baixas da bacia. Entre centenas de projetos para desviar água do Rio Amarelo, há na cabeceira um canal que leva água para Hohhot, a capital da Mongólia Central, a desde 2003 para atender às necessidades urbanas crescentes e a importante indústria da lã, suprida pelo imenso rebanho ovino da região. Outro canal desviará água para Taiyuan, capital da província de Xangai, uma cidade de 4 milhões de habitantes que hoje é forçada a racionar água.




A pressão crescente sobre o Rio Amarelo significa que um dia ele não mais chegará à Shandong privando-a de metade da sua água de irrigação.

A perspectiva de uma importação maciça de grãos e uma crescente dependência do grão norte-americano, causa grande inquietação aos líderes políticos. Porém trata-se apenas de uma de suas preocupações, pois a economia do país se expande a uma taxa anual de 7%, a população cresce 12 milhões de pessoas por ano e a população se acostumou a comer carne e ovos de animais alimentados com rações, o consumo de grãos tende a crescer. A queda na produção de grãos nas regiões produtoras devido a escassez de água, transformará a China no principal importador mundial de grãos, ultrapassando o Japão.

Poderia promover-se um uso mais racional por meio da elevação do preço da água. Esta opção é considerada de grande risco político pois a reação pública contraria seria enorme. Situação atual: (a) o país abandonou sua política de auto-suficiência em grãos; os líderes políticos deixaram cair o preço dos grãos aos níveis do mercado internacional; (b) o governo anunciou que na competição pela água, as cidades e as indústrias têm prioridade.

A escassez da água leva a vários países a importar grãos (Índia, Paquistão, Irã, Egito, México, etc), porém, apenas a China (1,3 bilhões de habitantes), com uma economia em crescimento e um superávit comercial de US$ 40 bilhões com os Estados Unidos, tem o potencial de perturbar os mercados mundiais de grãos.

Em resumo, a queda dos lençóis freáticos na China poderá significar, entre outras coisas, no curto prazo, a elevação mundial dos preços dos alimentos. 
 http://www.unicamp.br/fea/ortega/ecologia/desafio-15.htm
 Unicamp

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Suécia só se trabalha 6 horas por dia e mesmo assim se produz mais


É verdade que na Suécia só se trabalha 6 horas por dia e mesmo assim se produz mais?

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Jornada de 6 horas institucionalizada? Não é bem assim...

"A Suécia vai introduzir oficialmente a jornada de trabalho de seis horas."

Foi o que afirmou um vídeo visto recentemente pelo correspondente da BBC em Estocolmo, Keith Moore.

O material já foi visto cerca de 40 milhões de vezes no Facebook e explica ainda que os trabalhadores do país vão continuar recebendo o mesmo salário, uma vez que os especialistas descobriram que as pessoas produzem em seis horas o mesmo que produziriam em oito.

A notícia foi divulgada em vários países e, como Moore mora na Suécia, ficou entusiasmado. Mas também se surpreendeu com o fato de que não tinha sido avisado da diminuição de sua jornada de trabalho.

"Vou morar na Suécia!!", comentou Sandra Andersson no Facebook. "Mas, espera... eu já moro na Suécia. Não há jornada de trabalho de seis horas no meu emprego, mas de nove e dez horas na maior parte do tempo. Mas me dão café grátis para que eu não durma depois de trabalhar seis horas", acrescentou.

"Ou é uma piada ou meu chefe é um comediante, pois sou sueco e definitivamente não estou trabalhando nem vou trabalhar apenas seis horas por dia", afirmou Eric Bergman.

Ou seja: a verdade é a coisa não é bem assim na vida real.
Desilusão e experiência

O correspondente da BBC entrevistou Kerstin Ahlberg, do Departamento de Direito do Trabalho da Universidade de Estocolmo, para o programa "More or Less", da BBC. 
 
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 Não, nem na Suécia os trabalhadores, em geral, têm o direito de voltar para casa mais ceco.

"Há experiências, mas não há uma tendência geral para a jornada de trabalho de seis horas", explicou a especialista.

"O que a lei diz na Suécia é que o tempo de trabalho não deve ultrapassar 40 horas semanais, a não ser que sejam necessárias horas extras e, neste caso, o limite é de 48 horas semanais", acrescentou.

Uma das experiências citadas por Ahlberg está acontecendo em um lar para idosos na cidade de Gotemburgo, onde os patrões estão observando se há uma melhora no cuidado com os moradores e nas condições de trabalho para os funcionários.

Os administradores reduziram as horas de 80 enfermeiras assistentes - desde fevereiro elas trabalham seis horas por dia recebendo o mesmo salário.

O grupo de controle, para comparação, é formado por enfermeiras de outro lar para idosos que fazem os turnos normais.

Os resultados preliminares da experiência mostram que parece existir uma diferença a favor das enfermeiras que trabalham menos horas.

As que trabalharam menos horas passaram mais tempo com os idosos, levando-os para caminhadas, jogando com eles, lendo para eles com mais frequência do que as enfermeiras do outro asilo.

Além disso, as enfermeiras que trabalham seis horas afirmaram que se sentem mais saudáveis, mais atentas e calmas.

Esses dados são bons, mas não muito precisos. Para uma comparação mais clara, há a média de número de faltas por problemas de saúde: 15 dias entre as trabalham menos, e 31 dias entre as que tinham jornadas de oito horas diárias. 
 
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Experiência em um lar para idosos deu certo Gastos

A julgar por essa experiência, a diminuição da jornada de trabalho foi boa tanto para as enfermeiras como para os idosos.

O resultado é que todos estão mais felizes e mais bem cuidados durante seis horas. Mas o que acontece depois? As enfermeiras não podem simplesmente ir embora e deixar os idosos sozinhos.

A resposta é contratar mais enfermeiras. E isso resulta em mais gastos seja para o dono, no caso de um negócio particular, ou para o governo, caso seja um serviço público.

O aumento nos gastos foi a razão de a experiência quase ter sido encerrada. Outra iniciativa parecida em Kiruna, no norte do país, foi cancelada depois de 17 anos.

Mas apesar das desistências, há empresas que já implementam a jornada de seis horas, como foi o caso de algumas no setor de tecnologia e até um centro de serviço da Toyota em Gotemburgo, onde isso teve início há 13 anos.

Ao observar que os clientes estavam insatisfeitos com as longas esperas e que os mecânicos estavam estressados e cometendo erros, o diretor-geral na época, Martin Banck, mudou o turno de 7h às 16h para duas jornadas - das 6h às 12h e das 12h às 18h -, com o mesmo salário e menos tempo de descanso. 
 
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 Vários estudos mostraram que trabalhar menos não reduz a produtividade

Mas existe um detalhe crucial: e os lugares que precisam de pessoas trabalhando 24 horas por dia?

Todos ficaram felizes, os lucros aumentaram em 25% e a mudança foi implementada de forma permanente.
Experiências

E a ideia da jornada mais curta não é nova.

"Aconteceram várias experiências no século 19 com um número diferente de horas de jornada de trabalho, e depois os efeitos foram examinados", contou John Pencavel, professor emérito de Economia da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

"Houve um exemplo famoso na década de 1890, quando o dono de uma fundição de ferro em Manchester e o sindicato local fizeram um acordo para reduzir as horas de trabalho de 54 horas por semana para 48 horas. O efeito na produção foi pouco e, depois de tentar durante um ano, os dois lados concordaram que a mudança deveria ser permanente."

Esse sucesso convenceu o governo daquela época a reduzir as horas de outra fábrica, desta vez em Londres. E na Alemanha fizeram o mesmo em uma das grandes indústrias óticas do país.

Mas muitos patrões continuaram com a jornada mais longa, por medo de uma queda na produção.

O resultado foi que, no fim do século 19, muitos trabalhadores ainda estavam cumprindo a jornada de 54 horas semanais.
 
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Algumas empresas já praticam a jornada mais curta
O efeito guerra

A grande mudança chegou com a Primeira Guerra Mundial, com pesquisas feitas em fábricas de munições.

"A maioria dos trabalhadores era mulher e algumas tinham que encher as bombas com explosivos. O explosivo afetava o fígado das trabalhadoras, que ficavam com as mãos e o cabelo amarelados. Em alguns casos, esse trabalho levava à morte", explicou Pencavel.

"Desde o começo da guerra, a semana de trabalho tinha sido estendida a 70, 80 e 90 horas por semana. E havia alguns que se perguntavam se isso era realmente conveniente."

O governo britânico estava tão preocupado que formou uma comissão de médicos e acadêmicos para investigar. Parte do estudo se concentrou nas horas de trabalho e no nível de produção e, diferente do estudo do século 19, essas pesquisas eram feitas com o rigor científico necessário.

O pesquisador principal era Horace Vernon, acadêmico da Universidade de Oxford que havia trabalhado em uma fábrica de munições. 
 
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Trabalho das mulheres nas fábricas de munições não era apenas longo, mas também perigoso

"Ele descobriu que a produção não era maior durante as semanas mais longas. Por isso concluiu que reduzir as horas tinha pouco ou até nenhum efeito negativo na produção", lembrou o economista.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a tendência era a redução nas horas de trabalho. Assim, as pesquisas sobre a relação entre o tamanho das jornadas e a produção caíram no esquecimento.
Saúde

Mais recentemente, os estudos deixaram de lado a quantidade produzida e se concentraram mais na relação entre horas de trabalho e saúde.

"Trabalhar por muitas horas já foi associado com declínio cognitivo e doenças cardiovasculares", lembra Pencavel.

No entanto, esses estudos se concentraram em pessoas que trabalham cerca de 50 horas por semana. 
 
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Relação entre horas de trabalho e saúde é mais importante hoje

Com isso, a pergunta também passa a ser: reduzir a semana de trabalho para 30 horas não seria demais?

"Me surpreenderia encontrar alguma organização que não se beneficie com a jornada de trabalho de seis horas, mas imagino que para algumas não seria apropriado. Cada uma deve tentar o que é melhor para ela", opinou o economista.
BBC Brasil

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A estratégia do século 18 que Porto Rico quer adotar para se tornar o 51º Estado dos EUA


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Novo governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló prometeu levar adiante plano de transformar território em 51º Estado americano

O paradisíaco arquipélago de Porto Rico, no Caribe, é um território dos EUA desde 1898, mas nunca foi integrado ao país.

Mas agora o novo governador porto-riquenho, Ricardo Rosselló, quer mudar essa realidade: seu objetivo é transformar Porto Rico no 51º Estado americano.

Ele acredita que o caminho para fazer o plano dar certo é seguir o chamado Plano Tennessee - uma estratégia de pressão empregada pelo Estado de mesmo nome no fim do século 18 para conseguir ser incorporado aos EUA, em meio à desconfiança de Washington.

A tática inclui nomear representantes que vão defender no Congresso americano a aspiração de Porto Rico de integrar-se definitivamente ao país.

Além disso, eventualmente passa pela realização de um plebiscito no qual os porto-riquenhos decidiriam de uma vez por todas se querem se tornar parte da superpotência mundial.

Em 2012, o território realizou consulta semelhante. Naquele ano, 54% dos eleitores afirmaram não concordar com o atual status de Porto Rico.

Após o resultado das urnas, a Assembleia Legislativa do território promulgou uma resolução solicitando ao presidente e ao Congresso dos Estados Unidos a incorporação integral ao país.

Mas a iniciativa não obteve êxito.
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Rosselló quer seguir o chamado Plano Tennessee, adotado pelo Estado de mesmo nome no fim do século 18
Status atual

Porto Rico é um território americano, mas não usufrui das vantagens e do status que os 50 Estados do país têm.

Em seu discurso de posse na capital San Juan, Rosselló descreveu o atual status de Porto Rico como "colonial" e "descabido".


Alguns inclusive acreditam que situação legal do território explica sua crise econômica, a pior em décadas.

Isso porque Porto Rico não tem acesso à ajuda federal disponibilizada aos demais Estados.

Muitos acreditam, assim, que a solução para contornar a crise seria integrar o território plenamente aos EUA. 
 
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Porto Rico está enfrentando grave crise econômica

Mas não parece existir um consenso em Washington a respeito do tema.

Há fatores políticos por trás disso: integrantes do Partido Republicano acreditam que incorporar Porto Rico aos EUA beneficiaria o rival, o Partido Democrata.

Hoje, os porto-riquenhos que vivem na ilha não podem votar - mas aqueles domiciliados nos Estados americanos costumam votar em candidatos democratas.

Caso se tornasse um Estado, o território automaticamente teria direito a dois senadores, o que poderia provocar um desequilíbrio de forças políticas.
Plano Tennessee

Em sua campanha, Rosselló prometeu que implementaria o Plano Tennessee no início de seu mandato.

O novo governador porto-riquenho, cujo Partido Novo Progressista (PNP) defende a incorporação do território como um Estado com direitos plenos, assegura que essa ideia é apoiada pela maioria da população.

"Mas caberá ao Congresso americano decidir se um novo Estado deverá ser admitido à Federação", diz à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Carlos Colón de Armas, professor da Universidade de Porto Rico.

Colón de Armas fez parte da chamada "Comissão Estadista", um painel de especialistas que assessorou, durante a campanha, o então candidato Rosselló na elaboração de um plano sobre a eventual incorporação.

Sobre o plebiscito de 2012, o especialista diz que, embora a maioria dos eleitores tenha expressado desacordo com o status atual do arquipélago, um número significativo deixou de responder à segunda pergunta da consulta, sobre querer que Porto Rico se tornasse um Estado americano ou ganhasse independência. 
 
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Governo porto-riquenho busca união federativa com Washington

A alta quantidade de votos em branco e outros fatores lançaram dúvidas sobre a incorporação do território pelos Estados Unidos.

O Congresso americano ainda não se manifestou sobre o resultado do plebiscito.

Por isso, segundo Colón de Armas, a expectativa é de que o novo governo do arquipélago anuncie nos próximos dias um mecanismo pelo qual serão designados representantes para pressionar as autoridades federais em Washington.

Foi o que fez o Tennessee no século 18, quando escolheu seus representantes no Congresso antes de ser incorporado oficialmente como um Estado.

O professor garante que a atual representante oficial de Porto Rico no Congresso americano, que tem voz mas não tem voto na casa, também apresentará um projeto de lei pedindo o fim do status "colonial" da ilha.

Tudo isso deveria eventualmente se refletir, acrescenta o especialista, em uma "lei de admissão", mediante a qual o Congresso expressaria em detalhes quais seriam as condições exatas pelas quais Porto Rico entraria na Federação, além de apresentar aos eleitores do arquipélago a oportunidade de aceitá-las ou rejeitá-las em um plebiscito definitivo.
Sem consenso

Mas nem todos em Porto Rico estão de acordo com a validade ou viabilidade dessa estratégia.

Durante a campanha pelo governo do território, Ángel Rosa, outro parlamentar porto-riquenho, classificou o plano Tennessee de "engodo".

Em entrevista à imprensa local, ele previu que o Congresso americano se esquivaria à pressão de Porto Rico.

Rosa também negou existir um apoio majoritário no arquipélago para torná-lo o 51º Estado americano. 
 
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Em plebiscito de 2012, porto-riquenhos expressaram reprovação a status atual de arquipélago

"O resultado do plebiscito de 2012 não é uma vitória clara rumo à incorporação de Porto Rico pelos Estados Unidos... os números podem confundir", ressalvou Phillip Escoriaza, advogado e especialista em política porto-riquenha, à BBC Mundo.

Escoriaza acredita, no entanto, que a maioria dos porto-riquenhos não está satisfeita com o arranjo atual entre Washington e San Juan.

Para ele, há um impulso crescente pela transformação do território em Estado. Mas ainda que esse apoio ganhasse força em Porto Rico, continua, o processo de incorporação poderia levar muitos anos - isso se seguir o exemplo de casos semelhantes no passado.
Temor

Cólon de Armas, da Universidade de Porto Rico, acrescenta que, se o Plano Tennessee não funcionar, outra possibilidade é de que o território convoque, por iniciativa própria, um novo plebiscito por meio do qual a população decidiria seu status legal.

Em consultas passadas, uma pequena parcela dos eleitores, inferior a 10%, defendeu a independência.

A discussão principal está focada, assim, entre manter o status atual de Porto Rico ou transformá-lo no 51º Estado americano.

O especialista acredita que as surpresas traumáticas dos vários plebiscitos passados e as eleições de 2016 possam alimentar o temor de uma nova consulta em Porto Rico, especialmente se os eleitores decidirem, em última análise, pela separação total dos Estados Unidos.

"Mas para mim o maior temor é permanecer como estamos, isso é uma violação dos direitos dos porto-riquenhos", conclui Colón de Armas.
BBC Brasil

Notícias Geografia Hoje


Iceberg gigante ameaça se desprender da Antártida e gera preocupação
Matt McGrath BBC


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 Bloco de gelo possui 5 mil km², área equivalente à do Distrito Federal

Um gigantesco iceberg - que seria um dos dez maiores do mundo - pode se desprender a qualquer momento da Antártida, dizem cientistas.

Uma imensa rachadura na plataforma de gelo Larsen C cresceu de tal forma em dezembro que agora apenas 20 km de gelo impedem o imenso bloco de 5 mil km² (o equivalente a 500 mil campos de futebol ou à área do Distrito Federal) de se soltar.

A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. As plataformas de gelo são as porções da Antártida onde a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre a terra.

Cientistas do País de Gales afirmam que o desprendimento do iceberg pode deixar toda a plataforma Larsen C vulnerável a uma ruptura futura.

A plataforma tem espessura de 350 m e está localizada na ponta do oeste da Antártida, impedindo a dissipação do gelo.

Os pesquisadores vêm acompanhando a rachadura na Larsen C por muitos anos. Recentemente, porém, eles passaram a observá-la mais atentamente por causa de colapsos das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.

No ano passado, cientistas britânicos afirmaram que a rachadura na Larsen C estava aumentando rapidamente.

Mas, em dezembro, o ritmo avançou a patamares nunca antes vistos, avançando 18 km em duas semanas. 
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Colapso de plataforma de gelo Larson B aconteceu de forma semelhante em 2002 U

Dessa forma, segundo os pesquisadores, o que se tornará um gigantesco iceberg está por um triz de se soltar - apenas 20 km o prendem à plataforma.

"Se o iceberg não se desprender nos próximos meses, ficarei espantado", diz à BBC Adrian Luckman, da Universidade de Swansea, no País de Gales, responsável pela pesquisa.

"As imagens não são completamente visíveis, mas conseguimos usar um sistema para verificar a extensão do problema. O iceberg está a tal ponto de se soltar que considero que isso seja inevitável", acrescenta ele.

Luckman afirma que a área que deve se romper possui 5 mil km², o que resultaria num dos dez maiores icebergs já registrados no mundo.

Aquecimento global

Os cientistas dizem, no entanto, que o fenômeno é geográfico e não climático. A rachadura existe por décadas, mas cresceu durante um período específico.

Eles acreditam que o aquecimento global tenha antecipado a provável ruptura do iceberg, mas não têm evidências suficientes para embasar essa teoria.

No entanto, permanecem preocupados sobre o impacto do desprendimento desse iceberg do restante da plataforma de gelo, já que a ruptura da Larsen B em 2002 aconteceu de forma muito semelhante.

"Estamos convencidos, ao contrário de outros, de que o restante da plataforma de gelo ficará menos estável do que a atual", diz Luckman.
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 Imagens registradas em novembro mostram extensão de rachadura

"Esperamos que nos próximos meses e anos aconteçam novas rupturas, e talvez um eventual colapso, mas isso é uma coisa muito difícil de prever".

"Nossos modelos indicam que a plataforma ficará menos estável, mas não que desmoronará imediatamente ou qualquer coisa do tipo", acrescenta.

Como vai flutuar no mar, o iceberg não vai aumentar o nível dos mares.

Mas novas rupturas na plataforma podem acabar dando origem a geleiras que se desprenderiam em direção ao oceano. Uma vez que esse gelo não seria flutuante, o nível dos mares seria afetado.

Segundo estimativas, se todo o gelo da Larsen C derreter, o nível dos mares aumentaria cerca de 10 cm.

Há poucas certezas absolutas, contudo, sobre uma mudança iminente no contorno da Antártida.

"As prováveis consequências podem ser o colapso da plataforma nos próximos anos ou décadas", prevê Luckman.

"Ainda que o impacto imediato não atinja os mares, trata-se de um grande evento geográfico que mudará a paisagem do continente gelado", acrescenta.
BBC Brasil

domingo, 8 de janeiro de 2017

Notícias Geografia Hoje

 
Exército dos EUA promete intensificar treinamentos na Europa para deter Rússia




BREMERHAVEN (Reuters) - O Exército norte-americano prometeu neste domingo aumentar o alcance e a complexidade de suas atividades de treinamento na Europa para deter agressões por parte da Rússia.

"Deixe-me ser claro: Esta é uma parte de nossos esforços para deter a agressão russa, garantir a integridade territorial de nossos aliados e manter uma Europa que é unida, livre, próspera e em paz", disse o tenente-general das Forças Aéreas dos EUA Tim Ray, vice-comandante do Comando Europeu dos EUA, em comentário.

Ray sublinhou o "sólido comprometimento dos Estados Unidos com a Europa" no porto alemão de Bremerhaven, na Alemanha, onde chegaram nos últimos dias cerca de 2.800 peças de equipamento militar que serão usadas por cerca de 4 mil tropas operando em Estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) próximos à Rússia.

A concentração dos EUA e da Otan no leste europeu ocorre dias após agências de inteligência norte-americanas acusarem o presidente russo Vladimir Putin de ordenar um esforço para aumentar as chances eleitorais do republicado Donald Trump ao descreditar a democrata Hillary Clinton na campanha presidencial de 2016.

Ray afirmou que os cerca de 70 mil soldados norte-americanos baseados na Europa se adaptam para lidar com os atuais desafios estratégicos, incluindo as operações militares da Rússia na Ucrânia, a chegada de refugiados da Síria e o radicalismo islâmico.

O exército dos EUA e a Otan se esforçam para melhorar sua capacidade de responder rapidamente às ameaças, posicionando antecipadamente suprimentos e equipamentos em toda a Europa, enquanto aprimoram aeródromos e outras infraestruturas após anos de negligência.

"Nós também aumentaremos o alcance e a complexidade de muitos exercícios, focando na interoperabilidade, defesa de mísseis e operações de resposta à crise", disse Ray.

Os exércitos norte-americano e polonês estão se preparando para um grande exercício "coletivo" ao fim de janeiro.

Autoridades dos EUA disseram que os exercícios militares deste ano vão focar em uma melhor integração de componentes e domínios militares díspares, ao invés de se concentrarem em áreas de preocupação únicas, como a superioridade aérea, como fizeram no passado.

Cientistas encontram estrela morta que “engole” corpos celestes


Telescópios ajudaram pesquisadores a detectarem um sistema estrelar no qual uma anã branca, em sua última fase de vida, “engole” restos de pelo menos um planeta rochoso
 
Foto: Warwick / Divulgação

Imagens do telescópio espacial Kepler e outros observatórios terrestres ajudaram pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, a detectarem um sistema estrelar no qual uma anã branca, em sua última fase de vida, “engole” restos de pelo menos um planeta rochoso com composição química parecida com a da Terra e outros corpos celestes, que ainda orbitam ao seu redor, devido à alta radiação e a força da gravidade.

A movimentação dos objetos já bloqueia 40% da luz emitida pela anã branca que, por sua vez, apresenta um disco de partículas de elementos pesados como magnésio, alumínio, cálcio, ferro e níquel. Os cientistas dizem que esse pó foi gerado no último milhão de anos por choques entre corpos rochosos de pequeno tamanho, em um cenário semelhante ao que ocorrerá com o sistema solar em um futuro distante, quando esgotar todo o combustível do nosso Sol (na imagem, concepção artística da estrela WD 1145-017, “engolindo” os corpos que a orbitam).

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