domingo, 30 de setembro de 2012

Notícias Geografia Hoje

Estudo mostra que litoral do país perdeu 80% de recifes de corais em 50 anos

DA EFE
O litoral brasileiro perdeu cerca de 80% de seus recifes de corais nos últimos 50 anos devido à extração e à poluição doméstica e industrial, segundo um relatório divulgado neste domingo (23). O estudo aponta ainda que o que restou está ameaçado pelos efeitos da mudança climática.

O estudo "Monitoramento de recifes de corais no Brasil", elaborado pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e pelo Ministério do Meio Ambiente, que começou em 2002 e terminou no ano passado, foi coordenado pela professora Beatrice Padovani, do Departamento de Oceanografia.

O documento, que será apresentado amanhã no Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, realizado em Natal, constata a presença de corais desde a costa nordeste do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, se espalhando por cerca de dois mil quilômetros do litoral.

As conclusões do estudo, que se baseiam em pesquisas realizadas anteriormente, revelam que em cinco décadas houve uma redução de 80% dos recifes de coral por diferentes causas, entre elas a extração, a poluição, a pesca pedratória e o aumento da temperatura dos mares.

"Até a década de 1980, houve muita extração de corais para fabricação de cal no país. Essa remoção era feita com picaretas ou explosivos. Só houve uma redução após a criação de leis específicas", relatou Beatrice.

Além disso, o relatório destaca a mudança climática, o aumento da temperatura dos oceanos e a frequência mais elevada de fenômenos como "El Niño", que aquece a superfície do Pacífico.

"Em 2012, é provável a ocorrência de um novo El Niño. Os recifes que vão sofrer mais serão aqueles em pior estado de conservação, afetados pela poluição, e que podem ser afetados por doenças", alertou a especialista.

Notícias Geografia Hoje


Área desmatada em agosto é 220% maior que mesmo período do ano passado

A área de destruição de florestas da Amazônia legal (área que engloba os estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica e a área de ocorrência de vegetações amazônicas) no mês de agosto foi de 522 km2. Os dados foram fornecidos pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).DE SÃO PAULO

O desmatamento é 220% maior que o ocorrido no mesmo período do ano passado. Também é o maior índice de perda de florestas neste ano.

A área desmatada no último mês é pouco maior que o município de Porto Alegre. Neste ano, a área devastada é de 1.562,96 km2, maior que o tamanho da cidade de São Paulo.

Os Estados do Pará e do Mato Grosso foram os que mais perderam florestas, com 227 km2 e 208 km2 de área desmatada, respectivamente.

Notícias Geografia Hoje


"A demografia não é um destino", diz diretor do Fundo de População da ONU

DENISE MENCHEN
Em outubro de 2011, a ONU anunciou que a humanidade tinha atingido a marca de sete bilhões de pessoas. Oito meses depois, em junho, a mesma entidade revelou que 222 milhões de mulheres no mundo querem evitar a gravidez, mas não têm acesso a métodos contraceptivos modernos. Dessas, 162 milhões estão nos 69 países mais pobres do mundo, especialmente em áreas rurais.

Para o diretor-executivo do Fundo de Populações das Nações Unidas, o nigeriano Babatunde Osotimehin, isso mostra que a demografia não é um destino. Em entrevista à Folha, ele defendeu a importância de garantir às mulheres meios de decidir se e quando ter filhos como forma de desacelerar o crescimento populacional e dar mais qualidade de vida para as pessoas. Mas alertou: apenas a redução da taxa de natalidade não será suficiente para garantir o desenvolvimento sustentável do planeta.

Leia os principais trechos da entrevista:

Folha - Muitos estudos científicos mostram que estamos ultrapassando vários limites do planeta, ao mesmo tempo em que a população mundial cresce em ritmo acelerado. Que tipo de perspectiva essas duas realidades trazem para a humanidade?

Babatunde Osotimehin - Quando se fala dos desafios ambientais e das mudanças climáticas, a resposta não está apenas no crescimento populacional. Neste exato momento em que conversamos, a parte do mundo que está contribuindo com a maior pegada de carbono não é o mundo em desenvolvimento, onde a população cresce. É muito importante ter isso em mente. Por outro lado, nesses locais onde a população está crescendo a aspiração é chegar à classe média e ter um consumo similar ao que existe no mundo desenvolvido hoje. Por isso precisamos de um novo paradigma para tratar dessa questão, por isso se fala tanto na economia verde.

De qualquer forma, desacelerar o crescimento da população parece importante...

Sim, e para isso é fundamental dar condições para mulheres e meninas fazerem suas próprias escolhas. É preciso assegurar que elas tenham acesso aos serviços de saúde reprodutiva, especialmente ao planejamento familiar, para que possam optar por ter apenas o número de filhos de que possam cuidar. Isso fará diferença não apenas para as mulheres, mas também para os orçamentos domésticos e para os países.

O que o senhor achou do fato de que, por pressão do Vaticano, a menção aos direitos reprodutivos femininos acabou excluída do documento final da Rio+20 [Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu em junho no Rio]?

Eu prefiro ver o copo meio cheio, não meio vazio. Quando o primeiro rascunho do documento foi divulgado, ele sequer mencionava a palavra saúde [a redação final fez menção à saúde reprodutiva]. Então trilhamos um longo caminho até aqui. E o documento final reitera a agenda que resultou da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, a agenda do Cairo. Isso significa que os direitos reprodutivos estão citados de forma implícita.

Quando se fala dos problemas ligados ao crescimento da população, muita gente os associa às previsões de Malthus [que dizia que a expansão da produção de alimentos não iria acompanhar o ritmo de expansão da população e aconselhava a abstinência sexual para diminuir a natalidade]. O senhor vê similaridades?

O malthusianismo não tem nada a ver com as discussões atuais. O jeito que abordamos a questão do crescimento populacional é diferente. Hoje muitos países têm políticas e programas específicos para o tema. O Brasil é um exemplo. Em 30 anos, o número de filhos por mulher caiu consideravelmente. E o mesmo está acontecendo em muitos outros países. Quanto mais conseguirmos engajar os governos, mais o que aconteceu aqui vai acontecer também em outros lugares.

Relatório recente divulgado pelo UNFPA destaca que a média das projeções populacionais apontam que seremos 10 bilhões ao fim do século, mas há estimativas que chegam a 16 bilhões...

A demografia não é um destino. A questão é o que faremos para não ultrapassar essa projeção média. Precisamos dar o poder de escolha para as mulheres. Mas muitos países no sul global ainda têm uma população muito jovem e assistirão ao crescimento de suas populações. Só que ele não será tão rápido como tem sido se as medidas necessárias forem tomadas.

Por outro lado, o envelhecimento da população também é um problema.

Essa é outra questão que deve ser abordada. Alguns países no mundo já estão elaborando políticas sociais para garantir que a população envelheça com dignidade. Porque isso vai ter consequências nas aposentadorias, nos serviços sociais, no sistema de saúde, na habitação, nos transportes... É algo para o qual não estamos preparados. E claro que esses países também vão perder competitividade. A produtividade vai cair porque eles não vão ter o mesmo contingente de jovens na indústria, nos serviços... Por isso, alguns países já estão fazendo esforços para rejuvenescer suas comunidades. A Dinamarca, por exemplo, conseguiu elevar o número de filhos por mulher, que estava abaixo de 2 e agora está em 2,1 ou 2,2. E isso só foi possível porque criaram uma série de políticas amigáveis para as mulheres, com licenças maternidade mais longas, segurança no trabalho e instalações para crianças nas proximidades dos locais de trabalho. Cada país tem que achar a solução para os seus desafios.

O senhor falou da perda de produtividade decorrente do envelhecimento da população, exatamente num momento em que o mundo precisa aumentar a produtividade para alimentar sua população crescente sem aumentar a pressão sobre recursos naturais. Isso não torna o desafio ainda mais difícil?

Isso nos leva de volta à questão da economia verde. No hemisfério sul há muitos jovens que estão em busca de educação, em busca de empregos, e eles podem ajudar a aumentar a produção de alimentos e de outros bens sem causar desequilíbrios ao meio ambiente. Não podemos esquecer que vivemos em um mundo globalizado, onde muito possivelmente as maçãs que são comidas em Nova York foram produzidas na África do Sul.

E qual o papel que a ciência e a tecnologia terão nesse novo cenário?

Um papel crucial. Em meados dos anos 60, havia uma previsão interessante de um dos maiores pesquisadores do mundo sobre população. Ele dizia que a Índia iria colapsar porque não seria capaz de alimentar sua população em crescimento. Mas a produção de comida na Índia cresceu tremendamente. E as tecnologias para aumentar a produção agrícola vão continuar a fazer diferença no futuro. Tem também a questão da água. Vamos ter que desenvolver tecnologias que nos permitam utilizar a água de forma melhor.

Quando se fala sobre crescimento populacional, o foco sempre está nas mulheres. Claro que são elas que dão à luz os filhos, mas o senhor não acha que deveria haver uma tentativa de envolver mais os homens nessa discussão?

Você está absolutamente correta. Nós sabemos que muitas decisões tomadas tanto no nível macro quanto no micro têm a participação dos homens. Em algumas culturas, até mesmo a decisão de a mulher ir para o hospital ou tomar medicamentos depende do homem. É essencial envolvê-los na discussão.

Em muitos países, questões religiosas e culturais acabam funcionando como uma barreira ao planejamento familiar. Como mudar isso?

Essas questões têm que ser abordadas com base na realidade de cada país. Temos que engajar os governos e as partes interessadas para garantir acesso aos serviços. É preciso fazer um diagnóstico de cada comunidade para ver qual a melhor forma de fazer isso.

E o senhor acha que o aborto deveria ser uma opção para uma mulher que teve uma gravidez indesejada?

O Fundo de População da ONU apoia o que já foi acordado na ONU, de que nos países onde o aborto é legal, ele tem que ser seguro. Mas é importante enfatizar que, se formos capazes de atender as necessidades das mulheres por planejamento familiar, vamos reduzir os abortos, porque elas terão o poder de fazer escolhas antes que seja tarde demais.

domingo, 23 de setembro de 2012

Rapidinhas da Geografia

HIDROGRAFIA DO PLANETA

Aumento do nível do mar

Bombear água do solo em excesso cancela efeito de represas
©Ramon grosso dolarea / Shutterstock

Quando bombeamos água do subsolo para irrigação, consumo e usos industriais, ela não volta totalmente para o solo: evapora para a atmosfera ou corre para rios e canais que desaguam nos oceanos. De acordo com um novo estudo, de 2050 em diante o bombeamento da água do subsolo provocará um aumento global no nível do mar de aproximadamente 0,8 mm por ano.

“Além do gelo terrestre, a extração excessiva de água do subsolo está rapidamente se tornando a contribuição mais importante para o aumento do nível do mar”, observa o principal autor do estudo, Yoshihide Wada, da Utrecht University, na Holanda. Nas décadas seguintes, espera-se que as contribuições da água do subsolo para o aumento se tornem tão significativas quanto as provenientes do derretimento de geleiras e calotas polares da Groenlândia e Antártica.

“Entre 1970 e 1990, o aumento do nível do mar provocado pelo bombeamento de água do subsolo foi anulado pela construção de represas, que acumulam água em reservatórios para que ela não vá para o mar”, explica Wada. Sua pesquisa mostra que desde 1990, quando os países bombeiam mais água do subsolo que constroem represas, esse cenário mudou.

Os pesquisadores não olharam apenas para a contribuição do bombeamento de água do solo, que já haviam investigado, mas também para outros fatores que influenciam a quantidade de água terrestre entrando nos oceanos, incluindo drenagem de pântanos, desmatamento e novos reservatórios. Wada e seus colegas calculam que na metade desse século o efeito de fatores adicionais somará mais 0,05mm por ano ao nível do mar atual – além da contribuição da água do subsolo.

Segundo Wada, o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em 2007, abordou o efeito do derretimento do gelo terrestre sobre o aumento do nível do mar, incluindo geleiras e calotas polares, mas não quantificou a contribuição futura de outras fontes de água terrestres como do subsolo, de reservatórios e áreas úmidas, porque os autores do relatório consideraram as estimativas para essas fontes como incertas.

“Eles supuseram que as contribuições positivas e negativas da água do subsolo e dos reservatórios se cancelariam”, esclarece Wada. “Descobrimos que esse não é o caso. A contribuição da água do subsolo vai aumentar e superar a contribuição negativa dos reservatórios”.

No estudo atual, os pesquisadores estimaram o impacto de depleção da água do subsolo desde 1900 usando dados de países individuais sobre bombeamento, modelos de simulação de recarga e reconstruções de como a demanda por água mudou ao longo dos anos. Eles também compararam e corrigiram essas estimativas com observações de fontes como o satélite Grace, que usa medições gravitacionais para determinar variações no armazenamento de água do subsolo.

Com essas taxas de depleção, Wada e seus colegas estimam que no ano 2000 cerca de 204 km³ de água do subsolo foram bombeados – e a maior parte foi usada para irrigação. Essa maneira de utilizar água, por sua vez, evapora de plantas, entra na atmosfera e retorna em forma de chuva. Levando em consideração a infiltração da água do solo de volta para os aquíferos, bem como a evaporação e o escoamento, os pesquisadores estimaram que o bombeamento resultou em um aumento marítimo de aproximadamente 0,57mm em 2000 – muito maior que o de 1900, de 0,035mm.

Os pesquisadores projetaram também depleção da água do subsolo, armazenagem em reservatórios e outros impactos para o resto do século usando modelos climáticos e crescimento estimado de população, além de mudanças no uso de terras. Eles descobriram que o aumento na depleção da água do subsolo entre 1900 e 2000 é devido, em sua maior parte, à demanda por água. Já o aumento projetado entre 2000 e 2050 estará relacionado, de forma geral, a fatores climáticos como diminuição da disponibilidade de água na superfície e campos agrícolas irrigados, que secam mais rápido em climas quentes.

Se tudo continuar como projetado, Wada estima que em 2050 o efeito cumulativo dessas fontes e reservatórios de água terrestre independentes de gelo – incluindo o bombeamento da água do subsolo, a drenagem de pântanos e represas – terá adicionado 31mm ao nível do mar (desde 1900).

De acordo com Wada, o novo estudo supõe que as pessoas encontrarão uma forma de extrair água do subsolo, onde quer que ela esteja. Mas alguns de seus colegas estão pesquisando os limites de extração. Uma forma de reduzir a contribuição da água do subsolo ao aumento do nível do mar, aponta ele, é melhorar a eficiência da água na agricultura: plantar mais, com menos.

O artigo da equipe de pesquisa foi publicado na Geophysical Research Letters, periódico da American Geophysical Union.
Scientific American Brasil

Notícias Geografia Hoje

Mundo Aquoso
Representação mostra quanto de água há no planeta e onde ela está armazenada
Rose Eveleth

Howard Perlman, USGS; ilustração do globo por Jack Cook, Instituição Oceanográfica Woods Hole; 
Adam Nieman.

Vista do espaço, a Terra é apenas um pálido ponto azul. Azul devido a água em sua superfície. De fato, pouco mais de 70% da superfície da Terra é coberta por água, e a maior parte disso é formada por oceanos. Mas quanta água realmente existe?

Esta imagem, produzida pela U.S. Geological Survey (USGS), mostra toda a água do planeta em três pequenos orbes. O maior, sobre o Oeste dos Estados Unidos, é tudo, tudo mesmo: desde oceanos até a água do subsolo. Parece pouco se comparado ao tamanho da Terra, mas o volume dessa esfera é de 1,38 bilhão de quilômetros cúbicos, e tem cerca de 1.385 km de diâmetro. A esfera flutuante menor, no meio, com 272,8 km de diâmetro representa um subconjunto da esfera maior, mostrando a água doce do solo, lagos, pântanos e rios. Ela não inclui o gelo e a neve permanentes das calotas polares – onde muito da água doce está contida; os seres humanos, infelizmente, não têm acesso a esse suprimento. A pequena mancha ao seu lado representa um subconjunto ainda menor da água – apenas a de rios e lagos. Essa também parece pequena se comparada ao grande orbe, mas tem 56,2 km de diâmetro.

Apesar de os oceanos, mares e bacias cobrirem 70% do planeta, eles contêm cerca de 96% de sua água – toda ela, salgada. A grande categoria seguinte é a das camadas polares, geleiras e neve permanente nos polos e cumes, mas isso é apenas 1,74%. A água do subsolo, tanto doce quanto salgada, é o próximo grande contribuinte para os orbes azuis, sendo responsável por aproximadamente 1,69%. De fato, há muito mais água doce no subsolo do que na superfície, em rios e lagos.

Os humanos consomem vastas quantidades, tanto de água da superfície quanto de água do subsolo, todos os dias. Em 2005, nós usamos 1,24 trilhões de litros de água da superfície e 312,7 bilhões de litros de água do subsolo diariamente. Então, ainda que esses orbes pareçam surpreendentemente pequenos, eles estão sustentando toda a população humana.
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL

Notícias Geografia Hoje

China sela parceria com a UE para reduzir emissão de carbono
União Europeia vai investir € 25 mi e dará assistência para a implementação de projetos na China
Barbara Lewis - Reuters

BRUXELAS - A China, maior emissor mundial de dióxido de carbono, selou uma parceria com a União Europeia para reduzir as emissões de gases do efeito estufa por meio de projetos que incluem o comércio de créditos para emissões, informou a Comissão Europeia nesta quinta-feira, 20.

A UE e a China têm frequentes atritos por questões climáticas, e Pequim ridicularizou uma lei da UE que taxa as emissões feitas por companhias aéreas europeias.

Ao mesmo tempo, os dois lados mantêm um tenso diálogo, que teve um novo capítulo numa cúpula UE-China nesta semana em Bruxelas.

O comissário (ministro) europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs, e o ministro chinês do Comércio, Chen Deming, assinaram um acordo de financiamento para estimular a transição "rumo a uma economia de baixo carbono e a redução das emissões de gases do efeito estufa na China", disse a Comissão (poder executivo da UE) em nota.

A Comissão deseja parcerias com outros esquemas de crédito de carbono, a fim de fortalecer o seu próprio mecanismo de créditos, no qual a cotação do carbono tem caído a níveis bem inferiores ao que seria necessário para estimular investimentos em iniciativas "verdes".

No mês passado, UE e Austrália selaram um acordo para vincular seus esquemas de créditos de carbono a partir de 2018.

No caso da China, a União Europeia irá disponibilizar € 25 milhões (US$ 33 milhões de dólares) e assistência técnica durante quatro anos para três projetos de redução de emissões.

Além de ajudar a criar e implementar um esquema chinês de créditos, haverá também assistência para um uso mais eficiente dos recursos nas cidades, para a redução da poluição por metais pesados e para o manejo sustentável de dejetos.

A China já tem esquemas provinciais de créditos de carbono, e não está claro se um futuro esquema nacional irá incluir emissões de viagens aéreas.

A decisão da UE de incluir as companhias aéreas no seu Esquema de Comercialização de Emissões motivou críticas internacionais e a ameaça de uma guerra comercial. Os EUA cogitam medidas para blindar suas companhias aéreas da cobrança, embora até agora tenham respeitado a nova lei europeia. China e Índia descumpriram o prazo para a apresentação de dados, que expirou meses atrás.

Todas as partes esperam que a Organização Internacional da Aviação Civil apresente um esquema alternativo global contra as emissões aéreas. A UE diz que, se isso acontecer, eliminará as suas próprias exigências.

A parceria com a China pode fortalecer a UE na negociação com outros oponentes da sua lei, segundo analistas. 

http://www.estadao.com.br

Notícias Geografia Hoje

'Caçadora' de energia escura, câmera mais poderosa do mundo faz primeiras imagens

Um consórcio internacional de pesquisa deu mais um passo na "caçada" à energia escura-- o misterioso elemento que explicaria a expansão do Universo. A câmera digital mais potente do mundo, construída pela Dark Energy Survey (Pesquisa em Energia Escura, em inglês), acaba de registrar suas primeiras imagens.

Em cada imagem, o equipamento é capaz de registrar a luz de cerca de 100 mil galáxias distantes até 8 bilhões de anos-luz.

A câmera de 570 megapixels levou oito anos para ser construída por um time de cientistas de três continentes.

Batizada de DECam, a câmera tem uma matriz com mais de 62 sensores, o que possibilita uma alta sensibilidade da região vermelha do espectro magnético. Usada em conjunto com o telescópio de solo Blanco, que tem um espelho coletor de 4 metros e fica no Chile, os pesquisadores esperam fazer o maior levantamento de galáxia já realizado.
Divulgação Fermilab/France Presse 
Imagem aproximada de uma das fotos liberadas pela Decam mostra aglomerado globular 47 Tucanae, que está localizado a aproximadamente 17 mil anos-luz da Terra


Por enquanto, as imagens liberadas são apenas testes. A câmera começa a funcionar para valer em dezembro. O objetivo é que a DECam faça imagens detalhadas em cores de um oitavo do céu para descobrir e medir 300 milhões de galáxias, 100 mil aglomerados de galáxias e 4.000 supernovas e outros objetos de interesse astronômico.

O material coletado servirá para analisar os efeitos da energia escura por meio de estudos de aglomerados de galáxias, supernovas, estruturas em grande escala das galáxias e do efeito de lentes gravitacionais fracas. A combinação dessas quatro de técnicas é até agora inédita nesse campo.

ENERGIA ESCURA

O estudo da energia escura é hoje uma das áreas mais promissoras da astronomia. No ano passado, o Nobel em física contemplou essa descoberta, que ainda é cercada de mistérios.

Em 1998, dois grupos independentes verificaram, através da observação de supernovas (explosões de estrelas) distantes, que o Universo estava se expandindo, e não se contraindo, como deveria acontecer segundo a teoria da Relatividade proposta por Albert Einstein, que diz que a gravidade deveria funcionar como um freio, reduzindo progressivamente a aceleração do Universo.

Para explicar esse resultado, os cientistas precisaram adicionar um novo "ingrediente" à mistura que compõe o Cosmos: a energia escura.

Essa espécie de antigravidade, por enquanto, só pode ser observada por sua ação em maiores escalas, como as galáxias.

BRASIL

O país participa da Dark Energy Survey por intermédio do LIneA (Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia), sediado no Observatório Nacional (ON).

"As características de um levantamento deste porte exigem recursos computacionais e infraestrutura de armazenamento, processamento e distribuição de dados que não podem ser replicadas nas instituições dos participantes", disse em comunicado Luiz Nicolaci, coordenador do DES-Brazil e idealizador do LIneA.

Após o período de tempo de propriedade exclusiva da colaboração, os dados do levantamento serão disponibilizados para a toda a comunidade científica.
FOLHA DE S.PAULO

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Notícias Geografia Hoje

Protesto de pescadores paralisa parcialmente obra de usina de Belo Monte
AGUIRRE TALENTO

Um protesto de pescadores paralisou nesta quinta-feira (20) a obra de barramento do rio Xingu que estava sendo feita na obra da hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira (a 900 km de Belém).

O CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) está fazendo uma ensecadeira (espécie de barragem provisória) para desviar parte do fluxo do rio e poder construir uma casa de força.

Um grupo de 50 pescadores, com cerca de 20 embarcações, está acampado no local desde o domingo (16). Eles pedem para ser recebidos pela Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, e reclamam que as obras já reduziram a quantidade de peixes no rio.

Os pescadores colocaram seus barcos ao redor do local das obras e acamparam em uma ilha próxima, sem entrar na área da empresa.

"Vários pontos de pesca já não existem mais e não há peixes suficientes para mantermos nossas atividades", disse Lúcio Vale, representante da colônia de pescadores de Altamira.

A Norte Energia disse ainda não ter conhecimento das reivindicações dos pescadores.

Devido à presença dos pescadores, a CCBM resolveu paralisar as atividades na ensecadeira "de maneira a preservar a segurança dos próprios manifestantes", informou, em nota. As obras continuam normalmente nos demais canteiros de obras.

A construção dessa ensecadeira estava parada à espera de uma autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que foi concedida na semana passada. Com isso, as obras foram retomadas.

Em pouco mais de um ano de obra, Belo Monte já enfrentou protestos de ambientalistas, índios, pescadores e dos próprios operários. A hidrelétrica, prevista para ser concluída em 2019, deverá ser a terceira maior do mundo.

Notícias Geografia Hoje

Brasil discute com China, Índia e África do Sul temas da conferência do clima de Doha

O Brasil começa amanhã a discutir com China, Índia e África do Sul um posicionamento conjunto sobre os temas que serão levados à COP-18, conferência do clima de Doha, no Catar, que ocorre em novembro deste ano.

Os países fazem parte do BASIC, grupo informal que tradicionalmente se reúne antes do debate oficial. Representantes da Argentina, Barbados, Catar e Argélia também participarão do encontro, que ocorre em Brasília na quinta (20) e na sexta-feira (21).

O embaixador Luiz Alberto Figueiredo, Subsecretário-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty reconheceu em coletiva de imprensa nesta quarta-feira que a conferência deste ano não trará tantas novidades se comparada à última edição do evento.

Em 2011, a conferência do clima de Durban, na África do Sul, deu origem a um documento batizado de "Plataforma de Durban", que estabelece um calendário para criar "um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal" em 2015, que possa entrar em vigor até 2020.

Esse é o ano que o Brasil defende como data limite de um segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto, cuja primeira etapa se encerra em 2012. A duração desse segundo período ainda é alvo de discussão entre os signatários do documento.

"O que se espera é que a conferência [de Doha] seja uma conferência de implementação de decisões importantes que foram adotadas na conferência anterior. (...) O que tinha que ser lançado como processo negociador já foi lançado", disse Figueiredo.

Além do prazo de extensão do protocolo, a fixação de metas obrigatórias de redução de emissões para os países desenvolvidos também está na pauta da reunião entre ministros que acontece amanhã e sexta na capital federal.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Rapidinhas da Geografia


O Sol é uma estrela e só é visível durante o dia e com brilho intenso porque estamos muito próximos dele;

A Terra é nossa casa cósmica e, atrelada gravitacionalmente ao Sol, é uma nave natural viajando pelo braço da galáxia em que vivemos (a Via Láctea) à velocidade de 72 mil km/hora em direção à constelação de Hércules (ápex solar);

A Terra  gira em torno de seu eixo em torno de 1.600 km hora na faixa do equador;

A Terra desloca-se em torno do Sol a aproximadamente 108 mil km/h, umas 120 mais rapidamente que os jatos comerciais.
Fonte Scientific American

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Notícias Geografia Hoje


Rápido derretimento do Ártico em 2012 impressiona cientistas

DAVID SHUKMAN
DA BBC NEWS, em Svalbard (Noruega)
Cientistas da Noruega estão alertando para o fato de que o gelo no Ártico está derretendo a uma velocidade maior do que a média.
Pesquisadores afirmam que o mar de gelo está ficando cada vez mais fino e vulnerável no norte do planeta. No mês passado, o derretimento deixou o gelo do Ártico no seu menor nível em mais de 30 anos, desde que começaram as medições via satélite.
Os cientistas acreditam que isso possa influenciar até mesmo o clima na Europa. O derretimento deve continuar por pelo menos mais uma semana, atingindo o seu auge na metade de setembro, quando as temperaturas ainda permanecem acima do ponto de congelamento.
O diretor do Instituto Polar Norueguês, Kim Holmen, disse à BBC que a velocidade do derretimento é maior do que o esperado.
"Isso é uma mudança maior do que nós imaginávamos há 20 anos, ou mesmo há dez anos", diz Holmen.
O instituto está enviando um navio quebra-gelo para pesquisar as condições entre a Groenlândia e a ilha de Svalbard - a principal rota por onde passa o gelo que sai do Oceano Ártico.
Durante uma visita ao porto, um dos cientistas, Edmond Hansen, disse que estava "impressionado" com o tamanho e a velocidade do degelo.
"Como cientista, eu sei que isso é algo sem precedentes em pelo menos 1,5 mil anos. É realmente impressionante - é uma mudança enorme e dramática no sistema", diz Hansen.
"Isso não é um fenômeno de curta duração - isso é uma tendência contínua. Você perde mais e mais gelo e está se acelerando - é só olhar os gráficos, as observações, e você pode ver o que está acontecendo."
Gelo fino
Dados importantes são registrados não só pelos satélites como também por uma série de técnicas diferentes. Uma equipe foi enviada ao gelo para perfurar buracos e coletar dados que possam revelar a origem do gelo.
Desde os anos 1990, boias especiais ligadas ao leito do mar usam sonares que captam dados constantes sobre a superfície do gelo.
Um equipamento eletromagnético conhecido como EM-Bird é suspenso de um helicóptero, sobrevoando o gelo. O instrumento capta dados sobre a espessura da camada do gelo na superfície.
Os dados mais recentes ainda estão sendo analisados, mas o cientista Sebastian Gerland disse que já é possível perceber um padrão recorrente a cada ano.
"Na região onde trabalhamos, nós vemos uma tendência geral de gelo mais fino", afirma.
Onde o gelo desaparece por completo, a superfície perde a sua coloração branca que reflete a radiação solar. A coloração escura absorve a radiação, aumentando ainda mais a temperatura.
Algumas previsões indicam que o Ártico pode não ter mais gelo nos verões de 2080. No entanto, alguns cientistas acreditam que isso possa acontecer ainda antes.
Ventos
Kim Holmen levanta a possibilidade de as mudanças climáticas afetarem o clima na Europa. Segundo ele, o trajeto e a velocidade do vento são determinados pela diferença de temperatura entre os trópicos e o Ártico.
Uma mudança climática no polo poderia provocar mudanças nos ventos que sopram pela Europa.
"Quando não houver gelo no Ártico, a região não será mais branca e absorverá mais luz do sol, e essa mudança poderá influenciar sistemas de ventos e onde a precipitação ocorre. No norte da Europa, isso pode significar precipitação maior, enquanto o sul da Europa pode se tornar mais seco", afirma Holmen.
Essa opinião é compartilhada pelo Centro Europeu de Previsão do Tempo de Médio Alcance, entidade baseada em Reading, na Grã-Bretanha.
O diretor da entidade, Alan Thorpe, acredita que ainda é preciso evoluir na pesquisa sobre o impacto que as mudanças no Ártico terão no clima europeu.

FOLHA DE S.PAULO


Notícias Geografia Hoje


Pesquisa cria índice global de saúde dos mares
DO "NEW YORK TIMES"
Um grupo de cientistas acaba de produzir o primeiro índice global de saúde dos oceanos, uma ferramenta que deve ajudar a avaliar o estado dos mares da Terra.
O índice leva em conta os principais fatores que influenciam a qualidade dos ecossistemas marinhos e das atividades econômicas que dependem deles: a viabilidade da pesca, a presença de biodiversidade, a capacidade dos mares de estocar gases do efeito estufa e o turismo, entre outros quesitos.
Cada um dos dez fatores recebe uma "nota" de 0 a 100, que depois é ponderada para chegar a uma nota da saúde geral do mar em cada região do planeta.
A pesquisa, publicada na revista científica britânica "Nature", deu uma pontuação de 60 à média da saúde dos mares do planeta. Entre as regiões, a nota mais baixa, 36, foi para Serra Leoa, no oeste da África. A mais alta foi 86, para a ilha Jarvis (desabitada), perto do Havaí. O Brasil, com uma nota geral de 62, se saiu ligeiramente melhor que a média dos países.


"Não dá para fazer o manejo sustentável da saúde do oceano sem ter uma ferramenta para medi-lo", explica Ben Halpern, diretor do Centro de Avaliação e Planejamento Marinho da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e um dos líderes do projeto. Para ele, o índice dá às populações que exploram os oceanos uma ideia de como suas práticas afetam os recursos marinhos dos quais dependem para viver.
Segundo Halpern, a "nota" geral de 60 indica que, embora muita coisa precise ser melhorada, "há coisas boas acontecendo" em termos de conservação marinha.
A maioria das regiões marinhas estudadas pelo projeto ficam em águas a uma distância máxima de 350 km da costa de cada país, as chamadas zonas econômicas exclusivas nacionais, sobre as quais cada país tem direitos de exclusividade de exploração.
No geral, países em desenvolvimento tiraram notas mais baixas, enquanto as nações mais ricas tinham pontuação mais elevada. Há, porém, exceções: países pobres como Seychelles e Suriname tinham pontuação alta, contra notas baixas da Polônia e de Cingapura.

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Gelo marinho no Ártico é o menor já registrado, afirmam EUA

A extensão do gelo marinho do Ártico no verão alcançou uma mínima recorde neste fim de semana, informa o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA.
Com 4,1 milhões de quilômetros quadrados, a extensão da camada congelada supera ligeiramente o recorde de baixa de 2007 (4,17 milhões de quilômetros quadrados). É uma área equivalente a 30% do oceano Ártico.
É muito provável que uma área ainda maior da região sofra degelo neste ano, já que o pico do derretimento da cobertura marinha do Ártico costuma acontecer no fim do mês de setembro.
"Trata-se de claro sinal das rápidas mudanças que afetam o ambiente do Ártico", declarou em comunicado Jefferson Garcia Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Grupos céticos quanto à realidade da mudança climática, no entanto, não se mostraram convencidos sobre a gravidade do problema.
Em seu site, o meteorologista e blogueiro cético americano Anthony Watts ironizou a reação da "alarmosfera" à notícia e disse que uma tempestade na região estimulou a fragmentação do gelo.
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