terça-feira, 23 de setembro de 2014

Notícias Geografia Hoje

Por ajuda de US$ 150 milhões, Libéria tentará zerar desmatamento até 2020

O desmatamento vem aumentando na Libéria desde o fim da guerra civil no país, em 2003

A Libéria pode se tornar a primeira nação africana a zerar o desmatamento em troca de uma ajuda para estimular o desenvolvimento nacional.

A Noruega pagará US$ 150 milhões (R$ 345 milhões) para o país acabar com a derrubada de sua mata até 2020.

A crise do ebola poderia levar a um aumento do desmatamento, que seria uma forma de obter dinheiro num momento em que a crise financeira do país se agrava com a epidemia que atinge o leste da África.

Autoridades norueguesas confirmaram os detalhes do acordo à BBC durante a cúpula sobre o clima realizada pela ONU.

As áreas verdes da Libéria não são tão extensas quanto a de outros, mas o país abriga uma parte significativa do que resta de floresta tropical no continente.

Também é uma região crucial sob o ponto de vista da biodiversidade, abrigando as últimas populações remanescentes de espécies de chimpanzés, elefantes e leopardos.

Mas, desde o fim da guerra civil no país, em 2003, o desmatamento ilegal vem crescendo.

Em 2012, a presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf, foi alvo de críticas internacionais ao liberar licenças para que empresas derrubassem 58% da floresta tropical primária que resta no país. Depois de protestos, as permissões foram revogadas.

EpidemiaEspecialistas temem que epidemia de ebola possa intensificar ainda mais o desmatamento

Alguns pesquisadores relacionaram a atual epidemia de ebola com a destruição de florestas, o que teria colocado pessoas em contato com reservas naturais do vírus.

"Esperamos que a Libéria consiga também reduzir suas emissões de carbono e a pobreza neste mesmo período", disse Jens Frolich Holte, uma conselheira do governo norueguês, à BBC.

"Financiamos esforços semelhantes na Indonésia e no Brasil, mas acredito que esta é a primeira vez que fazemos um acordo a nível nacional."

Os termos do acordo preveem que a Noruega ajudará à Libéria a criar formas de monitorar e policiar suas florestas. A Libéria evitará emitir novas permissões para derrubada de árvores até que as permissões existentes sejam revistas por um órgão independente.

O país também criará áreas de proteção para ao menos 30% de suas florestas e pagará comunidades para proteger a mata. Os noruegueses pagarão pelos resultados obtidos, depois que eles foram analisados por uma entidade independente.

Acordo 'promissor'Ambientalistas reconhecem que corrupção ameaça o cumprimento do acordo com a Noruega

O anúncio foi comemorado por defensores do meio ambiente na Libéria.

"Essa parceria é promissora não apenas para a floresta e para o clima, mas também para as comunidades florestais que foram marginalizadas por gerações", disse o ambientalista liberiano Silas Siakor, ganhador do prêmio Goldman Environmental.

Especialistas acreditam que a Libéria recorre ao desmatamento como uma forma de obter dinheiro em momentos de dificuldade.

Com o grande impacto econômico da atual epidemia de ebola, o acordo vem em boa hora.

"Também precisamos dar à Libéria de uma esperança de longo prazo para seu desenvolvimento, e é isso que este dinheiro significa, uma visão de longo prazo de um país com menos desmatamento e pobreza", disse Frolich Holte.

No entanto, ambientalistas reconhecem que, com a ampla corrupção e a dificuldade do governo em impor sua autoridade, zerar o desmatamento não será uma tarefa fácil.

"Isso pode dar errado, mas a Noruega e a Libéria terão que garantir que o acordo não seja afetado pela corrupção", disse Patrick Alley, diretor da ONG Global Witness. "Estou cautelosamente confiante que podemos chegar lá."
BBC Brasil

Notícias Geografia Hoje

Os riscos dos EUA e aliados na luta contra o Estado Islâmico
Mariano Aguirre (*)
Especial para a BBC Mundo


Militantes do Estado Islâmico com os restos do que dizem ser um drone americano que caiu em Raqqa

O anúncio foi grandioso: cerca de 30 países, entre árabes e ocidentais, concordaram em formar uma coalizão para lutar contra o grupo radical autodenominado Estado Islâmico (EI), que se instalou em um grande território do Iraque e da Síria e choca o mundo com suas práticas cruéis, incluindo a divulgação de vídeos de decapitações.

A aliança seguirá basicamente as linhas apresentadas pelo presidente Barack Obama em 10 de setembro: ataques aéreos, apoio às forças locais, uso da inteligência e contra-terrorismo e fornecimento de assistência humanitária.

A coalizão começou a funcionar poucos dias após a reunião de cúpula em Paris. A França foi o primeiro país a aderir ativamente os ataques dos EUA no Iraque, na última sexta.

E, nesta terça-feira o grupo deu um golpe estratégico. O Pentágono disse que os Estados Unidos e cinco aliados árabes (Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Barein e Catar) lançaram os primeiros ataques aéreos contra alvos do EI na Síria. Até agora, os bombardeios estavam concentrados no Iraque.

O desafio é conseguir que países com diferentes estratégias, políticas e interesses se unam sob a liderança de um país do qual muitos têm receio ou suspeita.

O plano visa conciliar a experiência que os Estados Unidos têm acumulado ao longo de meio século de intervenções com a realidade turbulenta e volátil do Oriente Médio.

Mas Obama tenta evitar intervir sozinho e, portanto, precisava de uma coalizão que incluísse, especialmente, os países árabes.

Até agora, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Barein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos manifestaram disponibilidade para apoiar a ação.

Obama apresentou o plano de modo a liderar "por trás", como ele fez na intervenção na Líbia em 2011.

O comentarista político Geoff Dyer disse ao jornal britânico Financial Times que "o risco de liderar por trás é que ele deixa os Estados Unidos dependentes dos esforços de seus membros".

"Se eles não conseguirem, Obama poderia se encontrar em meio a uma guerra no Iraque, precisamente aquela que seu governo prometeu sair."
Ecos do 11 de Setembro

Rami Khouri, da Universidade de Beirute, aponta vários problemas para a coalizão.

Khouri observa que este grupo foi criado por Washington, em estado de pânico, antes de consultar as partes interessadas e chegar a acordo sobre os países árabes, deixando-os em uma posição desconfortável.

Além disso, os Estados Unidos e seus aliados acreditam que, sem um governo inclusivo dos sunitas no Iraque, não há como lutar contra o EI.

Washington investiu bilhões de dólares na última década, e o resultado até agora é o sectarismo e a corrupção dos líderes xiitas.

Sectarismo e repressão
EUA lideram a coalizão contra o Estado Islâmico

A ascensão do EI se deve em grande parte ao sectarismo e à repressão dos governos xiitas.

O governo de Nouri al-Maliki, primeiro-ministro iraquiano até agosto de 2014, usou o exército e milícias para reprimir a população sunita.

Patrick Cockburn, do jornal britânico The Independent, acredita que os 5 ou 6 milhões de árabes sunitas que vivem entre o Iraque e a Síria temem mais a violência em Bagdá e suas milícias do que o Estado Islâmico.

O New York Times publicou recentemente denúncias de milícias xiitas retaliando cidades e aldeias sunitas.
Os riscos do uso de drones

Outro possível problema, segundo o acadêmico libanês Khouri, é que o presidente Obama mencionou o uso de drones e colocou os casos do Iêmen e da Somália como exemplos do que quer conseguir com a coalizão.

Nem nesses países e no Paquistão os drones eliminaram as organizações insurgentes.

Pelo contrário: as mortes de civis aceleraram a radicalização contra Washington.
Liderança de sucesso?

Também existem dúvidas, diz Khouri, sobre o fato de que o coordenador da coalizão contra o EI seja o general aposentado da Marinha John Allen.

Anteriormente, Allen teve cargos de responsabilidade no Afeganistão, no Comando Central para o Oriente Médio, no Iraque e no conflito israelense-palestino.

"É difícil acreditar em uma combinação mais deprimente de fracassos da política americana na região do que os que acumula Allen", diz
.
Coalizão reúne países ocidentais e árabes

Além disso, para Khouri e outros analistas, a coalizão também tem resquícios da resposta dos Estados Unidos e seus aliados aos ataques de 11 de Setembro de 2001.

No entanto, o problema com o IE é diferente da Al Qaeda e, segundo analistas, as reações emocionais anti-islâmicas e militaristas devem ser evitadas.
Luta regional

Apesar do sucesso duvidoso de intervenções no Afeganistão e no Iraque durante a última década e a rejeição de grande parte da população americana a entrar em uma nova guerra, Obama tem sido pressionado pelos chamados neo-conservadores em seu país, por governos de países árabes sunitas e por Israel para intervir militarmente contra o governo de Bashar al-Assad na Síria e atacar instalações nucleares iranianas.

O crescimento violento do EI levou Obama a projetar uma intervenção com o menor risco militar, político e econômico possível.

Ter uma coalizão foi uma das condições prévias para evitar um possível fracasso unilateral.

Mas a guerra na qual a coalizão ainda frágil e incerta está prestes a entrar faz parte da luta política religiosa entre sunitas e xiitas na região.
Irã contra a Arábia Saudita

E a rivalidade pela hegemonia regional entre o Irã (xiita) e Arábia Saudita (sunita) marca as alianças.

Ambos os países têm interesse em lutar contra o EI, mas mantêm uma forte concorrência regional.

O Irã apoia Bashar al-Assad, o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza; a Arábia Saudita apoia a oposição sunita na Síria.

Da mesma forma, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito lutam contra a Irmandade Muçulmana, enquanto o Catar e Turquia os apoiam.

Os Estados Unidos, a Arábia Saudita e o Irã estão se comunicando no combate ao EI, mas é difícil de alcançar um elevado nível de coordenação.
O dilema da Turquia

A Turquia (com população de maioria sunita), por sua vez, preferiu manter uma postura cautelosa, especialmente desde que dezenas de diplomatas foram sequestrados por EI.

O governo turco teme que o combate ao EI ajude a fortalecer os curdos iraquianos e, em médio prazo, um Curdistão turco.

Outros países temem que o Irã saia fortalecido desta guerra.

Juan Cole, professor da Universidade de Michigan, disse em seu blog: "(É) uma triste ironia que as duas potências regionais mais entusiásticas no combate ao ISIL (EI) sejam o Irã e a Síria."

Bashar, inimigo também do EI
Presidente sírio também é inimigo do Estado Islâmico

Em relação à Síria, durante os últimos três anos a Casa Branca insistiu que uma condição para se chegar a um acordo de paz no país era que o presidente Bashar al-Assad - alawita, um ramo xiita - saísse.

Além dos ataques a focos do EI na Síria, Obama pretende fornecer assistência militar a grupos armados do fragmentado Exército Livre da Síria -a quem se refere como "oposição moderada" - a fim de que eles combatam o governo de Damasco e o EI.

A Síria não se pronunciou sobre os recentes ataques, mas havia comunicado anteriormente que qualquer ataque a seu território seria considerado uma interferência.

E o governo russo também disse que um ataque de Washington na Síria será considerado uma violação ao direito internacional.
Rebeldes moderados?

Na volátil situação na Síria, é difícil saber quais grupos são moderados, e há risco de transferência de armas para grupos que podem se tornar inimigos dos Estados Unidos.

Lina Khatib, da Fundação Carnegie para a Paz Internacional, acredita que o plano de Obama e da coalizão não contempla uma forma de incluir o Exército Livre da Síria em um quadro político.

Esta confusão pode reproduzir o caos que ocorreu na Líbia após a intervenção da OTAN em 2011.

Grande parte da população sunita na Síria teme e rejeita o governo de Bashar al-Assad e muitos deles preferem o EI.

Ao mesmo tempo, os adversários do governo desconfiam dos Estados Unidos depois de ter esperado por quase quatro anos até que este país interviesse para apoiá-los.

O sentimento de muitos cidadãos sírios e iraquianos é de estar presos entre o Estado Islâmico e os governos de Damasco e Bagdá, e a esperança de serem salvos por uma coalizão improvisada parece distante.

(*) Mariano Aguirre coordena o Centro Norueguês de Consolidação da Paz (NOREF) em Oslo. www.peacebuilding.no
BBC Brasil

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Notícias Geografia Hoje

Degelo na Groenlândia e Antártida dobra em cinco anos, indica estudo

Redução do gelo nessas regiões, que contêm as duas principais capas geladas do planeta, dobrou desde 2009, segundo a IAW



A redução da área de gelo da Groenlândia e Antártida, as duas principais capas de gelo do planeta, dobrou desde 2009, de acordo com um estudo que analisou imagens de um satélite europeu.

Reprodução/BBC
Os mapas mostram os resultados dos modelos de elevação gerados pela equipe alemã

O exame dos dados gerados pelo CryoSat indicam que só a Groenlândia vem perdendo cerca de 375 km cúbicos de gelo por ano.

Somado, o volume de gelo despejado todo ano pelas duas maiores capas chega a 500 km cúbicos, disse à BBC a pesquisadora Angelika Humbert, do Instituto Alfred Wegener (IAW), na Alemanha.

"A contribuição das duas capas de gelo à elevação do nível dos oceanos dobrou desde 2009", afirmou Humbert. "Para nós, é um número inacreditável."

O estudo do instituto, publicado na revista científica The Cryosphere, não calculou quanto o degelo colabora para a elevação do nível dos mares. Mas se todo o volume despejado nos oceanos for considerado como gelo (uma porção pequena seria de neve), a contribuição poderia ficar na ordem de pouco mais de um milímetro por ano.

Comparações

O satélite CryoSat foi lançado pela Agência Espacial Europeia em 2010 com um sofisticado instrumento de radar projetado para medir o formato das camadas de gelo polares.

O grupo do IAW, coordenado pelo cientista Veit Helm, estudou pouco mais de dois anos de dados para criar um modelo de elevação digital (MED) da Groenlândia e da Antártida e avaliar a sua evolução.

O modelo incorpora 14 milhões de medidas de altura referentes à Groenlândia e outros 200 milhões referentes à Antártida.

Quando comparadas com bases de dados semelhantes produzidas pela missão IceSat, da agência espacial americana (Nasa) produzidas entre 2003 e 2009, as medições permitem calcular mudanças no volume de gelo mais abrangentes que o período observado pelo CryoSat.

Tendências negativas são resultado de degelo, enquanto tendências positivas são consequência de precipitação ou nevascas.

A Groenlândia vem atravessando o seu momento de maior redução na elevação, perdendo 375 km cúbicos de gelo por ano, a maior parte nas costas oeste e sudeste da ilha. Há um derretimento significativo também na Corrente de Gelo Nordeste da Groenlândia.

"Esta região é formada por três glaciares. Um deles, o Zachariae Isstrom, recuou um bocado e já houve registros de perda de volume. Mas agora vemos que essa perda de volume está se alastrando para áreas superiores, muito mais para o interior da capa de gelo do que se via antes", disse a professora Humbert.

Antártida

Já na Antártida, a perda de volume anual foi calculada em cerca de 128 km cúbicos por ano.

Como outros estudos já haviam indicado, a maior parte do degelo se concentra no lado oeste do continente, na área conhecida como Baía do Mar de Amundsen.

Grandes glaciares da região estão recuando e perdendo espessura a um ritmo acelerado.

Por outro lado, há ganhos de espessura na camada de gelo de algumas áreas, como em Dronning Maud Land, onde foram registradas nevascas colossais. No entanto, o acúmulo nessas áreas não compensa as perdas nas outras.

Um grupo científico britânico recentemente produziu o seu próprio MED a partir de um algoritmo diferente aplicado sobre a base de dados do CryoSat.

O resultado é parecido com o do IAW, e os alemães aplicaram o mesmo método para a Groenlândia, de maneira que pudessem comparar as duas capas de gelo.

Quando comparadas, as reduções indicam as mesmas conclusões da missão americana Grace, que monitora as mudanças nas regiões polares a partir de dados gerados por um outro tipo de satélite, que observa o volume de gelo despejado no mar.
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Explosão dupla de tempestade solar leva centro americano a emitir alerta mundial

Preocupação é de que fenômeno possa interromper sinais de GPS, comunicações por rádio e transmissões de energia


Uma rara explosão dupla de tempestades solares magneticamente carregadas irá atingir a Terra na noite desta quinta (11) e de sexta-feira (12) e cria preocupações de que sinais de GPS, comunicações por rádio e transmissões de energia possam ser interrompidos. O assunto foi exposto por autoridades norte-americanas.

Nasa/Getty Images
Imagem da Nasa mostra gigantesca tempestade solar ocorrida em novembro de 2003

Individualmente, as tempestades, conhecidas como ejeções de massa coronal ou CMEs, não justificariam advertências especiais. No entanto, o curto intervalo atípico e sua rota direta para a Terra levou o Centro de Previsão Climática, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), a emitir o alerta.

O primeiro CME, que explodiu a partir de uma região magneticamente conturbada do sol na segunda-feira (8) à noite, deve chegar à Terra na noite de quinta, disse o diretor do centro Thomas Berger a jornalistas em uma teleconferência.

O mesmo pedaço da superfície solar produziu uma segunda tempestade mais poderosa perto das 17h45 (horário GMT) de quarta (10). "Nós não esperamos quaisquer impactos incontroláveis à infraestrutura nacional por conta dos eventos solares neste momento, mas estamos acompanhando de perto esses eventos", disse Berger.

O sol está atualmente no pico de seu ciclo de 11 anos, embora o nível global de atividade esteja muito menor do que o típico para um pico solar.

Getty Images
Tempestades devem gerar belas Auroras como esta, registrada na Groenlândia em 2007

Tempestades tão poderosas como as de agora, que estão fazendo o seu caminho para a Terra, normalmente ocorrem entre 100 e 200 vezes durante um ciclo solar, disse Berger.

"O fato único sobre este evento é que nós tivemos dois em rápida sucessão e as CMEs poderiam estar interagindo em seu caminho para a Terra, na órbita da Terra ou além. Nós simplesmente não sabemos ainda", disse ele.

As partículas solares altamente energéticas e magneticamente carregadas podem atingir o campo magnético da Terra e interromper algumas comunicações de rádio e degradar os sinais de GPS, disse o NOAA.

As tempestades também têm o potencial de afetar as redes de energia do campo elétrico nas latitudes norte, que são mais suscetíveis a perturbações geomagnéticas.

Operadores de rede elétrica e da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) foram notificados "apenas por precaução", Berger acrescentou.

No lado positivo, as tempestades devem provocar belas auroras, sempre visíveis quando o céu estiver limpo ao longo do norte dos EUA. As auroras são causadas por partículas solares eletricamente carregadas que atingem o oxigênio, nitrogênio e outros gases na alta atmosfera, criando cortinas de luz acima dos polos magnéticos norte e sul do planeta.
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Estado Islâmico toma 16 aldeias curdas no norte da Síria; curdos pedem ajuda

Comandante de um grupo armado curdo disse que militantes usaram até tanques no ataque perto da cidade de Ayn al-Arab



Combatentes do grupo Estado Islâmico conquistaram 16 aldeias curdas no norte da Síria, em um grande avanço na direção da cidade de Ayn al-Arab, situada na fronteira com a Turquia, segundo disseram nesta quinta-feira (18) um comandante curdo e um grupo que monitora a guerra civil no país.

Reuters
Membros do Exército feminino treinam habilidades de combate antes de combaterem o Estado Islâmico em acampamento militar no Iraque

Ocalan Iso, um comandante do grupo armado curdo YPG, disse à Reuters que os combatentes do Estado Islâmico usaram armas pesadas, incluindo tanques, no ataque perto da cidade de Ayn al-Arab, conhecida como Kobani em curdo.

O fundador do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdulrahman -grupo que monitora o conflito- afirmou que as aldeias foram capturadas em um avanço do Estado Islâmico iniciado na quarta.

"Eles têm um grande número de combatentes", afirmou Abdulrahman à Reuters por telefone.

Combatentes curdos sírios têm apelado por ajuda militar de outras organizações curdas na região para repelir o avanço do Estado islâmico no norte da Síria, perto da fronteira turca, disse um oficial militar curdo nesta quinta.

EUA em dúvida sobre ação terrestre

Alguns conselheiros militares dos Estados Unidos poderão acabar na linha de frente na luta contra os militantes do Estado Islâmico, voltou a dizer a Casa Branca na noite de quarta-feira, apesar de o presidente Barack Obama prometer que os EUA não lutarão novamente por terra no Iraque.

A Câmara dos Deputados deu sinal verde a um elemento-chave da estratégia de Obama contra o Estado Islâmico, dando autorização para o Pentágono treinar e armar os rebeldes sírios moderados para combater os militantes islâmicos radicais. A legislação agora vai para o Senado.

Obama, que passou grande parte de sua presidência se distanciando da guerra do Iraque, destacou que os ataques aéreos seriam a contribuição central americana na luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, juntamente com a coordenação de uma coalizão, que ele disse agora incluir mais de 40 países.

"Eu quero ser claro. As forças norte-americanas que foram destacadas para o Iraque não têm e não terão uma missão de combate", disse Obama em um discurso na Base da Força Aérea MacDill, em Tampa.

Seu porta-voz, Josh Earnest, disse que alguns conselheiros militares dos EUA poderiam ser destacados para linha de frente para ajudar diretamente as forças de segurança iraquianas e coordenar ataques aéreos, mas ele disse que eles "não estarão pessoalmente ou diretamente enfrentando o inimigo".

A possibilidade de soldados norte-americanos operarem em posições avançadas com forças locais levantaram preocupações de que Washington, que retirou suas forças de Bagdá em 2011 após oito anos de conflito, poderia voltar a ser arrastado em comprometimento maior.

Na terça-feira, o general Martin Dempsey, chefe das Forças Armadas dos EUA, levantou a possibilidade de tais eventuais implantações na linha de frente durante uma audiência do comitê.

"Caso a caso"

"Se o general Dempsey tivesse determinado que seria necessário colocar alguns dos conselheiros norte-americanos na linha de frente, então ele traria essa opção para o presidente, e o presidente disse que iria considerar isso caso a caso", disse Earnest a repórteres que viajavam com Obama no Air Force One.

A Câmara dos Deputados aprovou a medida autorizando o plano para armar rebelde sírio, apesar de alguma resistência por parte dos republicanos e democratas, alguns dos quais expressaram preocupação sobre ser sugado de volta para a guerra no Iraque. O Senado deve também aprovar o plano até o final da semana. Ele vai durar até 11 de dezembro.

Os Estados Unidos lançaram mais de 160 ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque e Obama autorizou ataques semelhantes contra redutos do grupo na Síria.

Mais de 1.600 conselheiros norte-americanos foram enviados para ajudar as forças iraquianas, mas Obama não quer que eles se envolvam em combate terrestre para evitar a repetição da guerra do Iraque iniciada por seu antecessor republicano, George W. Bush.
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Agronegócio é o maior responsável pelo desmatamento ilegal

Grupos ambientais atribuem até 65% do corte ilegal de árvores a fazendas comerciais

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O Paraguai perdeu 2,4 milhões de hectares (5,9 milhões de acres) de suas florestas entre 2000 e 2012, e estima-se que 79% disso se deva à conversão das áreas a agronegócios. Mais de 42% dessa conversão foi ilegal, de acordo com relatório da Forest Trends.

 Elizabeth Harball

Produtos cotidianos como carne, soja e óleo de palma já são acusados por provocar imensas perdas nas florestas tropicais do mundo. Esses produtos também são frequentemente ligados à ocorrência de queimadas, apesar de existirem leis locais para proteger essas florestas.

Mas, pela primeira vez, um novo relatório da organização ambiental sem fins lucrativos Forest Trends tenta quantificar exatamente quanto do desmatamento ilegal do mundo ocorre para abrir caminho para o óleo de palma, abrigos para gado, cultivo de soja e outras commodities agrícolas.

A equipe de pesquisa concluiu que entre 63% e 75% do desmatamento global entre 2000 e 2012 ocorreu para abrir caminho para a agricultura comercial. Dessa porcentagem, de acordo com os autores, de 36% a 65% era ilegal – resultado de licenças fraudulentas, técnicas destrutivas de ocupação do espaço ou outras atividades proibidas formalmente – mas frequentemente ignoradas – por governos locais. A Forest Trends estima que o valor do comércio internacional desses produtos seja de US$61 bilhões anuais.

O presidente da Forest Trends, Michael Jenkins, declarou em uma entrevista que já sabia há muito tempo que a agricultura comercial tinha um papel no desmatamento ilegal, mas que “sua escala é muito maior do que esperávamos”.

O Paraguai, por exemplo, perdeu 2,4 milhões de hectares (5,9 milhões de acres) de suas florestas entre 2000 e 2012, e estima-se que 79% disso se deva à conversão das áreas a agronegócios, principalmente para plantações industriais de feijão de soja, afirma o relatório. Mais de 42% dessa conversão foi ilegal, alega a Forest Trends.

Na Indonésia, que há muito tempo luta para reduzir a destruição florestal provocada ao abrir caminho para plantações lucrativas de óleo de palma, a Forest Trends estima que 80% do desmatamento para agricultura comercial seja ilegal.

Grandes compromissos de “desmatamento zero” podem não funcionar

Para desacelerar essa tendência, o relatório inclui uma extensa lista de recomendações para empresas, órgãos de certificação de sustentabilidade e países que importam commodities ligadas ao desmatamento. Mas fortalecer o controle e a aplicação da lei nos países onde o desmatamento ilegal está ocorrendo é fundamental, afirma a Forest Trends.

Sem ações fortes por parte de nações que produzem óleo de palma, carne, soja e outras commodities, a proliferação de ambiciosos compromissos de desmatamento zero feitos por empresas como a Wilmar International Ltda. provavelmente não conseguirão salvar as florestas tropicais do mundo, comenta Sam Lawson, principal autor do relatório.

“O problema é que essas empresas, se decidirem ser sustentáveis e legalizadas, terão que competir com empresas que sequer são legalizadas”, comenta ele. “O diferencial de preço é imenso, então é mais difícil persuadir empresas a se tornarem legalizadas se elas tiverem problemas competindo com empresas ilegais”.

Glenn Hurowitz,, diretor da Forest Heroes e um dos articuladores do compromisso de desmatamento zero de Wilmar amplamente apoiado, declarou não estar convencido de que destruir florestas de fato cria vantagens econômicas para uma empresa. Ele concorda que um bom governo é muito importante para deter o desmatamento ilegal.

“Sou o primeiro a reconhecer que compromissos de desmatamento zero são uma solução de médio prazo, e que governos realmente precisam assumir a responsabilidade de proteger florestas no longo prazo”, adiciona Hurowitz.

É importante notar que o termo “ilegal” às vezes é complicado, especialmente em nações em desenvolvimento; o relatório afirma que as leis e regulamentações de muitos países geralmente são complexas, conflitantes, desatualizadas, ou cheias de buracos e palavras vagas, levando a reclamações comuns de que ‘tudo é ilegal’ e assim tornando impraticáveis os esforços para aumentar o cumprimento da lei. 

Em 2012, por exemplo, o Brasil fez mudanças significativas em seu Código Florestal e concedeu anistia a alguns fazendeiros operando em áreas ilegalmente desmatadas.

Jenkins reconheceu que isso torna desafiador documentar precisamente a escala do problema.

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É preciso criar ambientes reguladores que possam ser monitorados

“É quase impossível ser legalizado”

Apesar da complexidade do problema, o economista ambiental Jonah Busch, do Centro para o Desenvolvimento Global, acredita que as conclusões do relatório sejam sólidas.

A análise da Forest Trends usou uma revisão das melhores estimativas de cientistas para o desmatamento ilegal provocado pela agricultura, explica Busch por e-mail, ainda que essas estimativas fossem inegavelmente brutas em alguns casos. As conclusões do grupo se baseiam em uma combinação de análises científicas criteriosamente publicadas e nas melhores estimativas, tanto próprias estimativas quanto de outros pesquisadores, de acordo com Busch, que não se envolveu na produção do relatório.

Mas, adverte ele, “atualmente não existe maneira melhor de conseguir esses números. Esse é um trabalho muito impressionante dada a escassez de dados padronizados sobre o tópico”.

Lawson acredita que a complexidade de falhas em países em desenvolvimento não é desculpa para empresas se engajarem no desmatamento ilegal; o relatório até faz a ambiciosa recomendação ao setor privado que evite se engajar nesse tipo de projetos em países onde não é possível garantir sua legalidade.

As principais empresas envolvidas nessa conversão em locais como o Brasil ou a Indonésia são muito grandes, frequentemente são empresas listadas em bolsa de valores com centenas de milhões de dólares e equipes imensas de advogados”, alerta Lawson.

E, de acordo com Jenkins, a dificuldade de determinar se uma floresta foi ilegalmente derrubada em alguns casos é outra razão para nações melhorarem o controle sobre esse problema.

O desafio surge quando empresas estão operando em locais como a Indonésia ou partes do Brasil, onde a legalização é tão complicada que fica quase impossível, segundo Jenkins. “Nós precisamos simplificar esses sistemas para que seja possível criarmos ambientes reguladores que possam ser monitorados, onde negócios de bem possam de fato desenvolver atividades legalizadas”.
Scienfic American Brasil

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Brasil é 6º em morte de jovens no mundo


Jornal O ESTADO DE S. PAULO

Em total de casos, País só perde para Nigéria; estudo do Unicef ainda aponta que 10% das meninas já fizeram sexo forçado


O Brasil é o 6° país do mundo em número de homicídios de crianças e adolescentes até os 19 anos, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado nesta quinta-feira, 4.


O documento, que contém informações de 190 países e é considerado a maior compilação de dados sobre violência infantil realizada até hoje, mostra que o Brasil tem 17 mortes nessa faixa etária a cada 100 mil habitantes. Os países na frente do Brasil são El Salvador, com 27 mortes, Guatemala, com 22, Venezuela, com 20, Haiti, com 19, e Lesoto, com 18.


Em números absolutos, no entanto, o País teve mais de 11 mil homicídios de pessoas de 0 a 19 anos em 2012, atrás apenas da Nigéria, que tem quase 13 mil. Adolescentes negros têm risco três vezes maior de serem assassinados que brancos da mesma idade.


Segundo o Unicef, a violência cresceu “dramaticamente” nos grandes centros urbanos brasileiros na últimas décadas. Isso se deve, diz o relatório, ao aumento da desigualdade, o acesso facilitado às armas de fogo, o alto consumo de drogas e o crescimento da população jovem.


“O homicídio é a primeira causa de morte entre os homens de 10 a 19 anos no Panamá, na Venezuela, em El Salvador, em Trinidad y Tobago, no Brasil, na Guatemala e na Colômbia”, sustenta o informe. Em um quinto dos homicídios em todo o mundo as vítimas têm menos de 20 anos, com um total de 95 mil mortos em 2012.


Violência. Uma em cada 10 meninas em todo o mundo já sofreu algum tipo de ato sexual forçado e 6 em 10 crianças de 2 a 14 anos são agredidas regularmente por seus pais, de acordo com o relatório.


Intitulado de Ocultos à plena luz, o documento visa a suprir de dados os governos para que eles adotem políticas em relação à violência infantil.


“Estes são fatos inquietantes - que nenhum governo, pai ou mãe gostaria de ver,” disse o diretor executivo da Unicef, Anthony Lake. “Mas, se não enfrentarmos a realidade que cada uma destas estatísticas revoltantes representa, a vida de uma criança cujo direito a uma infância segura e protegida foi violado, nunca mudaremos a mentalidade segundo a qual a violência contra as crianças é normal e tolerável. Ela não é nem uma coisa nem outra.”


O documento de 206 páginas indica que cerca de 120 milhões de meninas ou adolescentes menores de 20 anos, ou uma em cada dez, teve relações sexuais à força e uma em cada três adolescentes casadas entre os 15 e os 19 anos foi vítima de violência emocional ou física por seu parceiro. Em locais como o Congo e a Guinea Equatorial, a violência do parceiro se eleva a 70%.


“Em alguns países, existe um número maior de pessoas que justifica a violência do marido contra a mulher do que o castigo físico dr crianças”, disse a coordenadora do informe, Claudia Cappa.


O relatório também revela que três em cada dez adultos creem que o castigo físico é necessário para criar os filhos. Em 58 países, 17% dos menores sofre “graves formas de castigo físico”, um nível que chega a 40% em nações como o Egito e o Iêmen.


Cerca da metade de todas as adolescentes entre os 15 e os 19 anos acham justificável que um marido bata em sua esposa “em determinadas circunstâncias”. A proporção chega a 80% em países como Afeganistão, Jordânia e Timor Leste./COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Brasil reduz a pobreza extrema em 75% entre 2001 e 2012, diz FAO

LISANDRA PARAGUASSU - O ESTADO DE S. PAULO

País foi um dos que obteve maior progresso no combate à fome; porém, 16 milhões ainda vivem com menos de US$ 2 por dia

Apesar do progresso, o Brasil ainda possui mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza

BRASÍLIA - O Mapa da Fome 2013, apresentado nesta manhã em Roma pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012. No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia. 

O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do País nessa área. Não por acaso, criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO. 

De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.


Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área. 

"O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013. 

A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%. 

No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la. 

O relatório completo está disponível no site da FAO.
Jornal O Estado de . Paulo

Notícias Geografia Hoje


Renda dos americanos cresce pela 1ª vez desde recessão

AGÊNCIA ESTADO

Mais do que refletir uma melhora, a alta de 0,3% nos rendimentos mostra quão insatisfatória foi a recuperação econômica para uma grande faixa de americanos

Apesar de positivo, aumento não é estatisticamente significativo


A renda americana subiu em 2013 pela primeira vez desde a recessão. A renda média familiar aumentou 0,3% ou US$ 180 em 2013, para US$ 51.939 informou o Census Bureau.

Embora o crescimento de renda tenha sido o primeiro desde 2007, de acordo com o relatório do Census, o aumento não é estatisticamente significativo. Segundo o instituto, 2013 é o segundo ano seguido em que os crescimentos são de modo geral estáveis em relação ao ano anterior.

O relatório de padrão de vida americano do Census mostra quão insatisfatória foi a recuperação econômica para uma grande faixa de americanos. Ainda que o mercado de ações tenha voltado a recordes de altas após a recessão, o relatório é um lembrete dos danos prolongados da recessão após o estouro da bolha imobiliária e a crise financeira.

Outros medidores de bem estar no documento mostraram uma melhora modesta. O índice oficial de pobreza caiu pela primeira vez desde 2006, para 14,5%, de 15% em 2012, porém permanece acima do nível de 12,5% de 2007. Em 2013, cerca de 45,3 milhões de americanos estavam vivendo na pobreza, que tem como critério famílias de quatro membros com renda anual abaixo de US$ 23.624.

O relatório mostra que as rendas, em geral, não se alteraram no último ano para todos, com exceção dos americanos mais novos e mais velhos. Para famílias lideradas por jovens entre 15 e 24 anos, o aumento foi de 10,5% em 2013, o primeiro avanço desde 2006. Para famílias guiadas por pessoas acima dos 65 anos, o crescimento de renda foi de 3,7%, o primeiro desde 2009.

Segundo autoridades, a melhora no mercado de trabalho ajudou a reduzir os níveis de pobreza no ano passado, especialmente com a transição da oferta de empregos de meio período no começo da recuperação para contratações de tempo integral no período posterior da expansão econômica. "Parece haver uma conexão direta entre a ascensão do ano passado, empregos de tempo integral e uma economia mais saudável com a queda na pobreza", afirmou Chuck Nelson, analista do Census Bureau. Fonte: Dow Jones Newswires.

Jornal O Estado de S. Paulo

Nação Fast Food

Consequências do envelhecimento da população brasileira

Historia do Islamismo

Iêmen - O Segredo Do Oriente

Pobreza no Brasil

Águas do Paraná

Cientistas identificam nova ameaça ‘misteriosa’ à camada de ozônio

Matt McGrath
Repórter de Meio Ambiente da BBC News



Imagem da Nasa mostra camada de ozônio


Cientistas identificaram quatro novos gases de efeito estufa produzidos pelo homem que estão contribuindo para a destruição da camada de ozônio.

Embora as concentrações atuais desses gases ainda sejam pequenas, dois deles estão se acumulando na atmosfera a uma taxa significativa.

Desde meados dos anos 80, preocupações sobre o crescente buraco na camada de ozônio vêm restringindo a produção de gases clorofluorcarbonetos (CFC).

Mas a origem dos novos gases ainda permanece um mistério, dizem os cientistas.

Localizada na atmosfera, entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra, a camada de ozônio tem um papel fundamental no bloqueio dos raios ultravioleta (UV), que podem causar câncer em humanos e problemas reprodutivos nos animais.

Cientistas do British Antarctic Survey, entidade responsável pelos assuntos relativos aos interesses do Reino Unido na Antártida, foram os primeiros a descobrir um enorme "buraco" na camada de ozônio sobre o continente gelado em 1985.

As evidências rapidamente apontaram como causa os gases CFC, que foram inventados na década de 1920 e amplamente utilizados em refrigeração e como propulsores em aerossóis, como sprays e desodorantes.

Os países, então, concordaram rapidamente em restringir os CFCs, e o Protocolo de Montreal, de 1987, limitou o uso dessas substâncias.

A proibição internacional total sobre sua produção entrou em vigor em 2010.

Agora, pesquisadores da Universidade de East Anglia, em Londres, descobriram evidências de quatro novos gases que podem destruir o ozônio e que estão sendo lançados na atmosfera a partir de fontes ainda não identificadas.

Três dos gases são CFCs e um é o hidroclorofluorocarboneto (HCFC), que também pode danificar o ozônio.

"Nossa pesquisa identificou quatro gases que não estavam na atmosfera até a década de 1960, o que sugere que eles são produzidos pelo homem", disse o chefe da pesquisa, Johannes Laube.

Os cientistas descobriram os gases analisando blocos de neve. Segundo eles, o ar extraído dessa neve é um "arquivo natural" do que estava na atmosfera até 100 anos atrás.
Origem desconhecida

Os pesquisadores também analisaram amostras de ar coletadas no Cabo Grim, uma região remota na ilha da Tasmânia, na Austrália.

Eles estimam que cerca de 74 mil toneladas desses gases foram liberados na atmosfera. Dois dos gases estão se acumulando a taxas significativas.

"Nós não sabemos de onde os novos gases estão sendo emitidos e isso deve ser investigado. Fontes possíveis incluem insumos químicos para a produção de inseticidas e solventes para limpeza de componentes eletrônicos", afirmou Laube.

"Além do mais, os três CFCs estão sendo destruídos muito lentamente na atmosfera - por isso, mesmo se as emissões parassem imediatamente, eles ainda permaneceriam na atmosfera por muitas décadas", acrescentou.

Os quatro novos gases foram identificados como CFC-112, CFC112a, CFC-113a, HCFC-133a.

O CFC-113a foi listado como um "insumo agroquímico para produção de piretróides", um tipo de inseticida que já foi usado largamente na agricultura.

Assim como o HCFC-133a, ele tambem é usado na fabricação de refrigeradores. Os CFC-112 e 112a podem ter sido usados na produção de solventes de limpeza de componentes eléctricos

Outros cientistas reconheceram que, embora as concentrações atuais desses gases sejam pequenas e não representem uma preocupação imediata, uma pesquisa para identificar sua origem precisa ser feita.

"Esse estudo destaca que a destruição do ozônio ainda não é a história do passado", disse Piers Forster, professor da Universidade de Leeds, no norte da Inglaterra. "As concentrações encontradas neste estudo são minúsculas. No entanto, nos lembra que precisamos estar vigilantes e monitorar continuamente a atmosfera".

"Das quatro espécies identificadas, CFC-113a parece ser o mais preocupante, já que a emissão, embora ainda pequena, cresce rapidamente", acrescentou.
BBC Brasil

O Mundo Segundo A Monsanto

Notícias Geografia Hoje

Cientistas desvendam mistério das 'pedras que andam' na Califórnia

Jaime González
Da BBC Mundo em Los Angeles



Fenômeno era investigado desde os anos 1940 e não havia sido testemunhado até agora

Pesquisadores americanos conseguiram resolver um mistério científico que já durava décadas: as "pedras que andam" no Vale da Morte, no deserto de Mojave, na Califórnia.

Algumas destas pedras chegam a pesar 300kg. Elas ficam em um lago seco, plano e rodeado por montanhas. Em algumas épocas do ano, este lago se enche com água da chuva, que evapora rapidamente.

Estas pedras se movem, deixando um rastro na terra por dezenas de metros. Mas, desde que elas começaram a ser estudadas por cientistas, nos anos 1940, ninguém as havia visto se mover.

Isso fez com que surgissem várias teorias para o fenômeno, algumas delas bastante exóticas, atribuindo seu movimento a campos de energia poderosos, ao magnetismo da Terra e até mesmo a extraterrestres.

Até que finalmente, em dezembro passado, o pesquisador Richard Norris, da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, e seu primo James Norris puderam presenciar e captar em imagens o fenômeno.
Capa de gelo

Lago só fica cheio por um breve período

Eles explicam em um estudo publicado nesta semana na revista PLOS ONE que tudo começa quando a chuva produz uma capa de água sobre o terreno seco, criando um lago superficial.

Durante a noite, essa água se congela, formando uma capa de gelo de cerca de três a seis milímetros na qual ficam presas as bases das rochas.

Quando o sol sai, o gelo começa a quebrar, criando placas de vários metros de largura que se deslocam com o vento.

Assim, as pedras se movem sobre o barro, impulsionadas pelas placas de gelo, a uma velocidade de dois a cinco metros por minuto, formando os famosos sulcos na terra.

As trajetórias dependem da velocidade e da direção do vento e da água que se encontra abaixo do gelo.

Segundo Richard, o fenômeno não é frequente porque quase não chove no Vale da Morte, e as temperaturas médias são elevadas.
Chuva, frio e vento

Para que possa ocorrer, é preciso que tenha chovido e que a temperatura baixe a cerca de 0ºC antes que a água evapore.

Por fim, o vento precisa ter força suficiente para mover as placas e, junto com elas, as rochas.

Na época em que Richard e James presenciaram o fenômeno, no fim de 2013, havia chovido bastante na região e até mesmo nevado.

Há alguns meses, Ralph Lorenz, pesquisador do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, e um dos autores do estudo publicado nesta semana, explicou por que havia sido difícil captar o movimento das rochas.

"Elas estão em uma área remota, de difícil acesso e protegida, onde não se pode acampar e há muitas restrições do que as equipes podem levar para lá", disse.

Além disso, "a maioria dos deslocamentos ocorre quando está frio, chovendo e ventando, o que dificulta captá-los."
BBC Brasil

A origem do planeta terra

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Europa é a principal ameaça para a economia mundial?

Marcelo Justo
Da BBC Mundo



Desemprego na Zona do euro atinge níveis recorde

A zona do euro dá sinais de desalento. O pacote de austeridade implementado após a crise não funcionou, o desemprego segue em níveis recorde, dois de seus principais países, França e Itália, estão em recessão, o fantasma da deflação avança e o conflito na Ucrânia parece não ter fim.

Nem sequer o motor da economia alemã foi suficiente para estancar a queda de crescimento nos 18 países que usam o euro como moeda.


De abril a julho, a economia alemã contraiu 0,2%. A Zona do euro, por sua vez, teve crescimento nulo (0%).

A última tentativa de reverter tal cenário foi tomada na quinta-feira, 4, quando o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote para estimular os empréstimos no bloco e evitar a recessão. Cerca de 1 trilhão de euros (R$ 3 trilhões) podem ser injetados na economia. Além disso, os juros caíram mais uma vez, passando de 0,15% ao ano para 0,05% ao ano. Os detalhes da operação, contudo, só serão conhecidos no mês que vem.

Segundo Simon Tilford, vice-diretor do Centro para a Reforma Europeia, entidade sediada em Londres, o euro tornou-se "o elo mais fraco" da economia global.

"O único atenuante é que o mundo acabou se adaptando a uma crise de anos. Mas a Zona do euro é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos e tem um impacto direto sobre outras regiões", disse ele à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Austeros x Keynesianos

A nível global, a zona do euro é a região que registrou o pior crescimento em 2013 e que também deve crescer menos neste ano e no próximo, bem abaixo dos Estados Unidos, dos emergentes asiáticos ou da África Subsaariana.

A região também vive um dilema do ponto de qual modelo econômico seguir. Os europeus estão polarizados entre a austeridade imposta pela Alemanha (com o apoio da Holanda, Áustria, Finlândia e até Espanha) e o aumento do gasto público defendido por França e Itália (apoiados por Portugal e Grécia) para combater os efeitos da crise.

A recente turbulência no gabinete do presidente francês, François Hollande, é o melhor exemplo de como essa dicotomia austero-keynesiana se reflete em cada país.

No caso da França, o "socialismo liberal" do novo ministro da Economia, Emmanuel Macron, acabou se sobrepujando ao modelo keynesiano-intervencionista encarnado pelo ministro de Renovação Industrial, Arnaud Montebourg.


Desemprego na Zona do euro atinge níveis recorde

"A mudança que François Hollande defendia em conjunto com a Itália e a Espanha para combater a austeridade defendida pela Alemanha não aconteceu. O resultado é que a austeridade de Angela Merkel segue fortalecida. O problema é que essa austeridade também não tem dado muito resultado", diz Tilford.
Cúpulas

A vitória frágil da austeridade aconteceu na última cúpula dos 28 países da União Europeia (18 da Zona do euro mais dez que mantiveram suas moedas), no final de agosto.

Diante dos dados econômicos negativos e o risco de agravamento da crise, os líderes europeus defenderam, no início do encontro, a necessidade de medidas urgentes.

Mas em que consistiram as medidas aprovadas?

No próximo dia 7 de outubro, vai ser realizada uma nova cúpula, a terceira em menos de um ano sem resultados expressivos.

Os encontros cada vez mais constantes se devem em grande parte à necessidade de os líderes europeus responderem ao público interno ante as suas promessas, por necessidade ou convicção, sob as bandeiras da austeridade ou do keynesianismo.

O problema é que o tempo está se esgotando, pelo menos economicamente.

A crise europeia, que começou nos setores bancário e financeiro (2008) e se tornou soberana, é hoje, também, uma crise de crescimento.

Alemanha, França e Itália, que juntas respondem por dois terços do PIB na área do euro, estão ou à beira de uma recessão (Alemanha), ou estagnada (França) e com quase nenhum crescimento desde o lançamento do euro há 15 anos (Itália).

O restante não pode compensar a queda dos três gigantes e nenhuma estratégia alternativa se vislumbra no horizonte.

"Não há investimento estatal porque a austeridade fiscal reina. Não há investimento privado porque o setor só quer se endividar novamente quando tiver certeza que a crise já passou. Já os consumidores não estão gastando por causa das dívidas acumuladas e pela cautela frente à atual conjuntura econômica. O resultado é que não há como retomar o crescimento", diz Tilford.

Para piorar a situação, o think-tank DER estima que a crise na Ucrânia poderia custar para a Europa cerca de 400 bilhões (R$ 1,1 trilhão) devido às perdas resultantes das exportações, do financiamento do Estado ucraniano e dos negócios no setor de energia. O país mais atingido seria a Alemanha.


Economia alemã dá sinais de desaceleração
Super Mario?

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, reconheceu que a política atual não estava dando o resultado esperado em uma conferência da autoridade monetária no último dia 22 de agosto.

Draghi disse que faria "tudo o que fosse necessário" para evitar uma queda maior da inflação (também chamada de "deflação").

A declaração lembrou outra intervenção bem sucedida do italiano em 2012, quando discorreu sobre como as taxas de juros da Itália e da Espanha poderiam colocar em risco a sobrevivência da Zona euro.

A declaração valeu-lhe o apelido "Super Mario". O dilema agora é se Draghi conseguirá reproduzir os feitos do personagem que lhe inspirou na economia real.

Em junho, o BCE cortou novamente as taxas de juros, que estão em seu nível mais baixo desde que a criação do euro, e prometeu empréstimos mais baratos a bancos para aumentar o volume de crédito à produção e o consumo.

Mas a luta que Draghi trava com a Alemanha no BCE diz respeito ao afrouxamento monetário, conhecido em inglês como "quantitative easing".


Protestos eclodiram nas principais cidades europeis contra as medidas de austeridade

Por esse sistema, o banco central europeu compra títulos de governos na mão de bancos privados para aumentar a liquidez dessas instituições e permitir-lhes ter dinheiro para emprestar, o que, em última análise, ajuda a movimentar a economia.

A política vem sendo aplicada nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, com resultados distintos.

Parte desse capital adicional impulsionou o crédito, mas também levou à especulação financeira, especialmente nos chamados países emergentes, incluindo o Brasil e Chile, causando instabilidade nos mercados.
Sobrevivência do euro

Diante desse cenário, o fantasma de uma eventual dissolução da zona do euro – prenunciada com a crise da dívida soberana em 2010 - volta a rondar a região.

Entre as razões pelas quais isso ainda não aconteceu estão o custo multimilionário e a extrema instabilidade que seria trazida com a re-adoção das moedas nacionais (fraco, peseta, lira, marco alemão, etc).

No entanto, em sua edição de agosto, para marcar os dez anos de criação da moeda comum europeia, a revista britânica The Economist afirmou que o perigo ainda está no ar.

"Se o euro continuar a trazer estagnação, desemprego e deflação, as pessoas vão acabar por abandoná-lo. O risco que um ou mais países optem por esse caminho cresce a cada dia”, assinalou a revista.


Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi ganhou o apelido de 'Super Mario'

Essa crise política se manifestou nas eleições para o Parlamento Europeu em maio deste ano com o crescimento de partidos extremistas e xenófobos, de um lado, e com apostas sobre uma Europa sem o euro, de outro.

Tilford, do Centro para a Reforma Europeia, diz acreditar que o euro só sobreviveu até agora porque não houve “crises políticas graves”.

"Houve protestos, novos movimentos e partidos, mas nada que não seja administrável", diz.

"É uma faca de dois gumes, pois criou uma complacência na classe política que parece esperar que, de uma forma ou de outra, que essa situação se resolverá sozinha. O resto do mundo terá que conviver por mais tempo com crise na Zona do euro".
BBC Brasil

domingo, 14 de setembro de 2014

Notícias Geografia Hoje


China amplia influência sobre Argentina


FELIPE GUTIERREZ
DE BUENOS AIRES
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA



O crescimento da influência da China sobre a Argentina nunca foi tão visível quanto em 2014. Medidas inéditas de apoio financeiro anunciadas neste ano somam-se à invasão de produtos chineses no mercado vizinho.

O avanço ocorre a despeito da decisão do Brasil de priorizar as relações políticas e comerciais com a Argentina nos últimos anos. Diante da situação financeira difícil que vive o país vizinho, é de Pequim que partem os principais acenos de ajuda.

Num intervalo de poucas semanas, a China anunciou cerca de US$ 7 bilhões em financiamentos para obras de infraestrutura e um acordo com o Banco Central argentino que permitirá a entrada de US$ 11 bilhões no país —US$ 700 milhões até o fim do ano.

O acordo é vital para o governo de Cristina Kirchner, que sofre com a falta de dólares. As reservas internacionais estão em cerca de US$ 28 bilhões, o que pode levar a dificuldades em honrar pagamentos com o exterior.
O dinheiro virá inicialmente em yuan (moeda chinesa), que a Argentina poderá converter. Depois, virá em dólar.
Editoria de Arte/Folhapress 


PRINCIPAL PARCEIRO

A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil na região e destino de grande parte dos bens manufaturados nacionais. Apesar disso, segundo representantes do governo ouvidos pela Folha, seria difícil justificar uma ajuda financeira ao vizinho num momento de baixo crescimento e de dificuldades fiscais no Brasil (o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não comentaram oficialmente o tema).

A China vem aproveitando a brecha. Além do acordo entre os bancos centrais, o governo chinês anunciou em julho que vai financiar com US$ 4,7 bilhões a construção de duas grandes hidrelétricas e com outros US$ 2,1 bilhões a renovação de uma ferrovia.

Os financiamentos ajudam a impulsionar as vendas ao país, como foi o caso dos vagões de trens chineses à Argentina, fechadas em 2010. A compra foi financiada por Pequim, que liberou uma linha de US$ 10 bilhões ao país.

À montanha de dinheiro soma-se US$ 11,4 bilhões que os bancos chineses despejaram na economia argentina em empréstimos de 2005 a 2011, segundo dados do centro de estudos americano Inter-American Dialogue.

No mesmo período, o BNDES, banco de fomento brasileiro, direcionou US$ 2,5 bilhões a companhias com obras no país vizinho.

A inação brasileira na Argentina vêm sendo acompanhada de uma fatura alta: a fatia detida pelo Brasil no mercado argentino caiu de 36,4%, em 2005, para 22,5%, de janeiro a julho deste ano. A da China subiu de 5,3% para 16,2% no mesmo período.
Folha de S. Paulo

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Xenofobia no Japão

Japão recebe críticas da ONU após onda de xenofobia nas ruas

Ewerthon Tobace
De Tóquio para a BBC Brasil



"Estrangeiros só poderão entrar se estiverem acompanhados de um japonês", diz a placa


Uma recente onda de casos de xenofobia tem causado grande preocupação no Japão e levou a ONU a pedir que o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe tomasse medidas concretas para lidar com o problema.

As principais vítimas nesse incidentes têm sido comunidades estrangeiras como a de coreanos e chineses, além de outras minorias chamadas de "inimigas do Japão".

Um exemplo dos abusos é um vídeo que se tornou viral e circula pelas redes sociais. Mostra um grupo de homens da extrema-direita com megafones em frente a uma escola sul-coreana em Osaka.

Eles insultam os alunos e professores com palavrões, fazem piadas com a cultura do país vizinho e ameaçam de morte os que se atreverem a sair do prédio.

Um relatório do Comitê de Direitos Humanos da ONU encaminhado ao governo japonês, destaca a reação passiva dos policiais em manifestações deste tipo.

As autoridades têm sido criticadas por apenas observarem, sem tomarem nenhuma atitude efetiva para conter os abusos.

No final de agosto, o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial solicitou que o país "abordasse com firmeza as manifestações de ódio e racismo, bem como a incitação à violência racial e ódio durante manifestações públicas".

Desde 2013, o Japão registrou mais de 360 casos de manifestações e discursos racistas.

A questão ganhou os holofotes da mídia e está sendo amplamente debatida pelo partido governista, o Liberal Democrático.

Um caso que está sendo visto como teste para a Justiça japonesa nesta área é a ação movida, no mês passado, por uma jornalista sul-coreana, Lee Sinhae, contra Makoto Sakurai, presidente do grupo de extrema-direita Zaitokukai, por danos morais.


Ela quer uma indenização depois de ser "humilhada" por textos discriminatórios na internet.

"O que me preocupa é que muitos destes discursos estão deixando o anonimato da internet e já chegaram às ruas", disse Lee em uma coletiva de imprensa.

A jornalista alertou que várias crianças estão tendo contato com este tipo de pensamento e replicam no ambiente escolar, gerando casos de bullying.
Lei

No Japão, não há uma lei que proíba discursos difamatórios ou ofensivos. Para os opositores, banir os discursos de ódio pode acabar interferindo no direito das pessoas à liberdade de expressão.

Mas o país é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que entrou em vigor em 1969, e que reconhece expressões discriminatórias como crime.

Pela Convenção, os países seriam obrigados a rejeitar todas as formas de propaganda destinadas a justificar ou promover o ódio racial e a discriminação e tomar ações legais contra eles.

Segundo as Nações Unidas, o governo japonês ainda tem muito para fazer nesta área. O comitê da ONU insistiu para que o Japão implemente urgentemente "medidas adequadas para rever a sua legislação", em particular o seu código penal, para regular o discurso de ódio.
Exclusão dos estrangeiros

Para o escritor, ativista e pesquisador norte-americano naturalizado japonês Arudou Debito, "(essas atitudes discriminatórias) têm se tornado cada vez mais evidentes, organizadas e consideradas 'normais'".

Debito coleciona, desde 1999, fotos de placas de lojas, bares, restaurantes, karaokês, muitas delas enviadas por leitores de todo o Japão, com frases em inglês - e até em português - proibindo a entrada de estrangeiros.

A coletânea virou livro, intitulado Somente japoneses: o caso das termas de Otaru e discriminação racial no Japão.

Debito se diz ainda preocupado que, com a divulgação cada vez maior dos pensamentos da extrema-direita, a causa ganhe cada vez mais "fãs".

"No Japão ainda há a crença de que é pouco provável haver o extremismo em uma 'sociedade tão pacífica'", explicou.

"Eu não acredito que seja tão simples assim. Ignorar os problemas de ódio, intolerância e exclusivismo para com as minorias esperando que eles simplesmente desapareçam é um pensamento positivo demais e historicamente perigoso."


Aviso em um hotel de águas termais alerta que estrangeiros não podem entrar


Brasileiros

A comunidade brasileira no Japão também é alvo constante de atitudes discriminatórias. Quarto maior grupo entre os estrangeiros que vivem no país, os brasileiros estão constantemente reclamando de abusos gerados por discriminação racial e o tema é sempre levantado em discussões com autoridades locais.

O brasileiro Ricardo Yasunori Miyata, 37, é um dos que foi à Justiça depois que o irmão foi confundido com um ladrão em um supermercado de uma grande rede, na cidade de Hamamatsu, província de Shizuoka.

"O problema foi a abordagem. O segurança chegou gritando, como se ele fosse bandido e, mesmo depois de provado que tudo não passou de um engano, ele (o segurança) justificou que faz parte da índole do brasileiro roubar e que não poderíamos reclamar pois deveríamos estar acostumado com este tipo de coisa", contou o rapaz, ainda indignado.

O caso aconteceu há quatro anos, mas até hoje Ricardo divulga a história para que outros não passem pelo mesmo constrangimento pelo qual ele e a família passaram.

"Acionamos a polícia, fizemos a reclamação na matriz da rede, procuramos um advogado e, por semanas, os gerentes do supermercado tentaram nos convencer a não entrar com processo", lembra.

Depois de três meses, foi feito um acordo. "A rede trocou a empresa que faz a segurança local, pagou todas as despesas com advogados e exigimos ainda que os gerentes pedissem desculpas em público", contou Ricardo.

Há 20 anos morando no Japão, o brasileiro lembra que antigamente a situação era bem pior. "Quando entrava brasileiro em supermercados, por exemplo, geralmente tocavam uma música brasileira. Era um sinal para avisar os funcionários de que havia estrangeiro na loja", contou.

Ricardo já foi barrado em bares e também sofreu todo tipo agressão verbal. "Esse tipo de discriminação existe, é visível e constante. Enquanto as autoridades e a própria mídia não tomarem uma posição, esses abusos vão continuar acontecendo", destacou.
BBC Brasil

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