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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

‘Asa Branca’, o hino dos nordestinos



‘Asa Branca’, o hino dos nordestinos

‘Asa Branca’ imortalizada na voz de Luiz Gonzaga. A música ficou em 4º lugar entre as 100 mais importantes da história do Brasil. Duas versões da música foram gravadas na parceria com Humberto Teixeira.
– por Mário Flávio

No dia 3 de março de 1947 Luiz Gonzaga gravava pela primeira vez nos estúdios da RCA, no Rio de Janeiro, a canção que ficaria imortalizada como hino dos nordestinos. Uma composição dele com o médico Humberto Teixeira, que passou dois anos para ser concretizada. A gravação foi acompanhada pelo grupo de Regional do Canhoto.

Ao fim do trabalho, Canhoto, líder do grupo, olha para Gonzaga e diz que a “letra era música para cego pedir esmolas”. Sai dos estúdios e zomba com um chapéu pedindo esmolas ao som da canção. Mal sabia Canhoto que Asa Branca iria ser um nos maiores sucessos da música brasileira.

Regional do Canhoto

Foram duas versões da música que virou referência e marca de um povo. A primeira foi gravada pelo próprio Gonzaga em forma de toada e logo fez sucesso, levando o artista pela primeira vez ao cinema, tocando a música no filme ‘O Mundo é um Pandeiro’.


Nesta época, Gonzaga já havia iniciado a transposição dos gêneros musicais nordestinos para a mescla com o choro carioca. Asa Branca foi essencial para preparar o terreno para o Baião, que seria gravado ano seguinte e viraria uma febre nacional.

O sanfoneiro logo percebe que uma repaginação poderia ser a saída para reinventar a toada. Talvez Luiz Gonzaga não imaginasse o tamanho da proporção que Asa Branca ganharia ao gravar um Baião com a mesma letra. Essa nova versão foi lançada três anos mais tarde, em 1950, num compacto que trazia ‘Paraíba’ do outro lado, o que aumentou ainda mais o sucesso, já que as duas canções ecoaram nas rádios e vitrolas do Brasil
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Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

O professor e historiador Armando Andrade diz que a identidade do cantor se confunde com a letra de Asa Branca. Para ele a canção é marca registrada de Gonzaga. É nela que se misturam o homem, a música e seu povo. “A partir de Asa Branca o Brasil viu o drama através da voz do próprio nordestino. É dessas coisas que a poesia e a literatura conseguem fazer, transportar através da linguagem as pessoas a vivenciar a dor do outro” diz.

Outra característica marcante de Asa Branca é a saudade do amor perdido com o exílio forçado devido a seca. Se os clássicos traziam as guerras como o motivo da partida do homem e a promessa de volta para o grande amor, em Asa Branca, é a seca que expulsa o homem e a ave, numa metáfora que se estende à condição humana.




“Talvez aí resida a universalidade e aceitação pelo grande público, além de retratar a real condição das famílias nordestinas. A promessa da volta do homem para seu grande amor está presente desde a literatura grega, como a Odisséia. É um tema universal com que todos se identificam”, diz Armando Andrade.

A força de Asa Branca pôde ser vista em 2009, quando a Revista Rolling Stone Brasil, publicou uma lista com as 100 maiores músicas da história do país. Um honroso 4º lugar, ficando atrás de clássicos como Carinhoso, Águas de Março e Construção.

O tempo passou e Asa Branca segue inspirando artistas de outras gerações. Anderson do Pife, que mora em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, diz que enquanto estudante de música, acredita que a letra é parte de um método brasileiro de ensino de música popular. “Essa melodia composta por conjuntos e de fácil execução, traduz o início de uma trajetória musical para quase todos os que iniciam seus estudos com ou sem ajuda de profissionais da área”, diz.

Luiz Gonzaga, por Zé Lourenço (xilogravura)

Ele disse ainda que a música r
Luiz Gonzaga – Asa Branca

etrata poesia, cotidiano, paisagem e todo o referencial histórico do Nordeste. “Eis o hino do Nordeste e a primeira música que aprendi a tocar. Essa é a força que representa a Asa Branca em minha vida”, finaliza.
Luiz Gonzaga, por José Lourenço (Xilogravura)

Texto/fonte: G1

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Terra Sertaneja


A Letra desta música trata da questão da terra (má distribuição) e suas consequências para sociedade Brasileira, tendo como ponto fundamental a questão da reforma agrária no país.

Terra Sertaneja
Ademar Bogo
Somos milhões de companheiros e companheiras buscando a libertação da terra, de homens e mulheres em um país onde a terra vale ouro e os seres humanos, alguns gramas de chumbo moldados em balas que fazem sangrar o destino do nosso povo sofredor!

Na arte de resistir às tentativas da destruição dos nossos sonhos, trincheiras da criatividade, se revela a rebeldia dos poetas e dos cantadores filhos da terra e da esperança no palco imaginário para onde marcham as colunas dos grandes guerreiros e lutadores sem terra.

A terra no seu suspiro nos abençoa e agradece através das nuvens de poeira provocadas pelos rígidos pés descalços que seguem destemidos, construindo esta grande irmandade de companheiros em busca da dignidade perdida. Seguimos cantando.

Na poesia do cantador se misturam o desejo da terra de homens na grande sinfonia da esperança que aponta o horizonte e o longe fica perto quando se caminha adiante.

As cordas movem paixões. 0 sentimento, as pulsações, o sonho de vencer, os corações. Cantar pois é mais que um prazer quando as vozes brotam de forças em movimento que ao som suave de belas melodias elevam foices e facões rompendo cercas, retirando morões para ver nascer o novo dia.

Assim a terra se converte em causa, a liberdade se converte em sonho, o grito forte se converte em guerra e o povo todo segue um só caminho na trilha estreita plantando futuro.

Que a noite escura da dor e da morte passe ligeira, que o som dos nossos hinos anime nossas consciências e que a luta redima nossa pobreza, que o amanhecer nos encontre sorridentes festejando a nossa liberdade.
Esta música é do CD Arte em movimento

Letras de músicas: Editado por Else R. P. Vieira
www.landless-voices.org

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