Pesquisa cria índice global de saúde dos mares
DO "NEW YORK TIMES"
Um grupo de cientistas acaba de produzir o primeiro índice
global de saúde dos oceanos, uma ferramenta que deve ajudar a avaliar o estado
dos mares da Terra.
O índice leva em conta os principais fatores que influenciam
a qualidade dos ecossistemas marinhos e das atividades econômicas que dependem
deles: a viabilidade da pesca, a presença de biodiversidade, a capacidade dos
mares de estocar gases do efeito estufa e o turismo, entre outros quesitos.
Cada um dos dez fatores recebe uma "nota" de 0 a
100, que depois é ponderada para chegar a uma nota da saúde geral do mar em
cada região do planeta.
A pesquisa, publicada na revista científica britânica
"Nature", deu uma pontuação de 60 à média da saúde dos mares do
planeta. Entre as regiões, a nota mais baixa, 36, foi para Serra Leoa, no oeste
da África. A mais alta foi 86, para a ilha Jarvis (desabitada), perto do Havaí.
O Brasil, com uma nota geral de 62, se saiu ligeiramente melhor que a média dos
países.
"Não dá para fazer o manejo sustentável da saúde do
oceano sem ter uma ferramenta para medi-lo", explica Ben Halpern, diretor
do Centro de Avaliação e Planejamento Marinho da Universidade da Califórnia em
Santa Barbara e um dos líderes do projeto. Para ele, o índice dá às populações
que exploram os oceanos uma ideia de como suas práticas afetam os recursos
marinhos dos quais dependem para viver.
Segundo Halpern, a "nota" geral de 60 indica que,
embora muita coisa precise ser melhorada, "há coisas boas acontecendo"
em termos de conservação marinha.
A maioria das regiões marinhas estudadas pelo projeto ficam
em águas a uma distância máxima de 350 km da costa de cada país, as chamadas
zonas econômicas exclusivas nacionais, sobre as quais cada país tem direitos de
exclusividade de exploração.
No geral, países em desenvolvimento tiraram notas mais
baixas, enquanto as nações mais ricas tinham pontuação mais elevada. Há, porém,
exceções: países pobres como Seychelles e Suriname tinham pontuação alta,
contra notas baixas da Polônia e de Cingapura.
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