segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A encruzilhada da Terra

O que fazer para diminuir o impacto do aquecimento global? O problema é sério, pois envolve mudanças em todo o planeta. Mas há soluções

Texto: Martha San Juan

Queimadas na Amazônia: números de 2006 indicam redução em relação ao ano anterior, mas ainda é pouco para evitar o aumento do aquecimento global
A idéia de que a espécie humana pudesse alterar alguma coisa tão complexa como o clima da Terra foi no passado motivo de descrença. Não é mais. No último século, a temperatura do planeta subiu 0,7 grau e, nos próximos 100 anos, o aumento pode ficar entre 1,4 e 5,8 graus, dependendo do que for feito para limitar as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases na atmosfera. Os dados, anunciados em Paris, no mês de fevereiro de 2007, foram levantados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), um grupo de cientistas formado em 1988, sob a coordenação da ONU (Organização das Nações Unidas), que se reúne regularmente para atualizar as informações sobre o clima.

Em abril, integrantes desse painel, representando 130 países, reunidos em Bruxelas, descreveram como essas mudanças climáticas afetam cada continente. E, em maio, nova reunião em Bangcoc, apresentou as estratégias para lidar com a crise ambiental, que servirão de ponto de partida para as discussões sobre mudanças climáticas entre os países mais industrializados do planeta no início de junho.

Antártida - O derretimento do gelo já lançou ao mar água que estava aprisionada há milhares de anos, elevando o nível dos oceanos

O mundo tem a tecnologia e o dinheiro necessários para diminuir as emissões de gases perigosos para a atmosfera, mas precisa de um compromisso político dos governos para evitar as mudanças climáticas anunciadas, concluíram os cientistas. Na prática, significa que a sociedade moderna deve diminuir a dependência dos combustíveis fósseis, promover a eficiência energética, adotar a energia renovável e a polêmica energia nuclear, além de aplicar novos padrões na agricultura, construção civil, transporte e coleta de lixo.

O caso do Brasil

O relatório dos cientistas em Bangcoc chama a atenção para os biocombustíveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, e levanta a questão delicada de como as economias ricas podem financiar países como o Brasil a evitar o desmatamento. Os olhos estão voltados para a Amazônia, cujo papel no equilíbrio atual do clima da Terra é fundamental, pois a floresta atua como um gigantesco reservatório de carbono (100 a 400 milhões de toneladas por ano), além de funcionar como um regulador atmosférico e influenciar no estabelecimento do regime de chuvas em toda a América do Sul e outros continentes.

Apesar disso, desmatamento e queimadas respondem por uma emissão de 200 a 300 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano no Brasil. “Essa é a principal contribuição brasileira para as mudanças climáticas, pois toda a queima de combustíveis fósseis no País não chega a 100 milhões de toneladas”, diz Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integrante do IPCC. Se fosse levada em consideração apenas a carga de emissões no setor energético (petróleo, gás e carvão), o Brasil estaria bem atrás na lista dos que mais contribuem para o aquecimento global, pois utiliza principalmente energia de hidrelétricas. Mas as queimadas na Amazônia colocam o País em quarto lugar entre os maiores emissores.

O caso brasileiro passa necessariamente pela conservação da maior floresta tropical do planeta. E pelo aprimoramento de uma matriz energética limpa e renovável, além da realização de um levantamento das vulnerabilidades regionais e setoriais dos problemas originados pelo aquecimento global. Como diz o pesquisador Carlos Nobre, o Brasil, e toda a América Latina, não tem uma idéia exata de quais são as mudanças climáticas mais significativas que estão ocorrendo nesse momento no continente. E como fazer para diminuir os seus efeitos.

No entanto, um relatório elaborado por cientistas do Inpe mostra que, até meados deste século, cerca de 18% da Floresta Amazônica pode virar uma vegetação rala, semelhante à de uma savana. Além disso, o semi-árido deve sofrer com a diminuição das chuvas. O aumento de temperatura naquela região pode levar a um acréscimo da evaporação dos lagos, açudes e reservatórios de água, agravando o problema das secas e da desertificação, com a conseqüente intensificação dos problemas sociais já existentes no Nordeste. No Sul, as mudanças no clima podem incluir mais chuva e conseqüentemente um crescimento na produção de energia do País.

O que já está sendo feito

Pelo Protocolo de Kyoto, implementado em 2005 – a primeira proposta concreta de início do processo de estabilização das emissões de gases do aquecimento global –, o Brasil não precisaria se comprometer com algum tipo de meta para reduzir suas emissões. Essas metas foram aplicadas apenas aos países mais industrializados, que devem estabilizar suas emissões até 2012 nos níveis de 1990. Mas o Brasil pode usufruir de um dispositivo do protocolo, que permite às empresas dos países ricos investir em projetos mais baratos de purificação do ar localizados nos menos desenvolvidos. Em troca, elas recebem “créditos de carbono” abatidos de suas metas de emissão de gases.

Até agora, os projetos em andamento no País referem-se à geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis e à captação e combustão de gases do aquecimento global de resíduos urbanos, como nos aterros sanitários. Mas existem oportunidades relativas à eficiência e racionalização do uso de energia e substituição de fontes de energia fósseis por renováveis. Isso sem contar com o potencial de redução de emissões por projetos de reflorestamento, cuja metodologia ainda não foi regularizada.


Indonésia - O aumento do nível do mar ameaça milhares de ilhas e cidades costeiras


O Brasil é o terceiro país em número de projetos de créditos de carbono (221 submetidos à ONU até abril de 2007), atrás apenas da Índia (623 projetos) e da China (446); e já conseguiu uma redução de 198 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano. A título de comparação, o mundo está produzindo cerca de 25 bilhões de toneladas de CO2 por ano e esse volume cresce cerca de 1 bilhão de toneladas a cada dois anos. O relatório de Bangcoc aponta que a meta deve ser eliminar pelo menos 1 bilhão de toneladas de emissões por ano.

Além disso, seguindo a tendência mundial, as empresas brasileiras também estão investindo em tecnologias limpas, economia de recursos, reciclagem e substituição de matérias-primas visando diminuir o impacto de suas atividades no clima. Empresas como Alcoa, Petrobras e Votorantim se aliaram a organizações ambientalistas, como a WWF e o Greenpeace, além do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) no lançamento do Pacto de Ação em Defesa do Clima, em abril, em São Paulo. Individualmente, essas empresas já estão fazendo sua lição de casa. A Alcoa, por exemplo, adotou voluntariamente metas de redução de emissões de 25% entre 1990 e 2010. A Petrobras se volta para novas tecnologias relativas à eficiência energética e ao uso de fontes alternativas ao petróleo. A VCP, subsidiária da Votorantim que trata da produção de papel e celulose, se une a outras empresas do setor, como a Aracruz e a Suzano, na adoção de projetos de reflorestamento.

Mesmo empresas com produtos e serviços com baixa intensidade de emissões estão se adaptando aos novos tempos. A Sadia, por exemplo, investiu em um biodigestor para evitar a emissão de metano na atmosfera originado de dejetos de suínos. A McDonald’s, por sua vez, se uniu ao Greenpeace e instituiu uma moratória sobre a compra da soja de produtores que desmataram suas áreas de cultivo. A Philips investe na produção de lâmpadas com menor impacto ambiental. Substituir uma lâmpada incandescente de 75W por uma compacta fluorescente de 20W, que produz a mesma quantidade de luz, evita o lançamento de até 590 quilos de CO2 na atmosfera durante sua vida útil. As mudanças se referem até mesmo à reavaliação das emissões emitidas em toda a cadeia de negócios, como fez a fabricante de cosméticos Natura, visando diminuir as emissões e custos da energia em cada etapa.

Degelo no continente antártico ocorre em ritmo recorde. Processo reforça aumento do nível dos mares
O interesse das empresas em compensar suas emissões de CO2 está fortalecendo o projeto Florestas do Futuro, da SOS Mata Atlântica, destinado ao plantio de árvores em áreas privadas de mata ciliar, próximas de mananciais de água. Segundo Adauto Basílio, diretor de captação de recursos da ONG, a meta do projeto era plantar 550 mil árvores entre novembro de 2007 e março de 2008. Em fevereiro, a SOS Mata Atlântica já havia conseguido os recursos necessários para isso. Por esse programa, as empresas, interessadas em neutralizar suas emissões, plantam o equivalente em absorção de carbono pelas árvores para neutralizar suas emissões, levando em conta aspectos como transporte, gasto de energia na produção e despejo de resíduos, por meio do plantio.

A polêmica do etanol

O Brasil investe também no etanol extraído da cana-de-açúcar como combustível para automóveis. As emissões da queima da cana são absorvidas por novos plantios, enquanto os gases produzidos por combustíveis fósseis permanecem na atmosfera e contribuem para o aquecimento global. Além disso, o etanol da cana custa menos e se mostra oito vezes mais eficiente do ponto de vista energético do que o etanol do milho, matéria-prima usada nos Estados Unidos. Em março, o presidente americano, George W. Bush, esteve no Brasil para propor uma parceria na produção de biocombustíveis para aumentar em até cinco vezes o uso do etanol no seu país até 2017.

Embora o presidente Lula seja favorável ao programa, especialistas pedem cautela no uso intensivo desse tipo de combustível por temer a expansão da área cultivada para zonas de cerrado e floresta, o que, a longo prazo, pode significar mais queimadas e desmatamento e, conseqüentemente, aumento das emissões de CO2. Além disso, a expansão do cultivo da cana pode ter um efeito prejudicial sobre os preços dos alimentos básicos, pois substituiria esses produtos. Segundo os especialistas, o caminho da cautela consistiria em produzir energia limpa a partir do etanol, mas regenerando florestas e mantendo as que existem no território brasileiro.

Em palestra patrocinada por duas organizações não-governamentais preocupadas com o aquecimento global, a WWF e o Greenpeace, o físico José Goldenberg, uma das maiores autoridades brasileiras sobre o assunto, destacou: “O etanol está conseguindo reduzir as emissões dos carros de uma maneira modesta. Mas, do ponto de vista do Brasil, há uma coisa que é mais importante que todas as outras: reduzir o desmatamento. A Floresta Amazônica se constitui o maior depósito de carbono existente no mundo. Portanto, sua preservação é do interesse da humanidade”.

Mapa

Perguntas frequentes

O que é IPCC?
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), organizado pela ONU, reúne uma elite de 2.500 dos principais pesquisadores de mudanças climáticas do mundo para atualizar as informações sobre o clima. Ele existe há 19 anos e, atualmente, tem representantes de 130 países.

O planeta está esquentando mesmo?
De acordo com os cientistas do IPCC, o século 20 foi o mais quente dos últimos 500 anos, com aumento de temperatura média entre 0,3 e 0,6 grau. Um aumento de 1 grau na temperatura média da Terra é suficiente para alterar o clima de várias regiões de formas diferentes.

O que é efeito estufa?
A superfície do planeta, aquecida pelos raios solares, irradia energia na região do infravermelho. Se não existisse atmosfera, grande parte dessa radiação, depois de ser emitida da Terra, seria perdida para o espaço. Mas gases como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e outros, absorvem essa radiação, devolvendo parte dela para a superfície. Por isso, a Terra tem uma temperatura média amena de cerca de 14,5 graus. Mas o excesso desses gases na atmosfera, proveniente de indústrias, carros e queimadas, pode aumentar o calor da atmosfera.

De onde vêm os gases do efeito estufa?
São os gases liberados no ar pelas atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis – como o carvão, o petróleo e o gás natural. Esses três correspondem a bem mais da metade das fontes de energia do mundo, pois são a base das atividades industriais e dos transportes.
O metano e o óxido nitroso são gerados sobretudo pela decomposição do lixo, pela pecuária e pelo uso de fertilizantes. As queimadas das florestas também contribuem para reforçar o efeito estufa.

Por que as queimadas contribuem para o aumento do efeito estufa?
Os ecossistemas terrestres (incluindo vegetação e solo) desempenham importante papel no ciclo do carbono. A vegetação retira CO2 da atmosfera por meio da fotossíntese. O carbono retorna para a atmosfera na forma de CO2 por processos biológicos (respiração e decomposição da matéria morta). Esse equilíbrio entre a retirada do carbono e o retorno para a atmosfera é alterado pelo desmatamento e pelas queimadas. No Brasil, esses dois fatores são os maiores responsáveis pela contribuição do País ao aquecimento global.

O clima já está mudando?
Ao que tudo indica, está mudando mesmo. Há sinais nos distantes pólos e nas geleiras das montanhas que estão derretendo. Mas as mudanças também são percebidas no dia-a-dia, como o aumento da temperatura, das chuvas, das secas e dos furacões. Desde que os recordes de temperatura começaram a ser medidos, os dez anos mais quentes da história se situam a partir de 1995.

O nível do mar pode subir?
Sim, e isso já está acontecendo por causa do derretimento do gelo na Groenlândia e na Antártida. Mas, se a temperatura continuar a subir, o nível do mar pode se elevar muito mais – 18 a 59 centímetros no pior cenário. Isso representa uma grave ameaça para cidades costeiras e países localizados abaixo do nível do mar, como Bangladesh e Holanda, além das nações insulares da Polinésia.

Como os cientistas conseguem comparar o clima de hoje e do passado?
Isso é possível pela análise das bolhas de ar que ficaram presas em blocos de gelo do Ártico e da Antártida. Os cientistas sabem a idade das bolhas pela profundidade em que foram encontradas (o gelo se acumula em camadas ao longo dos milênios). Os dados comprovam que a Terra não está passando apenas por um ciclo natural de aquecimento e reforçam que as atividades
humanas interferem no clima.

O que é o Protocolo de Kyoto?
É o primeiro acordo internacional destinado a reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.
Ele prevê uma redução de 5,2% das emissões por parte dos países industrializados até 2012.
Embora tenha sido proposto em 1997, foi necessário esperar até 2005 para que 55 países, responsáveis por 55% do carbono lançado na atmosfera, o ratificassem e ele pudesse entrar em vigor. Um aspecto importante do protocolo é que apenas os países ricos são obrigados a reduzir suas emissões. Países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, que são grandes emissores, participam do acordo, mas não são obrigados a nada. No fim do ano, haverá nova rodada de negociações visando a amplicação do protocolo após 2012.

Quem emite mais dióxido de carbono?
O maior responsável pelas emissões de dióxido de carbono do planeta são os Estados Unidos. Apesar disso, o país se negou a ratificar o Protocolo de Kyoto, alegando que o compromisso iria interferir negativamente na economia americana.
O principal temor do governo é que outros países, com a economia em ascensão, como a China e a Índia, não sofram as mesmas restrições e se beneficiem dos freios que as mudanças podem trazer às indústrias do país.
O crescimento econômico da China e Índia levou esses países à lista dos maiores poluidores, à frente de Japão, Canadá, Alemanha e Austrália, que restringiram suas emissões. A China deve se tornar em breve o maior emissor de CO2 do planeta, se continuar com o atual modelo de desenvolvimento associado à poluição.

Quem sai mais prejudicado pelo aquecimento do planeta?
A ONU adverte que as sociedades mais pobres e menos desenvolvidas serão as mais vulneráveis às mudanças climáticas, pois não vão dispor de recursos, tecnologia e infra-estrutura para enfrentar os problemas decorrentes. Além disso, as sociedades mais pobres dependem mais de recursos hídricos e agrícolas, justamente os setores que mais devem sofrer com as mudanças. Para completar, é previsível que o calor traga um aumento de doenças como malária e cólera.

Qual o impacto do aquecimento global na segurança do mundo?
Segundo relatório encomendado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o mundo afetado pelas mudanças climáticas deve ser muito mais instável e perigoso. Uma mudança gradual (durante 50 ou 100 anos) pode ter soluções implementadas em tempo hábil. Mas, se nada for feito e as alterações no clima forem drásticas, haverá fome, aumento de migrações, disputa por recursos e, conseqüentemente, mais guerras.

Quais as medidas recomendadas pelo IPCC para impedir a catástrofe?
Em linhas gerais, o relatório propõe estabilizar as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em cerca de 450 ppm (partes por milhão) até 2015 (a concentração atual é de 430 ppm), com um impacto de redução do PIB de cerca de 2% até 2030 e 5,5% até 2050. Segundo os cientistas, se essas metas forem cumpridas, o aumento de temperatura estará controlado dentro de um limite seguro. O problema é que obedecer essas metas significa um desafio que exige vontade política dos governos e pressão das populações.

Onde se pode ler mais sobre o aquecimento global?
Depois que foi derrotado por George Bush como candidato a presidente dos Estados Unidos, Al Gore se afastou da política e passou a fazer palestras em empresas e universidades, discursando sobre as conseqüências das mudanças climáticas e o que pode ser feito para combatê-las. Em 2007, lançou Uma Verdade Inconveniente – nome do livro e do documentário sobre o tema, que ganhou o Oscar de 2007 e já é o terceiro mais visto de todos os tempos.

O investimento das empresas

Atualmente, considera-se no mundo empresarial que a preocupação com o meio ambiente, além de representar uma vantagem competitiva, é uma forma de reduzir desperdícios, evitar a degradação da diversidade biológica e oferecer serviços e produtos de melhor qualidade. Significa, entre outras coisas, economia de água, energia e matérias-primas por meio de racionalização do uso, reciclagem e aproveitamento de insumos e resíduos. Para o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), é possível compatibilizar o crescimento econômico com medidas para reduzir os efeitos do aquecimento global, apostando na eficiência energética e em fontes limpas de energia.
O mundo financeiro também incorporou critérios ambientais para a classificação das empresas em que é negócio investir. Há dez anos, instituições financeiras como o BBA Creditanstalt, adquirido pelo Itaú, o Unibanco e o ABN Amro Real consideram aspectos socioambientais na concessão de empréstimos. Além disso,
as maiores bolsas de valores do mundo, entre elas a Bovespa, em São Paulo, criaram normas para acompanhar o valor de ações das empresas em função desses critérios.
As empresas sabem que salvar o planeta da crise climática tem um preço. Segundo o último relatório da ONU, de Bangcoc, pode chegar a 2% do PIB mundial. Hoje, estima-se que esse valor seja de US$ 892 bilhões, ou mais de 80% do PIB do Brasil. Em 30 anos, qual será esse valor?

O que cada um pode fazer

• Informe-se, procure entender as causas das mudanças climáticas, suas conseqüências para o planeta,
o país e você.
• Discuta com as autoridades locais os efeitos do aquecimento global na sua comunidade, descubra o que é preciso fazer para enfrentar as catástrofes climáticas e cobre dos governantes medidas concretas para combater as causas.
• Economize energia em casa e no trabalho, apagando luzes desnecessárias. Desligue seus aparelhos quando
não estiverem em uso
• Compre aparelhos mais eficientes no uso de energia. Eletrodomésticos apresentam hoje uma classificação
de eficiência energética.
• Deixe mais o carro na garagem. Utilize transporte coletivo e bicicleta. Dê preferência para combustíveis
de transição como o álcool e o biodiesel.
• Evite desperdício de água. Em áreas sujeitas à seca, armazene água.
• Exija de sua prefeitura sistemas eficientes de drenagem urbana, de coleta e tratamento de esgotos, além de um manejo adequado dos resíduos sólidos, com o aproveitamento do metano dos aterros sanitários.
• Informe-se sobre habitações ecológicas que aproveitam a água da chuva, usam energia solar para iluminação e aquecimento e oferecem climatização natural.
• Diversifique a produção no campo. Faça o reflorestamento em sua propriedade da mata ciliar, na beira dos rios e nas nascentes, com espécies nativas.
• Apóie e participe de iniciativas, atividades, ações que promovam o combate ao desmatamento da Amazônia, que pressionem os governos e as empresas a adotarem políticas de combate ao desmatamento e a substituição
de energias sujas por energia positiva.
• Só compre móveis feitos com madeira certificada.

* Fonte: Cartilha do Greenpeace Mudanças do Clima, Mudanças de Vida. Como o aquecimento global já afeta o Brasil
Revista Horizonte Geográfico

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