Usado principalmente a partir da década de 1970, o termo choque do petróleo refere-se a uma significativa oscilação no valor do produto. A origem dessas variações no preço está diretamente relacionada à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Trata-se de um cartel que congrega os maiores exportadores do mundo, entre eles muitas nações árabes. Em 1973, a entidade utilizou o combustível como instrumento político, reduzindo a oferta de petróleo no mercado mundial. Foi sua resposta à ocupação das tropas israelenses nos territórios do Egito e da Síria, na batalha conhecida como Guerra do Yom Kippur. O preço do barril elevou-se tanto que a imprensa mundial denominou o fato de “primeiro choque do petróleo”.
Passados seis anos, veio novamente outra substancial elevação no preço do barril. Ocorrido em 1979, o “segundo choque do petróleo” foi motivado pelas intensas mudanças políticas pelas quais passara o Irã, um dos países da OPEP. A Revolução Iraniana, somada a uma nova redução na disponibilidade do recurso energético, contribuiu para que o valor do produto ultrapassasse a marca dos 30 dólares.
O conturbado panorama obrigou diversos países dependentes a procurar o “ouro negro” em outras áreas. Assim o Brasil lançou-se na busca de novas jazidas petrolíferas, alcançando pleno êxito em 1975, com a descoberta da Bacia de Campos, localizada no Rio de Janeiro. Além disso, fontes energéticas alternativas foram pesquisadas. Nesse mesmo ano, o governo federal criou o Programa Nacional do Álcool (Próálcool), cujo objetivo principal foi desenvolver um recurso a partir de uma fonte primária renovável, ou seja, álcool proveniente da cana-de-açúcar.
Recentemente, uma nova escalada no preço do barril foi vista, elevando o valor dos derivados vendidos no território. Para alguns estudiosos, essa ascensão será prolongada e já pode ser considerada um novo choque do petróleo.
Revista Discutindo Geografia - ed. 1
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