quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Efeito Estufa


Quando tudo corre normalmente, o efeito de estufa é um fenômeno natural, provocado por alguns gases da atmosfera, que mantêm o nosso planeta com as temperaturas certas, pois conservam apenas uma pequena parte da luz do Sol que chega à Terra.

A designação "efeito de estufa" foi originalmente utilizada pelo cientista sueco Svante Arrhenius, mas o fenômeno foi previsto pela primeira vez em 1827, pelo matemático francês Joseph Fourier.

E como é que funciona?
Muito simples! Os gases que existem na nossa atmosfera protegem a Terra de forma a que a luz do Sol (e o seu calor) se mantenha no planeta.

É tal e qual como uma verdadeira estufa, mas a diferença é que na Terra o vidro são alguns gases que existem na atmosfera! Assim, o calor que nos chega através do Sol mantém-se junto à superfície e aquece o planeta.

No entanto, a mão do Homem, nomeadamente através da poluição, está a alterar o clima em todo o planeta.

Sabia que, desde que se deu a Revolução Industrial (século XIX), a quantidade de dióxido de carbono libertada na atmosfera aumentou 25%?

E o que é que isto tem a ver? - perguntas tu.
Pois é, o problema de tudo isto é que, entre outros gases, o dióxido de carbono é um grande contribuinte para o aumento do efeito de estufa e, conseqüentemente, para o aquecimento global.


Como já deves ter ouvido falar, o aquecimento global é um problema que tem preocupado muito os cientistas e ambientalistas em todo o mundo.

É que, se a temperatura natural do nosso planeta aumentar demasiado, o clima da Terra (que deu origem à vida) pode tornar-se uma coisa do passado.

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente previu que, perto do ano 2025, a temperatura média do planeta terá subido cerca de 1,5ºC.

Sabe o que isto significa?
Este aumento de temperatura provocará, conseqüentemente, uma subida do nível médio da água do mar em cerca de 20 cm pelo derretimento das calotes polares.

E essa subida já se começa a notar. Como sabes, a maior parte da água existente no planeta encontra-se nos glaciares árticos que, em 1976, tinham uma espessura média de 6 a 7 metros e em 1987 já tinham apenas 4 a 5 metros.

Se os glaciares continuarem a derreter, algumas zonas perto da água e de baixa altitude poderão ficar alagadas. Por outro lado, as alterações climáticas vão provocar problemas nas colheitas.

Gases responsáveis pelo efeito de estufa:

Os principais gases que contribuem para a existência do efeito estufa são:
Gás Carbônico: Dióxido de carbono (CO2) esse gás pode permanecer até algumas centenas de anos na atmosfera e é responsável por cerca de 55% do efeito estufa.
Desde 1750, o dióxido de carbono atmosférico, aumentou mais de 30% devido às atividades antropogénicas.
Mantendo este ritmo o seu teor na atmosfera em breve duplicará !
As principais fontes do dióxido de carbono atmosférico são a queima de combustíveis fosseis.

Existem em todo o mundo mais de 600 milhões de veículos motorizados, e admite-se que este numero duplicará nos próximos 30 anos.
Por cada Kg de carvão que se queima, cerca de 1,5Kg de CO2 são lançados para a atmosfera.

Gás Metano: produzido pela decomposição de matéria orgânica:

excrementos do gado;
nas lixeiras;
em algumas culturas como o do arroz;
da libertação de gás dos aterros;
da queima de florestas,…
e contribui com 15% a 20% do efeito estufa.

Dadas as suas propriedades, o metano que hoje se liberta, ficará ativo/captará energia durante os "próximos 10 anos". Assim, cada molécula de metano capta vinte vezes mais energia que uma molécula de dióxido de carbono!
O metano quase que triplicou desde 1750, e pensa-se que voltará a duplicar por volta do ano 2050.
Cada ano que passa adiciona-se entre 350 a 500 toneladas de metano ao ar, nomeadamente através do:

CFCs: Clorofluorcarbonetos (CFC) responsáveis não só por 24% do aquecimento global resultante do efeito de estufa, mas também pela destruição da camada de ozônio (que protege da radiação perigosa dos raios solares).

Ozônio: Originado pela poluição produzida no solo pelos veículos automóveis, fábricas e refinarias de petróleo, contribui com 8% para o aquecimento global.

Óxido Nitroso: (N2O) aumentou na atmosfera, desde 1750, mais de 15%.
Ácido nítrico formado por micróbios, pela decomposição de fertilizantes químicos e e de combustíveis fósseis, apresenta uma absorção de calor 200 vezes mais eficiente que o dióxido de carbono e participa com cerca de 6% no efeito estufa.
Cada ano que passa adiciona-se de 7 a 13 milhões de toneladas deste óxido para a atmosfera devido, principalmente, ao:

uso de fertilizantes à base de azoto;
libertação nos restos de pessoas e animais;
pela combustão da madeira;
gases de escapes de veículos.
DESMATAMENTO

O desmatamento, entre outros danos, atua como um das principais fontes produtoras dos gases do efeito estufa, já que as florestas tropicais contêm cerca de 40% do carbono vegetal da Terra e seus solos contêm cerca de 15% do carbono presente no solo do planeta.
Quando as florestas são substituídas por pastos, por exemplo, a quantidade de carbono fixada é reduzida em até 98%.
Da mesma forma, quando se substitui florestas por campo agrícolas, uma enorme quantidade de gás carbônico é lançado na atmosfera, pois as florestas contém cerca de 20 a 100 vezes mais carbono no seus solos e vegetações do que os campos cultivados.
A temperatura do ar e das superfícies terrestre e marinha variam enormemente no tempo e no espaço, mas a média global mantém-se constante, com variações mínimas de poucas frações de graus centígrados. Através de cálculos cuidadosos, cientistas verificaram que a temperatura média terrestre elevou-se em 0,5ºC desde o final do século XIX. Um valor que parece pequeno, mas na última era glacial, há mais de 20 mil anos, a temperatura era somente de 4ºC abaixo do que é hoje.
A cada ano, registram-se recordes de altas de temperaturas médias e absolutas em diversas regiões do mundo. Em boa parte, essas temperaturas elevadas ocorrem localmente, nas cidades maiores, fruto da acelerada ocupação urbana.
Em decorrência do efeito estufa, os climas locais irão ficar mais variáveis: mais quentes e secos em determinadas áreas e mais frios e úmidos em outras.


DANOS
Dos danos causados pelo efeito estufa, o mais conhecido é o da elevação dos níveis dos oceanos já que enormes quantidades de gelo acumuladas nos continentes começariam a se derreter, juntamente com a dilatação da água dos mares. Isso seria desastroso pois cidades litorâneas, produção de alimento, abastecimento de água, florestas, ruas e sistemas ecológicos inteiros estarão sobre risco com o aquecimento global a longo prazo.
A maioria dos especialistas prevê uma elevação dos mares entre 30 e 150 cm em meados do século XXI, porém outros cientistas acham que pode passar destes números. O que é muito se comparado que desde a última Era Glacial, os oceanos elevaram-se apenas 100m.
Outras conseqüências do efeito estufa são:

Mudanças nas composições das florestas, com prováveis perdas na sua diversidade genética. E a fauna terá que migrar ou perecerá;
Proliferação de pestes de insetos, parasitas e outros organismos nocivos em um ambiente mais quente;
Aumento das perdas agrícolas;
Aparecimento de doenças tropicais em países de clima temperado.
EL NIÑO

O El Niño é um fenômeno que se caracteriza pela presença decorrentes de água quente nas águas normalmente frias do oceano pacífico Equatorial. O El Niño provoca enormes perturbações no clima do planeta.
É um fenômeno natural cujas manifestações são anteriores as grandes interferências do ser humano na biosfera, mas tudo leva a crer que atualmente há uma contribuição das atividades humanas ao fenômeno.
O El Niño apesar de atuar em uma pequena região, afeta todo o planeta. Pode-se dizer então que o El Niño está totalmente ligado com o aquecimento global.

COMO COMBATER

As mediadas necessárias para diminuir o ritmo de concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, incluem:

Reduzir ao máximo o consumo de energia;
Aumentar a eficiência energética;
Taxar combustíveis fósseis, impondo uma procura maior por eficiência e economia;
Aumentar o uso de fontes de energia renováveis (eólica, hidráulica, solar) em substituição os combustíveis fósseis;
Reflorestamento maciço.
Quanto a vai Terra aquecer ?

As previsões mais fundamentadas, sobre o futuro aquecimento, são as do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, uma parceria mundial de mais de 2 mil climatologistas.

A previsão atual é que em 2100 a temperatura da Terra terá subido 1 a 3,5 graus, com o melhor prognóstico a situar-se em 2 graus.

Entre 950 e 1350 da nossa era, admite-se que o clima foi 1 grau mais quente que atualmente e este período é considerado como um dos "regimes climáticos" mais benignos da História.

Durante as eras glaciares, as temperaturas foram em média 5 graus abaixo do que são hoje, e houve uma série de incidentes (durante os quais as temperaturas variaram até 5 graus numa questão de décadas).

Logo, variações na temperatura global desta envergadura são normais, tendo em conta a história do nosso planeta, a principal questão que se coloca é se a temperatura se vai alterar tão rapidamente e de tal modo que não seja possível ou seja muito difícil suportar tais "solavancos"

UMA NOVA ERA GLACIAL

Parece óbvio que reter mais calor do sol vai tornar o planeta mais quente, no entanto, nem sempre os fenômenos podem ser caracterizados desta forma simplicista. Assim, alguns cientistas acreditam na possibilidade de uma Nova Era Glacial na Europa estar diretamente relacionada com um aquecimento global.

Este argumento baseia-se na hipótese de alteração da Corrente do Golfo, que traz água superficial quente para norte e para leste do Atlântico, aquecendo a Europa. Enquanto se desloca, parte desta água evapora-se - a que fica, adquire maior teor salino e conseqüentemente fica mais densa. A água superficial mais densa move-se para o fundo do mar, onde se desloca para sul. Perto do Equador, a água doce e quente dos rios e das chuvas tropicais, volta a diluir o sal, fazendo a água elevar-se para a superfície, aquecer e retomar o seu curso para norte. No entanto, com o Aquecimento Global, o fundir do gelo na Groenlândia e no Oceano Ártico, tal como o aumento da precipitação previsto para as latitudes setentrionais, pode lançar mais água doce no Atlântico Norte,. Assim, a água da Corrente do Golfo não ficaria "mais salgada" e não se moveria, tão facilmente, para o fundo do mar. A corrente de água para sul pararia e a Corrente do Golfo acabaria.

Se tal acontecer, na Europa cairá muito mais neve, que irá refletir mais a energia do sol para o espaço, tornando a vida significativamente diferente da atual.
Porem, o desaparecimento da Corrente do Golfo pode provocar ainda uma perturbação capaz de reduzir a evaporação global. A perda do vapor de água atmosférico significará um arrefecimento mais profundo, devido à sua importância na atmosfera, acentuando o fenômeno.

E estas alterações poderão ocorrer talvez numa década.

O que é que pode ser feito para impedir a mudança climática?

Se o dióxido de carbono e outros gases libertados através da atividade humana causam alterações no clima, o que é que se pode fazer?

Estão disponíveis três estratégias básicas: abatimento, adaptação e geo-engenharia.

Abatimento – as estratégias de abatimento têm como objetivo reduzir a emissão de dióxido de carbono e outros gases que causam a mudança do clima. Elas incluem a otimização do rendimento energético, (de modo a que se consuma menos combustível), e o uso de fontes de energia limpa, como por exemplo a energia eólica e solar.

Adaptação – ao seguir esta estratégia as pessoas arranjam maneira de viver com a mudança climática. Aquedutos podem ser construídos de modo a levar água a zonas recentemente desérticas. Populações costeiras podem ser protegidas da subida do nível da água do mar: pela construção de diques e de muralhas marítimas; pela recolocação de populações no interior; e pela proteção de reservas de água potável da intrusão de água salgada.

Geo-engenharia – Geo significa terra, logo geo-engenharia significa o ato de manipular a atmosfera e os oceanos de modo a reduzir as alterações climáticas. Por exemplo, o aumento de luz solar que incide na Terra pode ser reduzido ao colocar mais partículas pequenas na alta atmosfera. A idéia é de compensar o efeito do aumento da temperatura, pelos gases de estufa, refletindo mais luz solar para o espaço. Existem muitas opiniões que se opõem à atuação da geo-engenharia pois acreditam que pode ter efeitos secundários. No entanto, se realmente houver uma alteração rápida e drástica do clima, muitos irão recorrer à geo-engenharia pois é um processo relativamente barato.

Escolher a combinação apropriada de estratégias é difícil. Todas têm custos monetários, possuem problemas e oferecem benefícios. É pouco provável que apenas uma estratégia se revele capaz de solucionar o problema mas o conjunto de todas já permite uma atuação mais eficaz. A incerteza é agravada porque os cientistas ainda não sabem o suficiente sobre os custos, riscos e benefícios da aplicação destas estratégias. Mas apesar deste fato é importante que as entidades científicas façam um estudo minucioso das várias opções de modo a informar as pessoas para elas tomarem opções informadas.


QUESTÕES

01) Quais os principais gases que contribuem para o aquecimento terrestre?

02) Quais as medidas necessárias para diminuir a concentração dos gases do efeito estufa?

03) Cite algumas conseqüências do aquecimento da Terra?

04) O Protocolo de Kioto abrange seis gases de efeito estufa produzidos por atividades humanas: Quais são eles?

05) Os países que não conseguirem reduzir suas emissões de GEE poderão:

06) Quando o Tratado de Kioto entrou em vigor?

Um comentário:

Anônimo disse...

Buen blog el suyo; gracias por referenciar otro de mis blogs dentro de sus favoritos; me toca leerlo con traductor pero estare pendiente de sus novedades.
Un abrazo.

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