sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

HERODES - O túmulo do rei reflete sua crueldade e seu brilhantismo

Erguido por Herodes, o palácio em três níveis desce pela encosta norte de Masada – a realização de um soberano há muito vilipendiado, mas hoje reconhecido como um arquiteto magistral. Com técnicas de construção romanas, ele criou obras-primas de assombrosa beleza.

Foto de Michael Melford

Com o reflexo das luzes de Jericó, a elaborada cantaria do alicerce de uma sala de banhos no palácio de inverno de Herodes sugere o requinte que se desfrutava há dois milênios. O rei morreu aqui, em 4 a.C., celebrado e desprezado – um déspota e um gênio.

Foto de Michael Melford

Estendendo-se ao longo do litoral mediterrâneo, o hipódromo de Cesaréia, construído por Herodes com madeira e reconstruído dois séculos depois em pedra, levou o espetáculo das corridas de biga a um lugar abandonado, conferindo assim ao jovem porto o status e verdadeira cidade Romana. Herodes também deu à cidade um teatro, um templo romano e um palácio luxuoso.

Foto de Michael Melford

Um anfiteatro para 3,5 mil pessoas marca Cesaréia, cidade portuária que Herodes fundou. Perto dali um porto para grandes embarcações foi construído num pontal fustigado pelos ventos. “O rei”, escreveu no século 1 o historiador Flávio Josefo, “conquistou a própria natureza.”

Foto de Michael Melford

Fragmentos de um ataúde de pedra recolhidos no local da tumba são remontados na Universidade Hebraica de Jerusalém. Netzer acredita que este é o sarcófago de Herodes – despedaçado em torno de 64 d.C. por rebeldes judeus que ocuparam o Herodium.

Foto de Michael Melford

“Sem nada omitir do que poderia contribuir para sua magnificência”, diz Josefo, o cortejo funerário de Herodes, com seu corpo em um ataúde de ouro, foi seguido por parentes, soldados e criados até um mausoléu nas muralhas de seu palácio-fortaleza no Herodium. Blocos de pedra intactos assinalam passagens inferiores do mausoléu na encosta.

Foto de Michael Melford

O arqueólogo Ehud Netzer achava que Herodes fora enterrado no complexo palaciano no sopé do morro artificial que abrigava o Herodium, 13 quilômetros ao sul de Jerusalém. Mas, em 2007, sua equipe encontrou uma sepultura em uma posição a meia altura do cume do morro de 91 metros.

Foto de Michael Melford
Há dois mil anos, jumentos como este carregavam bens e pessoas nas cidades grandiosas construídas por Herodes. Uma fileira de colunas reconstruídas marca os limites dos jardins e dos lagos do Palácio Baixo do Herodium, a 13 quilômetros de Jerusalém. Aqui, o rei se isolava do agito e das intrigas da capital da Judéia, para relaxar e confabular com seus assessores mais próximos. Outro palácio, e fortificações extensas, ficavam por cima do monte altivo do Herodium Superior (no fundo). De acordo com as ordens de Herodes, ele foi enterrado em um túmulo construído na encosta da montanha depois de sua morte, em 4 a.C.

Foto de Michael Melford
Mais de dois milênios após a morte de Herodes, os blocos rochosos que sustentavam o complexo do Segundo Templo ainda brilham em Jerusalém. Todos os dias a praça junto ao Muro das Lamentações fica repleta de judeus, cujas orações continuam a clamar pela restauração do templo.

Foto de Michael Melford

Judeus se reúnem todos os dias para orar no Muro das Lamentações em Jerusalém, um resto sagrado do complexo do Segundo Templo, destruído por forças romanas em 70 d.C. O Segundo Templo e a praça circundante foram erguidos sobre fundações colossais, das quais faz parte o Muro das Lamentações. Tais alicerces maciços duplicaram as dimensões do Monte do Templo.

Foto de Michael Melford
Uma tempestade de fim de inverno tinge o Domo da Pedra dourado de Jerusalém de branco. Erguida no mesmo local que antes foi ocupado pelo complexo do Segundo Templo de Herodes, a estrutura sagrada marca o local onde os muçulmanos acreditam que o Profeta Maomé tenha subido aos céus.

Foto de Michael Melford


Blocos rochosos repletos de cristais de sal guarnecem águas ricas em elementos minerais. O médico de Herodes recomendou que o rei ali se banhasse. Com quase 70 anos, ele tinha febre, coceiras e dores. A terapia não deu certo, e Herodes, deprimido, tentou matar-se.

Foto de Michael Melford
Visitantes de esforçam para subir a trilha cheia de curvas que percorre as encostas em Masada. Durante o reinado de Herodes, esta trilha estreita era a única rota de entrada e saída da fortaleza.

Foto de Michael Melford
Como uma embarcação gigantesca de terra e pedra, o grande refúgio de Masada se avulta sobre o litoral do mar Morto. Masada, fortaleza no deserto dos governantes macabeus da Judéia no século 2 a.C., tornou-se local de exibição de Herodes, com fortificações assustadoras, apartamentos reais luxuosíssimos e um sistema complexo de fornecimento e armazenamento de água. Seis décadas depois da morte de Herodes, nacionalistas judeus que se rebelaram contra a dominação romana se refugiaram aqui. Legiões em cerco finalmente capturaram Masada em 73 d.C. aos construir uma enorme rampa de terra (em primeiro plano), que as permitiu chegar ao topo da montanha. Quando adentraram a fortaleza, seus defensores já estavam mortos, de acordo com Flávio Josefo, historiador do século 1 – eles próprios se mataram.

Foto de Michael Melford

National Geographic Edição 105
Dezembro de 2008

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