terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ainda sobre: O que é próprio do homem?



O nosso “Adivinha Quem vem Jantar” não foi de todo indigesto, muito pelo contrário. O tema é que foi daqueles que nos faz de facto pensar: “O que é próprio do homem?”, perguntámos nós.

A troca de ideias foi intensa, como o leitor já teve oportunidade de perceber, mas as respostas não foram conclusivas. Nem podiam ter sido, pois a verdade é que não existe apenas uma... não sabemos o que nos distingue dos outros animais, nem temos perspectivas de saber responder a esta pergunta nos tempos mais próximos, penso eu.


Mas li há pouco tempo um texto que me fez pensar mais sobre este tema, porque de facto até faz algum sentido. O título do artigo que li na revista “New Scientist” diz o seguinte: “Born to fight, evolved for peace”.

Uma questão central sobre a natureza humana é a de percebermos por que fazemos guerras. Os custos para a sociedade são enormes mas, apesar de todo o nosso desenvolvimento intelectual, em pleno século XXI, continuamos a entrar em guerras. O artigo explica que a teoria inicial de que a guerra é um produto da cultura humana e, por isso, um fenómeno relativamente recente, parece não estar correcta.

Pela primeira vez, antropólogos, arqueólogos, primatólogos, psicólogos, entre outros, estarão a chegar a um consenso – parece que as guerras não só são tão antigas como a humanidade como também parecem ter tido um papel fundamental na nossa evolução.

Se pensarmos sobre isto, até faz algum sentido, mesmo sem entrarmos nos pormenores que levaram os investigadores a chegar a estas conclusões. As estratégias de cooperação que desenvolvemos para nos tornamos guerreiros eficazes transformaram-se nas nossas capacidades modernas de trabalharmos em conjunto para o mesmo objectivo. Esta nova teoria parece explicar também a evolução das estratégias das lutas entre diferentes gangs.

Mas então e nas mulheres? Bom, nas mulheres a agressividade parece ter evoluído mais de uma forma verbal, e normalmente, acontece entre apenas duas mulheres. Os instintos dos gangs podem ter evoluído nas mulheres também, mas de uma forma diferente, uma vez que na nossa história o homem é tradicionalmente mais forte do que a mulher (fisicamente, entenda-se).

De acordo com a opinião de um dos investigadores citados no texto, não foi apenas a guerra que contribuiu para a evolução do nosso comportamento social. Foi provavelmente a alternância entre a guerra e os benefícios da paz.

Estas são apenas mais algumas ideias, mas a verdade é que continuamos apenas no campo das teorias e das hipóteses. E, como é próprio do homem, continuaremos a meditar sobre esta e outras questões.
Ainda sobre «O que é próprio do homem?»
Editorial:: 2008-11-22 Por Tiago Fleming Outeiro

Ciência Hoje

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