O sonho ou o pesadelo da globalização
Escrito por Edimir Kuazaqui
01-Dez-2008
A globalização, ou de forma contemporânea, a realidade dos mercados abertos trouxe às economias menos favorecidas a possibilidade de integração e crescimento econômico. Pelo menos foi o que se apregoou por volta da década de 1980, quando a economia mundial passava pelas grandes transformações em decorrência inclusive da revolução tecnológica e da comunicação, que afetou sobremaneira os bancos e as transferências de capital internacional.
Na época, era uma notícia inédita um operador de mesa negociar uma operação de câmbio e fazer falir um banco europeu. Atualmente, esta mesma realidade faz com que especulações do setor imobiliário tragam enormes impactos na economia internacional, da mesma forma que as eleições norte-americanas tragam comoções em vários países, inclusive no país. Analisemos alguns fatos:
Líderes do G-20 se reuniram recentemente no sentido de estimular as relações comerciais internacionais por meio da suspensão de barreiras entre os países participantes, como se essas ações viessem realmente ocasionar a liberação do comércio e a crise que se acentua no horizonte internacional. À suspensão de barreiras comerciais, entretanto, não deve envolver os países ditos emergentes, uma vez que tanto a comunidade européia como a norte-americana sempre demonstraram grande resistência aos subsídios que envolvam benefícios às economias emergentes, como na Rodada Doha. Embora se prometa a elevação dos níveis de transparência e o aprofundamento dos sistemas regulatórios e controle das operações financeiras, inclusive dos "credit-default swaps". Uma incógnita ainda que se mantém é a posição da China perante todo esse novo sistema de liberalização do comércio internacional. Enquanto isso, uma outra reunião era realizada em Nova York entre os representantes dos bancos norte-americanos, principais vilões de toda essa história.
As eleições norte-americanas foram galgadas muito em marketing institucional político, graças a participação dos veículos de comunicação e mídia, que transformaram Barack Obama num novo messias, ícone e arquétipo de esperança para dias melhores. Após eleito, racionalizou o tom e está, até o momento, mantendo um nível linear de propostas e ações. Ironizou um comentarista político, indagando se sua esposa que o havia abandonado, voltaria após as eleições norte-americanas.
Fazendo uma integração entre os fatos, a retomada da liberalização do comércio internacional voltou a ser a notícia do momento. No cenário pós-guerra, a quebra de alguns países poderia gerar um "efeito dominó" na economia internacional, ocasionando uma quebra geral. Atualmente, o mundo poderá entrar de novo em crise e onerando talvez mais as economias mais ricas e desta forma gerando uma
maior preocupação do G-8. E que o crescimento econômico mundial seja impulsionado pelas economias emergentes por meio de suas reservas, uma vez que as mais ricas estarão em processo de recessão.
A economia e os fatos sugerem um ciclo. Democratas, republicanos, crise asiática, crise imobiliária, Bretton Woods, entre outros. Alguém se lembra do operador e do banco que faliu na Europa?
Revista Autor
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