Japoneses trabalhando na colheita. Imagens cedidas pelo Museu da Imigração Japonesa.
Atualmente existe no Brasil 1,5 milhão de japoneses e descendentes, sendo 80% no Estado de São Paulo e a maioria na capital (326 mil famílias, segundo o censo do IBGE). Da comunidade japonesa no Brasil, 90% vivem nas cidades.
O bairro da Liberdade, no centro da capital paulista, representa o marco da presença japonesa na cidade. Outros focos importantes de sua presença no Brasil são Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará.
A colônia japonesa do Brasil está dividida hoje em dia em: isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão) 12,51%; nisseis (filhos de japoneses) 30,85%; sanseis (netos de japoneses) 41,33%; yonseis (bisnetos de japoneses) constituem 12,95%.
Em Ituverava, as famílias japonesas começaram a chegar no final da Segunda Guerra Mundial. Entre elas, estão Fujizawa, Fukuhara, Furutani, Hashimoto, Ida, Ide, Inada, Inouê, Ishida, Ishikawa, Ito, Kaneko, Kantaro, Katori, Kamogawa, Kawagawa, Kikuda, Maeda, Matsubara, Mine, Mitsuo, Montesutsumi, Morya, Myasaka, Nagano, Nakao, Ney, Nishimoto, Noboro, Ogawa, Okano, Okida, Okubo, Otsuzi, Saito, Sakemi, Sato, Shiba, Shimizu, Shiratshuchi, Shozo, Takahashi, Takano, Tamura, Taojiro, Tibano, Toyoda, Tsuruta, Wakayama, Yamada, Yamamoto, Yokoyama, Yoneda, Yoshinaga, entre outros.
A primeira geração (isseis)
A imensa maioria dos imigrantes japoneses tinha a pretensão de enriquecer no Brasil e retornar ao Japão em, no máximo, três anos. Todavia, o enriquecimento rápido em terras brasileiras era um sonho quase impossível de se alcançar. Submetido a horas exaustivas de trabalho, o imigrante tinha um salário baixíssimo: o preço da passagem era descontado no salário. Ademais, tudo o que o imigrante consumia deveria ser comprado na mão do fazendeiro. Em pouco tempo as dívidas se tornavam quase impagáveis.
A geração nascida no Japão foi aquela que mais dificilmente se adaptou ao Brasil. A barreira do idioma, os hábitos alimentares, o vestuário, o modo de vida e as diferenças climáticas acarretaram em um choque cultural extremo. Com o almejo de retornar o mais breve possível ao Japão, os imigrantes não se preocupavam em se integrar ao Brasil. Uma parcela considerável nunca aprendeu a falar o português.
Eis que, através de um sistema de parceria com o fazendeiro, muitos japoneses conseguiram comprar seus primeiros pedaços de terra. Após algum tempo de plantação, o imigrante tinha o direito de receber uma parcela da última. Tal ascensão social no Brasil resultou, para a grande maioria dos imigrantes, a permanência definitiva no Brasil.
A segunda geração (nisseis)
A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante aos pais imigrantes. Ainda dominados pelo desejo de regresso ao Japão, os imigrantes educavam seus filhos dentro da cultura japonesa. As crianças estudam em escolas japonesas fundadas pela comunidade. A predominância do meio rural facilitou tal isolamento. Cerca de 90% dos filhos de japoneses falavam japonês em casa. É de notar que muitos brasileiros de origem japonesa ainda hoje possuem dificuldades em falar o português.
A segunda geração de japoneses no Brasil viu, definitivamente, sepultada a esperança de retornar ao Japão. A eclosão da II Guerra Mundial abalava a terra natal. Era mais seguro permanecer no Brasil. Muitos imigrantes começam a chegar neste período, atraídos pelos parentes que já haviam imigrado. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão.
Quando o Brasil declarou guerra ao Japão, a comunidade japonesa foi diretamente atingida. A língua japonesa foi proibida de ser falada no País. As escolas japonesas foram fechadas. Em meio à situação, surgiu o Shindo Renmei, uma organização extremista japonesa criada no Brasil.
A terceira geração (sanseis)
A partir da terceira geração no Brasil, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente à sociedade brasileira. Os avós imigrantes trabalharam duro no campo para que seus filhos e netos tivessem futuro no Brasil. Ocorre, sobretudo na década de 1960, um grande êxodo rural dentro da comunidade nipo-brasileira. Eles saem do campo e rumam para as cidades para concluir os estudos. A cidade de São Paulo torna-se, assim, a cidade com maior número de japoneses fora do Japão.
No ambiente urbano, os japoneses começaram a trabalhar em ramos ainda com raízes campestres. Pequenos armazéns foram abertos, onde vendiam produtos agrícolas, como frutas e legumes ou peixes. Os mais jovens se dedicaram aos estudos. Formaram-se em larga escala nas áreas biológicas e de exatas. Os descendentes de japoneses mudaram a paisagem de onde se aglomeraram. O Bairro da Liberdade é um exemplo da força da comunidade nipo-brasileira.
A quarta geração (yonseis)
Os bisnetos de japoneses – em sua maioria adolescentes e jovens – são os mais integrados ao Brasil. Exemplo disso é a miscigenação: 61% têm alguma origem não-japonesa. Os traços mestiços predominam entre esta nova geração. Os vínculos com o Japão ancestral são mínimos: a maioria sabe falar pouco ou nada de japonês.
Jornal Tribuna de Ituverava - 16/06/2008
Atualmente existe no Brasil 1,5 milhão de japoneses e descendentes, sendo 80% no Estado de São Paulo e a maioria na capital (326 mil famílias, segundo o censo do IBGE). Da comunidade japonesa no Brasil, 90% vivem nas cidades.
O bairro da Liberdade, no centro da capital paulista, representa o marco da presença japonesa na cidade. Outros focos importantes de sua presença no Brasil são Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará.
A colônia japonesa do Brasil está dividida hoje em dia em: isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão) 12,51%; nisseis (filhos de japoneses) 30,85%; sanseis (netos de japoneses) 41,33%; yonseis (bisnetos de japoneses) constituem 12,95%.
Em Ituverava, as famílias japonesas começaram a chegar no final da Segunda Guerra Mundial. Entre elas, estão Fujizawa, Fukuhara, Furutani, Hashimoto, Ida, Ide, Inada, Inouê, Ishida, Ishikawa, Ito, Kaneko, Kantaro, Katori, Kamogawa, Kawagawa, Kikuda, Maeda, Matsubara, Mine, Mitsuo, Montesutsumi, Morya, Myasaka, Nagano, Nakao, Ney, Nishimoto, Noboro, Ogawa, Okano, Okida, Okubo, Otsuzi, Saito, Sakemi, Sato, Shiba, Shimizu, Shiratshuchi, Shozo, Takahashi, Takano, Tamura, Taojiro, Tibano, Toyoda, Tsuruta, Wakayama, Yamada, Yamamoto, Yokoyama, Yoneda, Yoshinaga, entre outros.
A primeira geração (isseis)
A imensa maioria dos imigrantes japoneses tinha a pretensão de enriquecer no Brasil e retornar ao Japão em, no máximo, três anos. Todavia, o enriquecimento rápido em terras brasileiras era um sonho quase impossível de se alcançar. Submetido a horas exaustivas de trabalho, o imigrante tinha um salário baixíssimo: o preço da passagem era descontado no salário. Ademais, tudo o que o imigrante consumia deveria ser comprado na mão do fazendeiro. Em pouco tempo as dívidas se tornavam quase impagáveis.
A geração nascida no Japão foi aquela que mais dificilmente se adaptou ao Brasil. A barreira do idioma, os hábitos alimentares, o vestuário, o modo de vida e as diferenças climáticas acarretaram em um choque cultural extremo. Com o almejo de retornar o mais breve possível ao Japão, os imigrantes não se preocupavam em se integrar ao Brasil. Uma parcela considerável nunca aprendeu a falar o português.
Eis que, através de um sistema de parceria com o fazendeiro, muitos japoneses conseguiram comprar seus primeiros pedaços de terra. Após algum tempo de plantação, o imigrante tinha o direito de receber uma parcela da última. Tal ascensão social no Brasil resultou, para a grande maioria dos imigrantes, a permanência definitiva no Brasil.
A segunda geração (nisseis)
A primeira geração nascida no Brasil viveu de forma semelhante aos pais imigrantes. Ainda dominados pelo desejo de regresso ao Japão, os imigrantes educavam seus filhos dentro da cultura japonesa. As crianças estudam em escolas japonesas fundadas pela comunidade. A predominância do meio rural facilitou tal isolamento. Cerca de 90% dos filhos de japoneses falavam japonês em casa. É de notar que muitos brasileiros de origem japonesa ainda hoje possuem dificuldades em falar o português.
A segunda geração de japoneses no Brasil viu, definitivamente, sepultada a esperança de retornar ao Japão. A eclosão da II Guerra Mundial abalava a terra natal. Era mais seguro permanecer no Brasil. Muitos imigrantes começam a chegar neste período, atraídos pelos parentes que já haviam imigrado. Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão.
Quando o Brasil declarou guerra ao Japão, a comunidade japonesa foi diretamente atingida. A língua japonesa foi proibida de ser falada no País. As escolas japonesas foram fechadas. Em meio à situação, surgiu o Shindo Renmei, uma organização extremista japonesa criada no Brasil.
A terceira geração (sanseis)
A partir da terceira geração no Brasil, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente à sociedade brasileira. Os avós imigrantes trabalharam duro no campo para que seus filhos e netos tivessem futuro no Brasil. Ocorre, sobretudo na década de 1960, um grande êxodo rural dentro da comunidade nipo-brasileira. Eles saem do campo e rumam para as cidades para concluir os estudos. A cidade de São Paulo torna-se, assim, a cidade com maior número de japoneses fora do Japão.
No ambiente urbano, os japoneses começaram a trabalhar em ramos ainda com raízes campestres. Pequenos armazéns foram abertos, onde vendiam produtos agrícolas, como frutas e legumes ou peixes. Os mais jovens se dedicaram aos estudos. Formaram-se em larga escala nas áreas biológicas e de exatas. Os descendentes de japoneses mudaram a paisagem de onde se aglomeraram. O Bairro da Liberdade é um exemplo da força da comunidade nipo-brasileira.
A quarta geração (yonseis)
Os bisnetos de japoneses – em sua maioria adolescentes e jovens – são os mais integrados ao Brasil. Exemplo disso é a miscigenação: 61% têm alguma origem não-japonesa. Os traços mestiços predominam entre esta nova geração. Os vínculos com o Japão ancestral são mínimos: a maioria sabe falar pouco ou nada de japonês.
Jornal Tribuna de Ituverava - 16/06/2008
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