Enviado especial da BBC Brasil a Poznan (Polônia)
Participantes circulam pelo centro de conferências de Poznan
A reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em Poznan, na Polônia, terminou na madrugada deste sábado sob críticas de países em desenvolvimento e ambientalistas.
A conferência marca a metade do caminho para um novo acordo sobre emissões de gás carbônico, que deve ser fechado em Copenhague, Dinamarca, no final de 2009.
O novo acordo vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Veja agora as principais resoluções da conferência.
Fundo de Adaptação às mudanças climáticas
Considerado o ponto mais urgente, o instrumento finalmente vai sair do papel, liberando milhões de dólares por ano para países em desenvolvimento que enfrentam conseqüências das mudanças climáticas.
Redução de Emissões Decorrentes de Desmatamento e Degradação de Florestas (Redd)
Um dos assuntos de maior interesse para o Brasil, a redução de emissões por desmatamento e degradação pouco avançou.
No texto de Poznan, foi incluída uma frase sobre “a necessidade de participação completa e efetiva de povos indígenas e comunidades locais” nos projetos de Redd.
Um dos pontos que mais irritou as ONGs ativistas, no entanto, foi a ausência da palavra “direitos” indígenas no documento.
Cronograma
Foram marcadas reuniões em Bonn, na Alemanha, de 29 de março a 8 de abril, e de 1º a 12 de junho, na qual deve ser avaliada a primeira versão de um possível substituto do Protocolo de Kyoto.
Em agosto ou setembro deve acontecer mais um encontro preparatório.
A próxima reunião da ONU sobre mudanças climáticas acontecerá entre 7 e 18 de dezembro, em Copenhague, Dinamarca.
Mercados de carbono
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo criado pelo Protocolo de Kyoto prevê que países desenvolvidos abatam de suas metas reduções de emissões provocadas por projetos em países em desenvolvimento.
Em Poznan, foi adiada para 2009 a decisão sobre a inclusão de projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), que possibilitariam usinas termoelétricas de carvão capturar a sua poluição e armazená-la subterraneamente.
Também foram adiadas decisões sobre o uso de reflorestamento em áreas degradadas como forma de ganhar créditos de carbono e ainda sobre novas propostas de emissão de créditos de carbono a partir da destruição de gases CFC, que contribuem fortemente para o efeito estufa.
Kyoto
Os países que ratificaram o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012, concordaram que um novo acordo deveria se concentrar em cortes de emissões mais profundos, em vez de outras formas de verificação de poluição.
O grupo repetiu as intenções anunciadas antes do encontro de Bali, de reduzir emissões entre 25% e 40%, em comparação com os níveis de 1990, até 2020.
Dessa forma, as emissões ficariam dentro dos limites sugeridos pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), para que o aquecimento global não passe de 2º C.
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