1/dez/08 (Alerta em Rede) – A força motriz dos ventos foi eleita pelo aparato ambientalista como a rainha das ‘fontes renováveis’ para substituir os 'funestos' combustíveis fósseis que respondem, atualmente, por cerca de dois terços da eletricidade gerada em todo o mundo.
Ocorre, porém, que relatórios independentes têm revelado consistentemente que a indústria eólica tem sido atormentada por altos custos de construção e manutenção, confiabilidade altamente volátil e um apetite voraz por subsídios governamentais. Esse é o peso econômico sobre fundos públicos que vêm sendo aplicados na geração eólica nos países europeus pioneiros em usá-la maciçamente: Dinamarca, Alemanha e Espanha, todos eles recentemente forçados a diminuir drasticamente tais investimentos. [1]
Por isso mesmo, o tema adquiriu grande importância no Reino Unido que, pressionado pelo cumprimento da ambiciosa meta estabelecida pela União Européia de cortar 20% das emissões de gás carbônico até 2020, criou um esquema de incentivo fiscal para a construção de turbinas eólicas em larga escala.
Ocorre que os custos da eletricidade gerada pela força dos ventos no Reino Unido são cada vez mais elevados. No ano fiscal 2007-8, os usuários britânicos de eletricidade foram forçados a pagar mais de US$ 1,5 bilhão aos proprietários das chamadas fazendas eólicas, apesar de as mesmas responderem por apenas 1,3% da eletricidade gerada no Reino Unido.
Em maio passado, um relatório da Energy Research Associates, de Cambridge, advertiu que a construção de fazendas eólicas em alto mar, necessárias para cumprir as metas de energia renováveis estabelecidas pela União Européia, iriam criar problemas no abastecimento de eletricidade e elevaria sensivelmente os custos de investimento.
Em junho, o jornal Energy Policy publicou uma reportagem com conclusões altamente desfavoráveis à geração eólica: não apenas é muito mais cara e menos confiável do que anteriormente se havia pensado, mas também não evitaria a utilização maciça de gás natural, o que, por sua vez, aumentaria os custos da tarifa elétrica e contribuiria muito menos para as metas de emissão de CO2. Em 2006, de acordo com estatísticas oficiais britânicas, o fator de carga das turbinas eólicas foi de apenas 27,4%, sendo o pior deles de 7%. Como resultado, os britânicos estão pagando duas vezes pela eletricidade que consomem: uma para os fundos de incentivos fiscais e outra para a própria eletricidade que consomem como usuários finais.
Outro sério problema apontado são períodos de calmarias que ocorrem com freqüência, não apenas em um determinado local, mas se estendem por todo o País. Como conseqüência, é necessário instalar-se usinas de 'reserva' (‘backup’) movidas a gás natural.
O fato é que a maior parte das questões levantadas pelo relatório independente não estão consideradas nos cálculos atuais dos custos da geração eólica. Com a usual ironia britânica, o relatório conclui que as vantagens apregoadas à geração eólica são ‘indevidamente otimistas’.
Aos interessados, a matéria completa pode ser acessada em http://www.energytribune.com/articles.cfm?aid=1029
Notas:
[1]Wind Power Exposed: The Renewable Energy Source is Expensive, Unreliable and Won’t Save Natural Gás, Energy Tribune, 25/11/2008
http://www.alerta.inf.br/index.php?news=1426
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