terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Curiosidades 7


Como se forma uma caverna?por Tarso Araújo
A caverna se forma quando água ácida penetra no solo, entra em contato com rochas calcárias e as dissolve, formando "ocos" no relevo. Esse processo é o que define o surgimento da maioria dos tipos de caverna. Segundo a espeleologia, ramo da ciência que estuda o assunto, caverna é toda cavidade natural rochosa com dimensões que permitam o acesso de seres humanos. Mas essa definição também abrange outras formas, como as cavernas em geleiras, recifes de coral ou rochas não calcárias. Outras variedades surgem provocadas por erosão, lava ou substâncias produzidas por bactérias. Seja qual for o tipo, elas são importantes não só para curiosos mas para os cientistas também. "As cavernas são um baú fabuloso de recordações da história do planeta e da vida", diz o espeleólogo Clayton Ferreira Lino, coordenador da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera. Dentro desse baú, há informações sobre a história geológica da Terra, a formação da vida no planeta e a evolução do ser humano. Enquanto usavam as cavernas como casa, esconderijo e até como templo, nossos ancestrais deixaram inscrições nas paredes, fósseis e materiais que dão pistas de como era a vida na época das cavernas.

Água mole em pedra dura...
Durante milhões de anos, a acidez da água dissolve aos poucos a dureza da rocha
1. A calcita, formada por carbonato de cálcio, é o principal componente do calcário. E é nos terrenos calcários que a maioria das cavernas nasce. Ao longo das eras, o movimento tectônico e as mudanças climáticas provocam rachaduras nas rochas

2. Quando chove, a água pluvial entra em contato com o gás carbônico (CO2) dissolvido no ar e no terreno. O resultado dessa reação química é uma água ligeiramente ácida, que vai atravessando as primeiras camadas do solo até chegar às rochas calcárias subterrâneas

3. A rocha calcária é insolúvel em água pura, mas desmancha na água ácida que vem de cima. Essa água dissolve as pedras no caminho e segue descendo pelas rachaduras até certa profundidade. Nesse ponto, a água estaciona e começa a dissolver o calcário ao redor, abrindo a caverna

4. A água segue "cavando" buracos, formando salões e corredores. Numa dessas, um dos corredores chega à superfície e abre a entrada da caverna. Quanto mais calcário na rocha, melhor. Com argila, impermeável, ou outros minerais, o processo pode parar

5. E a água da chuva continua caindo. A gota d’água chega ao teto da caverna em uma solução com gás carbônico e bicarbonato de cálcio, produto da dissolução da calcita

5a. A gota fica pendurada até ganhar peso e volume e cair. Nesse período, o CO2 dissolvido na água se difunde para o ar da caverna, que geralmente tem uma concentração mais baixa desse gás

5b. Com menos CO2, a água do teto fica menos ácida. Isso faz o bicarbonato se recristalizar sob a forma de calcita. O mesmo mineral que formava a rocha agora cria as estalactites

6. Processos parecidos de recristalização da calcita geram as estalagmites e outros espeleotemas, (como são chamadas essas formações nas cavernas), alguns até em forma de flor!

7. Depois de milhões de anos sendo aberta, uma caverna pode ser fechada por espeleotemas e sedimentos, mas isso leva milhões de anos. Mas que ninguém pense que ela está morta: a caverna pode "ressuscitar", com o recomeço da dissolução do calcário

Nas trevas

No escurinho da caverna, plantas não sobrevivem. Mas lá dentro há fungos, bactérias e animais, como morcegos, que entram e saem. Há ainda os troglobios, espécies adaptadas à escuridão - a maioria não tem cor nem olhos, já que sem luz não podem ver nem ser vistos

Caverna pra todo gosto
Os tipos de caverna dependem dos agentes que esburacam as rochas
Erosão

As ondas do mar erodem as rochas no litoral. Mas, como não rola um processo químico, não há estalactites nem estalagmites

Lava

Quando a lava escorre de um vulcão, pode formar um compartimento "oco", que, depois que o magma resfria, gera uma caverna

Bactérias

Em vez de vir com a água da chuva, o ácido que corrói a rocha calcária pode ser produzido por bactérias que vivem nos subterrâneos



Até onde vai o território do Brasil fora do continente?
por Tiago Jokura
O Brasil controla, oficialmente, um território marítimo de 3,6 milhões de km2 - área maior do que as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Nesse pedação de mar, denominado Zona Econômica Exclusiva (ZEE), o país monitora e orienta o tráfego de embarcações e tem direito exclusivo de pesquisa e exploração comercial dos recursos existentes na água e no subsolo (petróleo, gás natural, frutos do mar etc.). Os limites atuais da ZEE foram definidos na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e só entraram em vigor em 1994. Mas, desde 2004, o Brasil luta pela ampliação dos nossos domínios, ampliando nossa ZEE para 4,5 milhões de km2.

Mar adentro
O Brasil no mar se divide em três faixas: mar territorial, ZEE e a área de salvamento
MAR TERRITORIAL

O Brasil tem soberania marítima e aérea em uma "pequena" faixa que corre junto ao litoral com largura de 22 km (12 milhas náuticas). Neste território e nos 22 km vizinhos (zona contígua), o país pode fiscalizar embarcações e impor sua legislação

ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA

O Brasil é dono de todas as riquezas das águas e do subsolo até uma distância de 370 km (200 milhas náuticas) a partir não só do continente mas também das suas ilhas. Empresas e instituições de outros países precisam de concessão do governo brasileiro para explorar esta área

O BURACO É MAIS EMBAIXO

Cerca de 80% do petróleo consumido no Brasil vem do mar. A bacia de Campos, no Rio de Janeiro, é responsável pela maior parte da produção nacional e abriga a plataforma mais produtiva do país: a P-50, que extrai 180 mil barris diariamente

EXPLORANDO O TERRITÓRIO

Empresas autorizadas a retirar e comercializar recursos do mar pagam taxas (royalties) aos estados que controlam o território explorado. Por isso, a ZEE é toda repartida entre os estados costeiros. Pelo mapa, você pode notar que Paraná e Piauí, por alguma razão, levaram a pior no desenho das fronteiras marítimas

MAR À VISTA

Além de poder explorar uma faixa de quase 400 km de largura ao longo dos seus 7 500 km de litoral, o Brasil ainda tem exclusividade sobre áreas localizadas a até 1 500 km do continente graças a pequenas porções de terra, como a ilha de Trindade, que pertencem ao país

DEVER DE CASA

Além dos direitos de soberania e de exploração, o Brasil tem deveres marítimos que vão além da sua ZEE. Todos os países que têm litoral são obrigados a prestar salvamento e resgate em uma área determinada pela ONU. A área de salvamento do Brasil cobre 6,4 milhões de km2

PLATAFORMA CONTINENTAL

Geologicamente, a plataforma continental é uma faixa de terra submersa que começa na praia e desce até chegar à profundidade de 200 m. A partir daí, começa o talude continental, um paredão que delimita o início das águas mais profundas no oceano

NOVOS LIMITES

A ONU prevê que um país pode ampliar seus limites marítimos para além da ZEE, desde que apresente bons argumentos técnicos. Desde 2005, o Brasil reivindica mais 960 mil km2 de mar, considerando o alcance da sua plataforma continental


Revista Mundo estranho

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