Usar para valorizar
O modelo de Reservas Extrativistas, implantado em 1990, assegura a exploração de recursos naturais pelos moradores da floresta
Mary Allegretti
Conservação, desenvolvimento e uso sustentável em permanente tensão – esta é a síntese da Amazônia contemporânea. Se há quatro décadas o modelo de desenvolvimento adotado pelos militares gerou conflitos sociais e altos índices de desmatamento, atualmente a região respira outros ares. Avanços efetivos foram realizados no controle e na fiscalização de desmatamentos; extensas áreas foram transformadas em unidades de conservação e inúmeros projetos de desenvolvimento sustentável foram implantados em áreas protegidas, terras indígenas e pequenas propriedades familiares.
Até o momento, 17% da Amazônia já foi desmatada. O número impressiona, mas se o projeto militar tivesse prevalecido, certamente a devastação teria atingido 40% ou mais da região. Este risco hoje é menor, pois 40% da Amazônia está legalmente protegida – sendo 15% por reservas ambientais e 25% por terras indígenas.
Grande parte desse avanço se deve à aplicação do modelo das Reservas Extrativistas, iniciado na década de 1990. Nessas unidades de conservação, implementadas em terras públicas, cabe às populações tradicionais a gestão dos recursos naturais.
Em todo o mundo, as comunidades locais têm sido responsáveis pela proteção de recursos naturais estratégicos, e convenções internacionais procuram proteger ambos – recursos e populações. Estudos recentes indicam que 420 milhões de hectares, ou 11% das florestas globais, estão sob propriedade ou administração de comunidades em 22% dos países em desenvolvimento. Na maioria dos casos, os países adaptam modelos já existentes de proteção, como os Parques Nacionais, para permitir a presença humana em unidades de conservação da natureza. (...)
Revista de Historia da Biblioteca Nacional
O modelo de Reservas Extrativistas, implantado em 1990, assegura a exploração de recursos naturais pelos moradores da floresta
Mary Allegretti
Conservação, desenvolvimento e uso sustentável em permanente tensão – esta é a síntese da Amazônia contemporânea. Se há quatro décadas o modelo de desenvolvimento adotado pelos militares gerou conflitos sociais e altos índices de desmatamento, atualmente a região respira outros ares. Avanços efetivos foram realizados no controle e na fiscalização de desmatamentos; extensas áreas foram transformadas em unidades de conservação e inúmeros projetos de desenvolvimento sustentável foram implantados em áreas protegidas, terras indígenas e pequenas propriedades familiares.
Até o momento, 17% da Amazônia já foi desmatada. O número impressiona, mas se o projeto militar tivesse prevalecido, certamente a devastação teria atingido 40% ou mais da região. Este risco hoje é menor, pois 40% da Amazônia está legalmente protegida – sendo 15% por reservas ambientais e 25% por terras indígenas.
Grande parte desse avanço se deve à aplicação do modelo das Reservas Extrativistas, iniciado na década de 1990. Nessas unidades de conservação, implementadas em terras públicas, cabe às populações tradicionais a gestão dos recursos naturais.
Em todo o mundo, as comunidades locais têm sido responsáveis pela proteção de recursos naturais estratégicos, e convenções internacionais procuram proteger ambos – recursos e populações. Estudos recentes indicam que 420 milhões de hectares, ou 11% das florestas globais, estão sob propriedade ou administração de comunidades em 22% dos países em desenvolvimento. Na maioria dos casos, os países adaptam modelos já existentes de proteção, como os Parques Nacionais, para permitir a presença humana em unidades de conservação da natureza. (...)
Revista de Historia da Biblioteca Nacional
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