sábado, 4 de julho de 2009

Petróleo: Corda bamba


Petróleo: Corda bamba
Os altos e baixos do petróleo
por Elisa Almeida França
Principal fonte energética dos tempos atuais, o petróleo move o mundo – ele e seus derivados atendem a cerca de 60% das necessidades do planeta. Só que o preço do barril é altamente variável. Pior: a previsão é de que a produção de petróleo só diminua de agora em diante. E o preço, conseqüentemente, só suba. Os oscilantes valores apresentados a seguir foram todos corrigidos de acordo com o dólar atual.

1864 - 100 dólares

O primeiro poço de petróleo havia sido perfurado em 1859, na Pensilvânia, inaugurando a indústria moderna do óleo (ele já era conhecido desde 2000 a.C., mas as técnicas para obtê-lo eram caríssimas). Cinco anos depois, ocorreria o primeiro pico do preço do barril, 100 dólares, uma elevação de 100%. Naquela época, o uso do óleo se destinava apenas à iluminação residencial e à pública.

1899 - 29 dólares

Em 1890, o barril estava 18 dólares. Mas a fabricação em série do primeiro automóvel, o Ford T, em 1896, marca o crescimento da importância do petróleo. Ele também seria usado mais tarde para mover o avião, criado no início do século 20, e os navios.

1949 - 14,5 dólares

Com a depressão econômica americana em 1929, após a quebra da bolsa de Nova York, o barril do petróleo vai lá embaixo, chegando a custar menos de 10 dólares. No entanto, durante a Segunda Grande Guerra e, principalmente, durante a reconstrução dos países envolvidos depois do conflito mundial, o consumo do óleo aumenta – assim como o preço de seu barril, que chega a 14,5 dólares.

1953 - 14 dólares

No Brasil, o governo democrático de Getúlio Vargas cria a Petrobras. É o ápice da campanha “O petróleo é nosso”, em que os chamados nacionalistas vencem a dura queda de braço contra os “entreguistas”, que defendiam a abertura do Brasil para o investimento estrangeiro na exploração do petróleo. Nesse mesmo ano se instala a primeira montadora de carros no país, a Volkswagen.

1960 - 12 dólares

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo que une os maiores produtores do óleo, é criada em resposta a pressões das petrolíferas americanas, inglesas e holandesas pela redução do preço do barril. O plano do cartel, atualmente formado por 11 países subdesenvolvidos, é controlar o valor por meio de cotas de produção – o que fez o preço se estabilizar.

1974 - 45 dólares

A primeira grande jogada da Opep se dá já nos anos 70, durante a guerra do Yom Kippur – na qual Egito e Síria brigam com Israel pelo deserto do Sinai e pelas colinas de Golan, que este país invadira na Guerra dos Seis Dias, seis anos antes. Com um boicote às nações que apóiam os israelenses, como os Estados Unidos, e mais um aumento dos preços do barril, o cartel prova sua força política.

1990 - 35 dólares

A fim de controlar a entrada marítima do golfo Pérsico, já que seus próprios portos haviam sido destruídos no conflito Irã-Iraque, o presidente iraquiano Saddam Hussein decide invadir o Kuwait, fornecedor estratégico para os Estados Unidos. O governo americano, ao lado de ingleses, franceses, italianos e alguns países árabes, expulsa os iraquianos, com o aval da ONU. O preço do barril salta de 30 para 35 dólares.

2002 - 27 dólares

O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, atrela sua produção às cotas da Opep e sobe o valor dos royalties pela prospecção do óleo em novos campos – e perturba os Estados Unidos, que importam 13% de seu petróleo dos venezuelanos. Em 2002, os americanos reconhecem um golpe de Estado na Venezuela, mas Chávez logo volta ao poder. O preço do barril oscila devido ao risco de uma crise política.

2003 - 30,5 dólares

Outro conflito de grandes proporções no país de Saddam Hussein ocorre quando o presidente americano George W. Bush decide invadir o Iraque, dono da segunda maior reserva de petróleo do planeta. A guerra é um fracasso, embora a ocupação dure até hoje. Mas, desde o início da invasão, os americanos garantiram a segurança dos poços de petróleo. O preço vai de 27 para 30,5 dólares.

2006 - 60 dólares

Os Estados Unidos já consomem 25% de todo o petróleo do mundo, mas só agora Bush admite que seu país depende demais do óleo. A descoberta de novas fontes de energia passa a ser abertamente considerada pelo país. O crescente declínio na oferta e as crises no Oriente Médio elevam o preço do barril. Além disso, o óleo já é visto como uma das maiores causas das mudanças climáticas.

Revista Aventuras na Historia

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