terça-feira, 10 de junho de 2014

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Governo da Colômbia e Farc criarão comissão da verdade


Com o anúncio feito Ivan Marquez, das Farc, grupo reconheceu responsabilidade por vítimas do conflito

O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) concordaram em criar uma comissão da verdade para investigar as mortes de milhares de pessoas ao longo de cinco décadas de conflito no país.

A decisão veio em meio às conversas de paz entre os dois lados, realizadas neste momento em Cuba.


Também serão ouvidas pessoas afetadas pelo conflito e familiares de vítimas, para que elas expliquem quais são duas demandas e compartilhem suas experiências.

O anúncio foi considerado um passo importante rumo à paz.
'Direitos inegociáveis'

Conflito com rebeldes dura cinco décadas

Estima-se que 220 mil pessoas tenham morrido em meio ao conflito. "Os direitos da vítimas são inegociáveis", disse um comunicado sobre a decisão divulgado na capital cubana, Havana.

O documento estabelece dez pontos como a base para as discussões em novas rodadas de negociações.

Diz que "as vítimas devem ser reconhecidas não só por esta posição de vítimas, mas como cidadãos com direitos".

As "vítimas de abusos de direitos humanos" têm o direito à verdade, justiça, compensação e garantias de que estas violações nunca mais ocorrerão.
Momento histórico

O reconhecimento por parte das Farc que existem vítimas do conflito foi vista na Colômbia como um momento histórico, diz Arturo Wallace, da BBC em Bogotá.

O rebeldes e o governo haviam negado até o momento que teriam ocorrido abusos de direitos humanos e se culpavam mutuamente pelas mortes e pelas 3 milhões de pessoas que tiveram de se mudar por causa do conflito.

"Hoje é um dia especial. O dia das vítimas chegou. Demos um grande passo. O processo em Havana não simplesmente uma conversa a portas fechadas sobre o conflito", diz o negociador do governo, Humberto de la Calle. "A cada dia estamos mais próximos da paz."
Paz e impunidade

Zuluaga (esq.) e Santos disputarão a presidência

O processo de paz iniciado pelo presidente Juan Manuel Santos em 2012 é um dos temas mais controversos dos debates travados às vésperas das eleições presidenciais colombianas.

Santos prometeu dar continuidade à negociação com os rebeldes se for eleito para um segundo mandato.

Seu adversário na disputa, o candidato de direita Oscar Ivan Zuluaga, inicialmente havia dito que daria fim às conversas.

Mas agora afirma que o governo deve seguir em frente com elas caso as Farc aceitem condições mais duras.

"Não haverá paz com impunidade", disse Zuluaga.

Para muitos, as eleições serão um referendo quanto à validade do processo de paz, diz Wallace, da BBC.
BBC Brasil

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