Resumo
Neste estudo pretende-se analisar as relações entre poder público e os movimentos sociais rurais, a partir do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF. O programa possui linhas de ação que representam o papel do Estado como promotor de políticas intervencionistas que precisam dialogar, de forma integrada, com as particularidades do mundo rural e atender à diversidade representada neste espaço. Nessa perspectiva, o Estado constrói, através da participação dos atores sociais, relações de interlocução e poder, num processo de interdependência conflituosa. O presente estudo teve por base empírica o Território Rural da Mata Sul de Pernambuco, tendo como meio de coleta de dados entrevistas com representantes do poder público e dos movimentos sociais rurais da região. Objetivou-se elaborar um quadro que possibilitasse compreender as articulações entre o Estado e sociedade civil, procurando identificar estratégias de gestão compartilhada do Território. Buscou-se verificar a composição dos espaços de participação social e as relações conflituosas neles existentes referentes ao uso dos recursos naturais, a saber: a posse da terra, o acesso aos recursos hídricos, o escoamento da produção. Os resultados obtidos apontam os avanços, as reformulações e resultados da proposta de gestão compartilhada do PRONAF no território. Nas interligações que neste cenário se forjam pode-se destacar a agricultura familiar, a tensão entre rural e urbano, as desigualdades de gênero, os conflitos pela terra, relação mercado e produção local.
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