quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - 1998 - 2

Geografia
Prova discursiva realizada no dia 04/07/98

1

"O mangue, vegetação nativa do entorno da baía de Guanabara que filtra as águas dos rios e protege espécies animais, resiste. Ele retém os detritos que descem pelos rios que desembocam na baía, evitando o assoreamento. A vegetação, típica dos trópicos, forma uma barreira natural que protege a vida. Hoje, os manguezais não cobrem mais de 20% da margem da baía; antes da intervenção humana, ocupavam 90%."

Adaptado do JB, Domingo,14/06/98

Apresente dois fatores que expliquem o desaparecimento dos manguezais das margens da baía de Guanabara.

Resposta:

a) Os problemas decorrentes do desenvolvimento industrial: resíduos lançados nos rios que desaguam na baía; aterramentos realizados para a construção de rodovias ou de novas fábricas; os lançamentos de óleo por navios, no interior da baía de Guanabara, etc.

b) O crescimento associado à pobreza: destruição de extensas áreas de mangues para a construção de moradia por populações de baixa renda; derrubada da vegetação original para obtenção de lenha, etc.



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2

"O desenvolvimento do sistema de crédito rural, os subsídios diretos à tecnificação e os incentivos dados à exportação foram os instrumentos básicos para promover a expansão da propriedade capitalista no campo brasileiro. Esse processo articulou a grande empresa agrícola às indústrias química e mecânica.

Considerada em seu conjunto, grande parte da modernização da agricultura brasileira pode ser resumida na introdução e difusão do cultivo da soja. A rápida expansão da área cultivada, abrindo a fronteira ecológica dos cerrados para a agricultura, é explicada pela importância do chamado "complexo soja" - grãos, farelo, óleo -, que representa, hoje, aproximadamente 15% do valor das nossas exportações."

Brasil, uma nova potência regional na economia mundo. EGLER, C.A.G.

(com pequenas adaptações) Bertrand Brasil, RJ, 1993

A partir do texto, apresente duas características da grande empresa agrícola.

Resposta:

a) O grande emprego de equipamentos mecânicos e produtos químicos produz uma forte integração entre o setor agrícola e o industrial. Por isso a expressão "agricultura industrializada".

b)A crescente mecanização liberou mão-de-obra e tornou a atividade agrícola mais especializada. A mão-de-obra é mais qualificada e a relação de trabalho é o assalariamento.

c) O investimento na compra da terra exige lucros elevados. No Centro-Sul a grande empresa agrícola está associada às necessidades das indústrias e dependente dos fluxos financeiros.

d) A grande empresa agrícola se realiza em grandes propriedades. Observa-se uma concentração da propriedade agrícola.

e) A modernização da base técnica indica uma agricultura capitalizada, com elevada produtividade e uma margem de lucro mais segura.




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3

"A partir de 1960, a eliminação de vários ramais antieconômicos fez com que a extensão das ferrovias diminuísse de 38.280 km (1960) para 30.177 km (1991). Enquanto isso, no mesmo período, a extensão das rodovias passou de 476.938 km (1960) para 1.661.849 km (1991)."

Geografia do Brasil. Coelho, M.A.

Ed. Moderna, SP, 1995

O texto mostra que, na economia brasileira, ocorreu uma clara opção pelo rodoviarismo.

a) Apresente dois argumentos que mostrem vantagens da utilização das rodovias.

Resposta:

1º) Traçados mais racionais;

2º) maior rapidez;

3º) maior facilidade de obter frete de retorno devido a sua flexibilidade, etc;

4º) custos menores na implantação das rodovias.


b) Apresente duas razões que expliquem a diminuição das ferrovias.

Resposta:

1ª) As diferentes ferrovias não se integravam em rede devido às bitolas diferentes. A tarnsformação da economia - do modelo agrário-exportadora para o urbano-industrial - trouxe a decadência das ferrovias que, agora, não podiam atender às novas necessidades surgidas com a mudança da economia.

2ª) Traçados obsoletos, baixa velocidade de deslocamento, precariedade da prestação dos serviços devido ao equipamento antiquado, etc.

3ª) Supressão dos ramais anti-econômicos (ineficiência do serviço).

4ª) Política oficial: as ferrovias em segundo plano.

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