quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

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Cientistas pedem inclusão de agricultura em negociações climáticas
Artigo publicado na Science pede que políticos e governos elaborem rapidamente sistemas sustentáveis de produção de alimentos
EFE

Um grupo de especialistas em agricultura pediu, em artigo publicado pela revista "Science", que os cientistas promovam as bases para uma ação "mais decisiva" sobre a segurança alimentar mundial nas negociações sobre mudança climática.

"A agricultura mundial está sendo afetada pela mudança climática e, em menos de 15 anos, a população mundial aumentará em 1 bilhão de pessoas", adverte o cientista John Beddington, um dos autores do trabalho e assessor do governo britânico.

O artigo intitulado "What Next for Agriculture After Durban" enfatiza a necessidade de que os políticos e governos trabalhem juntos e "com rapidez" na elaboração de um sistema alimentar mundial sustentável.

Os autores reivindicam a integração da agricultura no processo de negociação da mudança climática, que, para eles, ocorreu de forma lenta e afeta principalmente a população dos países em vias de desenvolvimento.

Seu objetivo é ressaltar a urgência de ações para enfrentar a mudança climática, que representa uma ameaça para a agricultura - fonte de subsistência de muitos desses países - e para a segurança alimentar do planeta.

Neste sentido, eles destacam a necessidade de uma "pesquisa mais integrada" focada nas práticas agrícolas sustentáveis, que sejam adequadas para as "diferentes regiões, sistemas de cultivo e paisagens", especialmente nos países em desenvolvimento, onde se espera que a mudança climática imponha os maiores desafios.

O objetivo, segundo o trabalho, é criar um "espaço operacional seguro" em que os agricultores possam produzir alimentos suficientes para satisfazer as necessidades mundiais, ao mesmo tempo em que se adaptam às distintas tensões climáticas e minimizam o impacto ambiental na produção de alimentos.

A plataforma de Durban é o nome do conjunto de acordos obtidos na 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), realizada entre 28 de novembro e 11 de dezembro do ano passado na cidade sul-africana de Durban. Ela inclui um segundo período do Protocolo de Kioto, mecanismo que deve reger o Fundo Verde para o Clima e um roteiro para um novo acordo global

A COP-17 inicia um roteiro, proposto pela União Europeia (UE), para a adoção de um novo acordo global vinculante de redução de emissões de gases do efeito estufa, aplicável a todos os países, ao contrário de Kioto, que só inclui os países desenvolvidos.

Durban fixa a data de início do segundo período de compromisso para 2013, com o que se evita um vazio na luta contra a mudança climática, mas deixa para reuniões posteriores sua data de finalização, 2017 ou 2020.

O aumento de metas de redução de emissões que devem ser realizadas pelos países desenvolvidos se posterga para 21 de junho de 2012 e será avaliado na COP-18, no Catar.

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