Uma nave da agência espacial viaja desde setembro para a Lua levando as sondas gêmeas do Laboratório de Interior e Recuperação da Gravidade - Grail, na sigla em inglês
Irene Klotz
Irene Klotz
Os cientistas acreditam que a Lua se formou quando um objeto mais ou menos do tamanho de Marte se chocou contra a Terra
Cabo Canaveral - Duas sondas robóticas da Nasa devem chegar neste fim de semana à Lua para resolver um antigo mistério sobre o que existe dentro do satélite natural da Terra, e como o material foi parar lá.
Uma nave da agência espacial norte-americana viaja desde setembro para a Lua levando as sondas gêmeas do Laboratório de Interior e Recuperação da Gravidade (Grail, na sigla em inglês, que significa também "graal"), que pesam 303 quilos.
O Grail A deve iniciar às 19h21 de sábado (hora de Brasília) uma manobra de frenagem com duração de 40 minutos, para se posicionar em órbita ao redor da Lua. O Grail B fará a mesma coisa 25 horas depois. Ambas as sondas são necessárias para a intrincada missão de mapeamento da gravidade prevista para começar em março.
"Não vamos celebrar muita coisa até colocarmos o Grail B em órbita, no final da tarde do dia de ano novo", disse o gerente do projeto, David Lehman, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.
Uma vez posicionadas a 55 quilômetros de distância da superfície lunar, as sondas Grail vão voar alinhadas, acelerando-se e desacelerando-se em resposta a mínimos puxões gravitacionais.
Ao mensurar constantemente as mudanças na distância entre as duas naves, os cientistas podem criar um mapa gravitacional da Lua. As mudanças de velocidade serão da ordem de 1 mícron por segundo (mícron é a milésima parte do milímetro).
Os dados serão usados para criar um modelo do interior lunar, informação importante que, depois de mais de cem missões à Lua, ainda falta ser coletada.
Os cientistas acreditam que a Lua se formou quando um objeto mais ou menos do tamanho de Marte se chocou contra a Terra, logo depois da formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos.
"Na verdade, entendemos pouquíssimo como essa formação aconteceu e como ela se resfriou depois do incidente violento", disse Maria Zuber, cientista-chefe do Grail, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Nenhum comentário:
Postar um comentário