Ataques abriram terreno para que Pequim, já fadado ao crescimento econômico, também ascendesse sua posição política no mundo
Marsílea Gombata
Marsílea Gombata
Foto: AP
Chefe do Estado-Maior Conjunto americano, Mike Mullen (D), passa por guarda de honra ao lado do general Chen Bingde, durante visita a Pequim
Saiba as consequência para a China:
Com o desmantelamento da União Soviética (URSS), o governo de George W. Bush (2001-2009) passaria a ter a China comunista como um de seus principais inimigos. A intenção seria enfatizar os laços com os aliados Japão, Coreia do Sul e Taiwan - planos que foram interrompidos pelo 11 de Setembro.
A política externa americana foi levada para outra direção, o que acabou deixando terreno livre para a China ascender em regiões como África, América Latina e até mesmo em ex-satélites da extinta URSS, como Quirguistão e Usbequistão.
Como definiu o jornalista americano de ascendência chinesa Frank Ching, que em 1979 abriu a sede do Wall Street Journal em Pequim, o 11 de Setembro distraiu os EUA da China, que “sem os ataques não estaria onde está hoje”.
Em artigo publicado em maio, o professor emérito da Universidade de Washington argumenta que, com o fim da império soviético, Pequim seria o próximo inimigo de Washington, mas os ataques mudaram o curso da política externa americana.
A opinião é compartilhada pela especialista em China Anna Han, da Universidade Santa Clara, na Califórnia. “O crescimento econômico da China teria acontecido independentemente do 11 de Setembro, mas sua posição política não”, disse. “Os ataques impactaram a posição política da China. Houve um enfraquecimento perceptível dos EUA, que certamente não são insubstituíveis.”
Em vez de figurar como o próximo inimigo declarado dos EUA, a China mostrou-se aliada dos EUA na Guerra ao Terror, com “o intuito de garantir seus próprios interesses em lutar contra dissidentes islâmicos dentro de seu próprio território”, como muçulmanos uigures que reclamam da repressão da etnia han, majoritária no país. “Desse modo, onde os EUA antes se apressariam em condenar a China, passaram a ficar quietos”, disse Anna.
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