sábado, 20 de novembro de 2010

Notícias Geografia Hoje

Aves do Golfo do México estão ameaçadas pelo petróleo
Mau tempo pode levar vazamento até hábitats e contaminá-los
Cortesia de E. Kirdler
O tesourão está entre os animais selvagens com maior risco de contaminação com o petróleo
Jan Dubuisson coordena estudos no santuário de aves marinhas em Gulfport, Mississipi. As aves estudadas por Dubuisson têm um péssimo hábito: defecar sobre os intrusos como modo de afastá-los. Por esse motivo a pesquisadora sempre volta suja de suas pesquisas. No entanto, dessa última vez Dubuisson achou algo muito estranho. “Minhas roupas estavam muito escuras e, quando fui lavá-las, as manchas não saíam, acho que só pode ser petróleo.”

Até agora, as suspeitas de Dubuisson ainda não foram confirmadas. Desde sábado, apenas 24 aves com óleo foram resgatados das águas do Golfo do México, perto da cerca de contenção do derramamento de óleo. Nenhuma andorinha foi capturada, o que deixa uma duvida quanto à rota de migração.

“Mas é perfeitamente possível que essa área estudada possa estar exposta ao petróleo resultante do vazamento mais recente”, segundo Chuck Hunter, ornitólogo do Wildlife Service, em Atlanta. “Tesourões, trinta-réis, pelicanos marrons e gaivotas estão entre as aves com maior risco de ter contato com o petróleo do derrame”, completa ele.

Uma única tempestade poderia deslocar o óleo. Uma vez lá, o petróleo poderia contaminar alguns animais como as aves marinhas, ninhos, aves migratórias que passam por migrações heróicas da América do Sul até o norte até o Ártico e também os peixes, eliminando as populações no Golfo.

“O perigo pode durar um ano ou mais”, acrescenta Greg Butcher, diretor de conservação da Sociedade de Audubon. “Pode ocorrer um pico depois das tempestades, certamente durante todo esse ano e talvez no próximo ano também", diz ele. "Você pode ter vários picos de aves sujas de óleo. Esse não é um fenômeno de curto prazo, especialmente porque existe um aumento do volume de petróleo vazado."

Para todas as aves do Golfo e seus hábitats, os conservacionistas estão mantendo seus dedos cruzados para que não haja tempestades e possam fazer o trabalho de proteção das espécies e contenção do petróleo.

Mas Hunter não é excessivamente otimista. "Basta uma grande tempestade", diz ele, "e muito animais morrerão".
Scientific American Brasil

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