sábado, 9 de agosto de 2014

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América Latina é chave para a Rússia, diz Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a cooperação com uma América Latina forte e politicamente independente é fundamental para a Rússia


Havana - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a cooperação com uma América Latina "forte" e "politicamente independente" é "fundamental" para a política externa de seu país, mas descartou uma entrada da Argentina no grupo dos BRICS, segundo afirmou em entrevista divulgada  pela imprensa de Cuba.

"A cooperação com os estados da América Latina é hoje uma das principais direções e de muitas perspectivas na política externa da Rússia", afirmou Putin em entrevista à agência cubana "Prensa Latina" reproduzidas pelo jornal oficial "Granma".

Na entrevista, concedida em Moscou antes de viajar para Havana, onde iniciou hoje seu tour pela América Latina, Putin ressaltou que a Rússia espera "aumentar a interação econômica e comercial" na região com ênfase em "seu componente de investimento".

Entre as áreas de interesse para a cooperação, mencionou concretamente o setor de petróleo, gás, energia nuclear e hidráulica, construção e tecnologia da informação.

"Estamos interessados em uma América Latina unida, forte, economicamente sustentável e politicamente independente, que está se transformando em uma parte importante do mundo multipolarizado e emergente", disse.

O presidente da Rússia chegou na madrugada desta sexta-feira em Cuba para uma visita de um dia, como parte de seu giro pela América Latina, que também o levará para Argentina e Brasil, onde participará da sexta cúpula do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que será realizado nos dias 15 e 16 de julho em Brasília e Fortaleza.

"A Rússia valoriza o desejo do governo argentino de se unir aos BRICS", disse Putin, mas acrescentou que, "no entanto, a questão de aumentar o número de seus membros por enquanto não está em questão".

"Primeiro se devem otimizar todos os vários formatos da cooperação estabelecidos no grupo. Não há critérios rigorosos para que um Estado se uma aos BRICS. A decisão se toma individualmente", explicou.

Nesse sentido, afirmou que "é bastante possível estabelecer relações de aliança estratégica" em política internacional, economia e finanças entre os BRICS e a Argentina, que participará como convidada da reunião do grupo no Brasil.

Ao se referir às relações entre Moscou e Buenos Aires, Putin destacou seu "apreço" pelo "diálogo construtivo e de confiança" com a presidente argentina, Cristina Kirchner, e antecipou que a Rússia dará "atenção especial à intensificação da cooperação tecnológica e de investimento, especialmente nos setores de energia, energia atômica e maquinaria".

"A cooperação na Antártida parece promissora. Penso debater todas essas questões durante as negociações com a presidente Cristina Kirchner", afirmou.

O chefe do Kremlin, que visitou Cuba no ano 2000, iniciará sua agenda no país caribenho com a realização de uma oferenda floral diante do Mausoléu ao Soldado Internacionalista Soviético e, posteriormente, visitará o líder da revolução cubana, Fidel Castro, de 87 anos e que se retirou do poder em 2006.

Putin se reunirá também com o presidente Raúl Castro no Palácio da Revolução, em Havana, onde os governos russo e cubano assinarão um pacote de dez acordos, que envolve a parceria nos âmbitos da cultura, indústria, comércio e saúde.
Revista Exame

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