domingo, 4 de julho de 2010

Sob as areias betuminosas do Canadá

A poeira paira no céu acima da Millennium, mina da petroleira Suncor, uma lavra ao norte de Fort McMurray. As areias betuminosas são camadas de betume viscoso misturado com areia, argila e água. Cerca de 30 metros de solo são retirados para alcançar os depósitos.
Foto de Peter Essick
National Geographic

MEIO AMBIENTE

Sob as areias betuminosas do Canadá

Com seus bilhões de dólares, o apoio da província e suporte federal, a indústria petrolífera parece ser intocável. Para comprar a paz social, algumas companhias distribuem migalhas de seus lucros colossais. Enquanto isso, os povos originários sofrem com a degradação visível do meio ambiente e de suas vidas

por Emmanuel Raoul

Apenas uma estrada, que atravessa cinco rios congelados e só fica aberta de meados de dezembro a meados de março, leva a Fort Chipewyan, a 700 km ao norte de Edmonton, a capital de Alberta. Fora desse período, a viagem até essa província do oeste do Canadá deve ser feita a bordo de um pequeno avião. Fundada em 1778, “Fort Chip” foi a primeira colônia britânica em Alberta e, desde o início, dedicou-se ao comércio de peles. Apesar da magnífica vista do lago Athabasca e de suas ilhas cobertas de bosques, o único hotel está à venda há anos, pois o turismo nunca decolou. Os jornalistas que vêm até aqui raramente o fazem movidos pela beleza ou pelo interesse histórico do lugar, mas por causa da alarmante taxa de ocorrência de câncer: 30% superior à média da província. Para muitos, o suspeito número um está a 230 km, onde o rio Athabasca serpenteia entre imensas minas de carvão a céu aberto e 130 km2 de bacias de decantação da indústria petrolífera.

Aqui acontece a maior corrida ao ouro negro da atualidade: mais de 170 bilhões de barris estão sob a floresta boreal, tornando-a a segunda reserva mundial de petróleo. A extração e transformação dessas areias betuminosas1 exigem quantidades absurdas de água – cinco barris para um de petróleo – e provocam danos irreparáveis ao meio ambiente.

“Há cinco décadas, se uma ou duas pessoas da comunidade morriam por ano, era muito. Em 2009, apenas durante o mês de abril, enterramos sete. O que acontece aqui?” Enquanto raspa bilhetes de loteria, Alec Bruno acrescenta, com tom fatalista: “Daqui a algumas décadas não sei o que restará para as jovens gerações. Somos um povo que vive da terra, e tudo isso está desaparecendo”. Ele guarda os bilhetes, a sorte grande ficou para outra vez. Ameríndio da tribo Chipewyan Athabasca2, ele integra os comitês consultivos criados pelas companhias petrolíferas: “Elas recebem as autorizações antes de virem nos ver. Não podemos detê-las, tentamos apenas fazer com que modifiquem suas práticas para limitar as agressões ao meio ambiente e minimizar os riscos para nós que vivemos rio abaixo”, afirma desiludido.

Há aproximadamente dez anos, os habitantes de Fort Chipewyan começaram a pescar peixes disformes e com gosto de petróleo. Em seguida, o médico local deparou com vários casos de um câncer raro da vesícula biliar cuja incidência é, normalmente, de um para cada 100 mil habitantes. Ora, aqui vivem cerca de mil pessoas! Na primavera de 2006, o doutor John O’Connor responsabilizou a indústria petrolífera, publicamente, pela situação. As consequências foram terríveis para ele. A administração federal da saúde o processou por “atitude não profissional”. Mortificado por tais ataques, ele deixou a região em 2007.

Depois de negar durante anos, o serviço de saúde de Alberta reconheceu, no começo de 2009, a taxa elevada de câncer, mas atenuou esses resultados: considerou-os “baseados em um pequeno número de casos (51 observados sobre 39 esperados)” e afirmou que não havia “razão para alarde3”. O estudo nada afirma sobre a origem da doença, devida talvez “ao acaso, a um melhor diagnóstico ou a mudanças no modo de vida ou no meio ambiente”. Oficialmente perdoado, o doutor O’Connor retornou à região em novembro de 2009: “Atingi meu objetivo, chamando a atenção que ‘Fort Chip’ reclamava há anos. Não digo que as areias betuminosas sejam o motivo do câncer, apenas levanto a questão”.

Como os cânceres são plurifatoriais, é quase impossível determinar uma causa única. “É preciso indagar se os níveis de toxinas no ar, na água, nos peixes e nos animais são altos a ponto de terem um impacto na saúde”, explica Kevin Timoney. Encarregado de estudar a poluição na região, ele encontrou entre 10 e 50 vezes mais mercúrio que o normal em certos peixes, e muito mais hidrocarbonetos nas proximidades das minas.4

Águas contaminadas

As autoridades se agarram ao argumento de que a presença de hidrocarbonetos e mercúrio no rio é de origem natural, pois as areias betuminosas afloram em alguns pontos do leito. Uma equipe de renomados pesquisadores se dispôs a verificar isso. No dia 6 de dezembro de 2009, eles estiveram em Fort Chipewyan para anunciar suas conclusões: devido ao lançamento de compostos aromáticos policíclicos (CAP)5 na atmosfera, a indústria provoca o equivalente a uma maré negra a cada ano!6 Em um raio de 50 km das usinas de valorização – onde o betume é extraído da areia e transformado em petróleo pesado, etapa obrigatória antes do refino –, encontramos betume puro na neve. No Athabasca e em seus afluentes, a concentração de CAP é entre 10 e 50 vezes superior à norma, e poderia explicar as malformações dos peixes. Mulheres grávidas e crianças foram aconselhadas a comer peixe apenas uma vez por semana. Ou seja, a abandonar sua alimentação tradicional!

“Essas formas raras de câncer são como uma guerra bacteriológica”, afirma Mike Mercredi. “Ao deixarmos a doença matar meu povo, praticamos uma espécie de genocídio.” Na parede, um cartaz mostra sua crença: “We resist colonization” (“Nós resistimos à colonização”). Desde que saiu da escola secundária, Mercredi trabalhou nas minas, dirigindo os maiores caminhões do mundo por 5 mil dólares canadenses ao mês.7 “Quando minha tia, meu tio e um amigo de 27 anos partiram por causa do câncer, eu disse a mim mesmo: ‘Foi o teu trabalho que os matou!’ Desci do meu caminhão e pedi demissão”. Em fevereiro de 2007, sua tribo, Athabasca Chipewyan, o contratou. “A ideia era de que um dia não haveria mais vida possível aqui. Eu deveria recolher o saber tradicional dos mais velhos para mostrar às gerações futuras como era a vida antes do desenvolvimento industrial. Então eu disse: ‘O que fazer para impedir a destruição de meu povo, do céu e desta terra? A exploração das areias betuminosas deve acabar!’.” Desde então, Mercredi martela essa mensagem em conferências por todo o país.

Com seus bilhões de dólares, o apoio da província e suporte federal, a indústria petrolífera parece ser intocável. Para comprar a paz social, algumas companhias distribuem migalhas de seus lucros colossais: o equipamento do centro para a juventude, por exemplo, foi comprado pela Syncrude. Em novembro de 2009, essa companhia convidou os Chipewyans para um jantar de Natal no salão de festas municipal. O antigo chefe, Archie Cyprien, defende os generosos doadores: “A Syncrude faz muito pela comunidade, com suas subvenções e com a criação de empregos. A indústria está aqui para ficar e o melhor é aprender a viver com ela”. No fim da noitada, cada família recebeu um peru, e as crianças ganharam chocolates. “É o aspecto mais agradável do meu trabalho”, explica Steve Gaudet, da Syncrude. “É verdade que as nações indígenas têm atitudes variadas em relação a nós, mas precisamos delas e queremos que suas comunidades cresçam conosco. Nós lhes oferecemos formação e empregos: de 8% a 10% do nosso pessoal é composto por aborígines.”

Mike Mercredi só deu uma passadinha no jantar. Ele se recusa a ser a vítima: “Os diretores de Syncrude se preocupam, antes de mais nada, com a imagem da empresa; eles sabem muito bem o mal que causam. Então, para aliviar a consciência, dizem aos quatro ventos: esta cidadezinha está em vias de extinção, mas seus habitantes estão muito contentes em comer perus”.

A Syncrude afirma ter gasto mais de 1,2 bilhões de dólares canadenses contratando empresas aborígines desde 1992. Isolada, Fort Chipewyan assinou poucos acordos com a indústria. Mas se subirmos o Athabasca, Fort McKay se encontra em uma situação bem diferente. Com seis minas em um raio de 30 km, o vilarejo está rodeado por extensões lunares de areia acinzentada que substituíram os pântanos e a floresta; lagos artificiais, preenchidos com 720 milhões de m3 de sopa tóxica, oferecem aos pássaros um descanso eterno e viscoso; as usinas cospem chamas e fumaça ao lado de colinas amareladas de enxofre. “É uma escolha difícil”, admite o chefe Jim Boucher, “mas nós tentamos tirar o máximo de vantagem em prol da comunidade”.

O Fort McKayGroup of Companies, consórcio 100% aborígine, faturou US$ 85 milhões em 2007, prestando diversos serviços à indústria petrolífera. Ele também firmou uma parceria com a Shell para explorar conjuntamente 33 km2 de areias betuminosas. Os habitantes estão acostumados com os procedimentos de evacuação e com o odor de petróleo no ar. O chefe aplaude os benefícios dessas atividades: uma taxa de desemprego inferior a 5%, uma clínica, um centro para a juventude, 170 casas novas...

Nenhum dos oficiais, talvez muito ocupados com seus negócios, respondeu aos nossos pedidos de entrevista. Por outro lado, uma ex-funcionária de Fort McKay, Celina Harpe, nos recebeu em sua casa, às margens do Athabasca. Com 71 anos, ela evoca com tristeza um mundo desaparecido: “Durante toda a minha vida bebi a água deste rio. Mas desde que chegaram as usinas, isso não é mais possível. Ela se tornou amarronzada e não é preciso ser um cientista para perceber que não é mais potável. Hoje compramos água engarrafada”. Ed Cooper, seu marido, conhecido em Dené como Muskwa – o urso –, relata que uma garrafa de meio litro custa 2 dólares canadenses. “É caro, não?”

O rastro do “progresso”

Há alguns anos, Harpe reivindicou dos representantes da Suncor e da Syncrude o fornecimento de água gratuitamente, sob o argumento de que eles tinham envenenado as fontes da região. Desde então, afirma, “eles nos entregam água duas vezes por mês, mas só para os mais velhos; os outros devem pagar”. Harpe mostra os mocassins de pele de castor e de cervo do Canadá que ela mesma faz. “Eu sou a última a costurar em Fort McKay. Toda a nossa cultura desapareceu, o nosso modo de vida tradicional não existe mais, acabou.”

Se andarmos 45 km em direção ao sul, veremos o que substituiu esse modo de vida. Lotada de caminhonetes e grandes caminhões, a autoestrada 63 leva a Fort McMurray. Em plena floresta boreal, uma vitrine do mundo ocidental: supermercados e centros comerciais, fast-foods e lojas de bebidas, cassino e bares de strip-tease, drogas em profusão e mendigos arredios. Conhecida durante muito tempo como “usina de peles”, esta antiga vila de caçadores e lenhadores se tornou “Fort McMoney”, onde o rastro de petróleo torna-se sinônimo de dinheiro para legiões de jovens. O número de habitantes triplicou depois do boom das areias betuminosas, passou de 34 mil em 1994 para 101 mil em 2009.

Como a cidade administra a própria mutação? “Não muito bem”, reconhece Melissa Blake, com um sorriso. Eleita prefeita em 2004, ela dirige uma das maiores comunas do mundo, a municipalidade regional de Wood Buffalo: mais de 63 km2 cobertos de floresta, repletos de minas e polígonos industriais – quase a superfície da Irlanda. Fort McMurray é a única cidade da região. “Em termos de infraestrutura, não estávamos preparados para um crescimento tão brutal.” O aumento da população – 8% ao ano – fez do setor imobiliário o mais caro do país: uma casa com quatro quartos vale mais de US$ 620 mil.

“Detesto esta cidade. Fui embora sete vezes, mas sempre voltei, pois é só aqui que posso ganhar dinheiro”, reconhece um rapaz em um bar. Operário, ele ganha US$ 32 por hora, ou seja, quatro vezes mais que em sua província de origem, a Colúmbia Britânica. Como ele, 98% dos habitantes de Fort McMurray não pensam em passar a aposentadoria por lá.8 Por isso, eles não se importam muito com o impacto da indústria petrolífera sobre o meio ambiente ou com os povos originários.

Em uma família Chipewyan, várias gerações se regalam com pizzas e comida chinesa diante da televisão. Todos trabalharam ou ainda trabalham para a indústria petrolífera: “Desde a escola, tudo nos prepara para isso”, recorda uma jovem. “Os álbuns para colorir, os brinquedos... é uma lavagem cerebral.”

“Não temos escolha, a não ser trabalhar para eles. Isso, claro, se não quisermos ser pobres”, conta Herman, 41 anos, que foi motorista de veículos pesados para a Suncor, a Syncrude e a Shell. “A ideia de sucesso individual corrompeu nosso povo”, lamenta Max. “A indústria nos dividiu.”

Uma visita ao Conselho Tribal de Athabasca confirma isso. O Conselho reúne as cinco nações originárias da região (conhecidas como cinco Primeiras Nações em francês e inglês, línguas oficiais do país) e oferece a elas serviços e aconselhamento. Porém, não tem poder político, pois cada tribo governa a si mesma. O diretor do Conselho, Roy Vermillion, é prudente ao se manifestar sobre as areias betuminosas: “As tribos têm abordagens diferentes em relação à questão. Se todas se preocupam com o meio ambiente, elas não desfrutam das mesmas possibilidades por causa da localização de cada uma delas. Sua posição é difícil: como a maioria dos povos indígenas, elas se veem como protetoras da ‘Mãe Natureza’, mas, ao mesmo tempo, existe uma demanda mundial de petróleo à qual nossa região pode responder. Nós procuramos encontrar um equilíbrio”.

Em 2003, as cinco nações originárias firmaram uma parceria com os representantes da indústria e os governos, municipal, provincial e federal, para administrar as consequências do desenvolvimento em seus territórios. Foi um fracasso: “Todas as partes decidiram não trabalhar mais juntas e colocaram um ponto final na parceria em março de 2010”, explica Vermillion. “Cada nação se envolverá diretamente na questão por meio das Industry Relation Corporations [IRC].”

As IRC administram as relações das tribos com os industriais: “O desenvolvimento é uma enorme besta que não podemos conter. Nosso trabalho consiste em ajudá-las a sobreviver com esse monstro para que, dentro de 50 anos, as Primeiras Nações ainda estejam aqui, com suas tradições preservadas”, afirma Tony Boschmann. Trabalhando com Boschmann, o canadense Shannon Crawley observa: “Elas sofreram uma revolução industrial de 300 anos em muito pouco tempo. O chefe Vern Janvier manteve os primeiros contatos com o homem branco há apenas 35 anos”.

A comunidade está rodeada de projetos petrolíferos. Como as areias betuminosas são muito profundas para extrair o petróleo a céu aberto, são utilizadas técnicas in situ, sendo que a mais comum é a injeção de vapor por drenagem gravitacional (Steam Assisted Gravity Drainage – SAGD): dois poços paralelos são perfurados, um serve para a injeção de vapor a alta pressão, que liquefaz o betume, e o outro o bombeia até a superfície. “Isso é desenvolvimento sustentável”, garantem, sem rir, os representantes da indústria petrolífera. Segundo eles, a SAGD não provoca uma destruição tão espetacular quanto as minas, e utiliza cada vez mais água salobra.

Aperfeiçoada em Alberta graças a US$ 55 milhões de subvenções federais, a técnica ainda é experimental. Em maio de 2006, no projeto Joslyn da petrolífera Total, o vapor provocou uma explosão na superfície, destruindo rochas e árvores e deixando uma cratera de 20 metros de comprimento. “Há uma falta real de conhecimentos científicos em relação ao impacto da SAGD”, admite Boschmann. “Não sabemos como os estratos do subsolo se comunicam.” Ao provocar minissismos e afundamentos de terreno, a SAGD poderia contaminar o maior lençol freático do Canadá.9

Nenhum estudo do impacto dessa técnica foi realizado pela província de Alberta, cuja instância de regulamentação aprova 95% dos projetos sem jamais avaliar os efeitos acumulados das atividades mineradoras. “O investimento é muito arriscado”, adverte Boschmann, “pois os povos originários têm direitos e lutarão para que estes sejam reconhecidos.” Os Cri de Beaver Lake, por exemplo, já estão movendo processos contra a província de Alberta e o Canadá por nada menos que 16 mil violações de seus direitos.

Reputado pelo trabalho sério e documentado, o grupo ecologista Pembina Institute estima que as Primeiras Nações e suas queixas sejam “a última linha de defesa” para preservar a natureza. Pois, do lado da província e do governo federal, esse papel foi entregue a associações financiadas pela indústria e sem credibilidade alguma, devido aos seus relatórios sempre tendenciosos. Supostamente encarregado de controlar a qualidade da água, o Regional Aquatic Monitoring Program é muito criticado por especialistas independentes por sua falta de seriedade científica. Quanto à Cumulative Environmental Management Association (CEMA), que deveria administrar os efeitos resultantes do desenvolvimento, ecologistas e aborígines a abandonaram devido ao bloqueio exercido pela indústria: a unanimidade é requisito para aprovação de qualquer decisão. Exemplo de sua ineficácia é que um grupo de trabalho levou oito anos para elaborar um plano para preservar até 40% das terras da municipalidade regional de Wood Buffalo. Quando suas recomendações foram finalmente publicadas, a maior parte dos terrenos já havia sido distribuída!

Em Ottawa, depois do primeiro-ministro Stephen Harper, está o pior inimigo dos ameríndios, Tom Flanagan.10 Esse pensador ultraconservador contesta a denominação “nativa” dessas comunidades, argumentando tratar-se de imigrantes que precederam os europeus alguns milhares de anos. Concluindo que suas reivindicações territoriais não têm fundamento, ele defende o desaparecimento dos direitos dos aborígines. Como o Canadá não assinou a Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, a aplicação de suas teses minaria os processos judiciais das Primeiras Nações, que ele acusa de ameaçar a indústria petrolífera e “correm o risco” de passar à ação violenta ao lado dos ecoterroristas.

Emmanuel Raoul é jornalista.

1 Betume muito viscoso, aglomerado com xisto e areia, a partir do qual se produz o petróleo. Até época recente, era muito caro e complexo explorar essas areias betuminosas. A alta do preço do ouro negro e as mudanças tecnológicas as tornaram rentáveis. Com 1,4 milhões de barris/dia, elas respondem pela metade da produção canadense: em 2025, a taxa pode ser de 80%.

2 Seiscentos aborígines da tribo Cris Mikisew, 200 da tribo Chipewyan Athabasca (Déné), 200 mestiços e uma centena de não aborígines, vivem em Fort Chipewyan.

3 Hanneke Brooymans, “Cancer rates higher in communities near oil sands”, Canwest News Service, Edmonton, 6 de fevereiro de 2009.

4 Kevin Timoney e Peter Lee, “Does the Alberta Tar Sands Industry Pollute? The Scientific Evidence”, The open conservation biology journal, (revista científica eletrônica de acesso livre), 2009.

5 Família de componentes químicos, dos quais vários são cancerígenos.

6 Erin N. Kelly, Jeffrey W. Short, David W. Schindler, Peter V. Hodson, Mingscheng Ma, Alvin K. Kwan e Barbra L. Fortin, “Oil sands development contributes polycyclic aromatic compounds to the Athabasca River and its tributaries”, Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, 7 dezembro de 2009.

7 Todas as cifras citadas são em dólares canadenses.

8 Andrew Nikiforuk, Tar sands: Dirty oil and the future of a continent, Greystone Books, Vancouver, 2008, p. 42.

9 Carolyn Campbell, “In situ tar sands extraction risks contaminating massive aquifers”, Wild Land Advocates, Vol. 16, nº 5, Calgary, outubro de 2008.

10 Conselheiro político de Stephen Harper até sua vitória em 2006, ele é considerado como a cabeça pensante do primeiro-ministro.

11 Tom Flanagan, “Resource Industries and Security Issues in Northern Alberta”, Canadian Defence and Foreign Affaires Institute, Calgary, junho de 2009.

Le Monde Dipomatique Brasil

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