terça-feira, 17 de setembro de 2013

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Degelo na Antártida e Groenlândia esta ocorrendo cada vez mais rápido
Especialistas afirmam que aquecimento global está fazendo com os polos derretam três vezes mais rápido do que há 22 anos

Ian Joughin, Univ. of Washington
Imagem mostra degelo do Fiorde Ilulissat, na Groenlândia

Um novo estudo descobriu que o derretimento do gelo na Antártida e Groenlândia está acontecendo três vezes mais rápido do que em 1990. No entanto, o degelo dos polos contribuiu menos do que se imaginava para a elevação do nível do mar, com apenas para a elevação de 1,1 centímetros. Mesmo assim, a redução do gelo, especialmente na Groenlândia, tem preocupado especialistas.

O derretimento das camadas de gelo nos polos é considerado como uma das consequências mais importantes do aquecimento global, porém até agora pesquisadores não haviam entrado em um consenso sobre a velocidade do degelo, nem se a Antártida estava também perdendo território com o derretimento.

Os dados são resultado de um estudo feito por uma equipe de especialistas da Nasa e da Agência Especial Europeia, que combinou dados de vários satélites para produzir a avaliação mais abrangente e precisa sobre a perda de gelo nos polos e a contribuição para a elevação do nível do mar. 

O novo estudo concluiu que a Antártida também está derretendo, embora um pouco menos que o gelo da Groenlândia. Outra constatação foi que a taxa de degelo cresceu de cerca de 55 bilhões de toneladas por ano nos anos 1990, para os atuais quase 290 bilhões de toneladas anuais, de acordo com o estudo.

“A Groenlândia está indo embora”, disse Ted Scambos, diretor do Centro Nacional sobre Gelo e Neve e co-autor do estudo publicado nesta terça (29) no periódico científico Science.

Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, disse que os resultados servem de recado para os negociadores da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que está acontecendo em Doha . “Agora está muito claro que há um problema na Groenlândia”, disse.

Cientistas culpam o aquecimento global pelo derretimento. A queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, emitem dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa na atmosfera que “prendem o calor”, aquecendo a atmosfera. Pouco a pouco, o aumento da temperatura faz com que as placas de gelo tornem-se líquidas. A neve que cai reabastece as placas de gelo, mas mesmo assim não é o suficiente para superar a taxa de derretimento.

Como os oceanos ocupam a maior parte do planeta, é necessário que muito gelo derretido – cerca de 10 trilhões de toneladas – faça com que o nível do mar suba 2,5 centímetros. De acordo com o estudo, desde 1992, o gelo dos polos perdeu cerca de 5 trilhões de toneladas de gelo.

Parece pouco, mas esta pequena camada de água pode ser ainda mais devastadora que a super tempestade Sandy, que atingiu a América Central e os Estados Unidos no mês passado. O cientista da Nasa Erik Ivins, também autor do estudo, afirma que o perigo está no fato de que este peso extra nos oceanos dá as ondas do mar um pouco mais de energia. “Quanto mais energia houver nas ondas, mais longe a água pode avançar na Terra”, disse.

Globalmente, os oceanos se elevaram cerca de 15 centímetros ao longo do século 20. O derretimento das massas de gelo correspondem a cerca de um quinto do aumento do nível do mar. A água mais quente se expande, contribuindo para a elevação dos oceanos em outras áreas fora das regiões polares.

“Entender como e porque a massa de gelo está mudando nos ampara para compreender e prever quanto e de que maneira elas vão mudar o nosso futuro”, disse Waleed Abdalati, cientista chefe da Nasa e um dos mais importantes glaciológos, que não trabalhou neste estudo. 

(Com informações da Associated Press)

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