O governo continua firme no projeto de transferência de águas do rio São Francisco para abastecer pequenos rios e açudes do Nordeste, veja os prós e contras da proposta de transposição
A previsão inicial era que as obras militares do projeto de transposição do Rio São Francisco fossem encerradas em março de 2010, mas o cronograma teve que ser revisto depois da suspensão na justiça e da polêmica resultante da greve de fome do bispo de Barra, na Bahia, d. Luiz Flávio Cappio. O governo, no entanto, continua firme no projeto que consiste na transferência de águas do rio para abastecer pequenos rios e açudes do Nordeste que possuem um déficit hídrico durante o período de estiagem. Pela proposta de transposição, o Rio São Francisco deve doar cerca de 26,4 m3/s de vazão aos açudes e pequenos rios do Nordeste Setentrional – uma forma de garantir o sustento de famílias que vivem na região.O projeto prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; e o Eixo Leste que beneficiará parte do sertão e as regiões do agreste de Pernambuco e da Paraíba. O Eixo Norte, iniciado próximo de Cabrobó (PE), percorrerá cerca de 400 km, conduzindo água aos Rios Salgado e Jaguaribe, no Ceará; Apodi, no Rio Grande do Norte, e Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte. Ao cruzar o Estado de Pernambuco, esse eixo levará água para atender os municípios de três sub-bacias do São Francisco: Brígida, Terra Nova e Pajeú. Para atender a região do Brígida, no oeste de Pernambuco, haverá um ramal de 110 km que levará parte da vazão do Eixo Norte para os açudes Entre Montes e Chapéu.
O Eixo Leste, que vai captar água no lago da barragem de Itaparica, em Floresta (PE), terá 220 km de extensão até o Rio Paraíba (PB), após deixar parte da vazão transferida nas bacias do Pajeú, do Moxotó, e da região agreste de Pernambuco. Para o atendimento das demandas dessa última região, o projeto prevê a construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do Rio Ipojuca. Além disso, nos dois eixos, estão previstos vários sistemas de distribuição de água (adutoras) para suprir cidades e perímetros de irrigação.
O rio e seus números
-> 2.700 km é a extensão do “Velho Chico”, desde a Serra da Canastra, onde nasce, até a foz, entre os Estados de Sergipe e Alagoas
-> 168 é o número de afluentes do rio, dos quais 99 são perenes e o restante temporário
-> 634 mil km2 é a área da bacia
-> 504 é o número de municípios banhados, pela bacia do São Francisco. Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas, 1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal
-> 13 milhões é o número de pessoas que habitam a área da bacia (Censo de 2000)
-> 91 m3/s é o consumo atual de água da bacia do “Velho Chico”
-> R$ 4,5 bilhões é o custo estimado da obra de transposição segundo o Ministério de Integração Nacional
Revista Horizonte Geográfico
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