domingo, 17 de maio de 2009

Eslovênia, paz em região de conflitos

A terra dos eslovenos se contrapõe às outras ex-repúblicas da Iugoslávia por ter se mantido tranqüila em meio às rivalidades étnicas dos Balcãs

Fortaleza de Predjama, nos Alpes: constrída no século 13 sobre uma caverna

Você conhece a Eslovênia? Na encruzilhada dos Alpes e do Mediterrâneo, esse pequeno país da Europa Central, com a metade do tamanho da Suíça, é montanhoso e superverde. Possui o seu quinhão de castelos, cidades barrocas, monumentos e lendas do período medieval e dos tempos em que fazia parte do Império Austro-Húngaro. Na verdade, trata-se de um país de sorte. Na salada de repúblicas, povos, línguas e religiões dos Balcãs, destaca-se pela tranqüilidade. Até recentemente, compunha, com as outras repúblicas vizinhas, a antiga Iugoslávia. Com o fim do Bloco Soviético, na década de 1990, a Iugoslávia se desintegrou e começaram as guerras civis étnicas cujos efeitos são sentidos até hoje. Mas, apesar de ter se queimado com uma faísca dos conflitos, por ter sido a primeira a se separar do antigo bloco iugoslavo, a Eslovênia escapou praticamente incólume. Isso, graças a sua população relativamente homogênea (a esmagadora maioria é eslovena). Tornou-se independente em 1991 e entrou para a Comunidade Européia em 2004. Em clima de paz, conseguiu manter o seu alto padrão de vida.

Pequena grande capital

Dizem os eslovenos que a cidade de Liubliana é grande o suficiente para conter tudo o que uma capital deve ter e pequena o bastante para preservar a individualidade de seus moradores. Mas, como toda capital européia que se preze, tem também castelos, mansões e obras-primas arquitetônicas. Devastada no passado por terremotos, ela foi reconstruída várias vezes segundo o estilo da época – renascentista no século 14, neoclássico e art-nouveau no século 19. O barroco italiano, influenciado pelo país vizinho, está presente também na sua arquitetura.

A montanha símbolo

A montanha mais alta da Eslovênia e dessa parte dos Alpes é o Triglav (2.864 metros). O nome significa “três cabeças” que, segundo a lenda, vigiam a terra, o céu e o inferno. É um símbolo nacional, incluído no brasão e na bandeira do país. Diz o ditado que todo verdadeiro esloveno deve escalar o Triglav pelo menos uma vez na vida.

Cavalos imperiais

Eles quase desapareceram durante as grandes guerras mundiais. Mas, hoje, são um orgulho nacional. Os cavalos lipizanos são descendentes dos animais trazidos da Espanha no século 16 pelo arquiduque Carlos II, da Áustria, e foram criados em Lipizza, então território italiano, para fazer parte da famosa Escola de Equitação de Viena e para abastecer as carruagens da família do imperador. Existem cerca de 400 no país.

Parque das salinas

O sal extraído pela evaporação da água do mar no litoral esloveno do Mar Adriático, fronteira com a Croácia, é um dos mais apreciados pelos gourmets do mundo. O produto vem da Salina Secovlie, região que hoje foi transformada em parque nacional, protegido pela Convenção Mundial Ramsar de conservação de zonas úmidas. Em Secovlie, já foram registradas quase 300 espécies de aves, como cegonhas, fragatas e corujas.

Música e identidade

Todo verão, a música invade as ruas das principais cidades da Eslovênia. É a época dos festivais, que agregam grupos de teatro, palhaços, mágicos, danças e cinema. A identidade eslovena procura preservar a cultura, língua e história locais por meio de lendas, mitos e canções populares apresentadas em geral com acordeão, lembrando a forte presença cigana.

Vinhos de hoje e de sempre

Quando se pensa em vinho europeu, os primeiros países que vêm à mente são França, Itália ou Portugal. Mas a Eslovênia também se destaca. Há registros de que a bebida era fabricada na região antes da chegada dos romanos. A cidade histórica de Maribor abriga uma vinha que os eslovenos dizem ser a mais antiga em produção.

O sino dos desejos


A vista impressiona: cercado por uma paisagem alpina, na qual não falta nem um castelo construído sobre rochedos, fica o lago Bled. Na sua extremidade, está situada uma pequena ilha com uma igreja do século 16, no centro. Diz a lenda que qualquer pessoa que toque o sino no alto de sua torre terá cumprido o seu maior desejo. O sino foi mandado colocar na igreja pelo então papa para atender a vontade de uma jovem viúva cujo marido fora assassinado por ladrões.

Ficha técnica

Nome: República da Eslovênia
Capital: Liubliana
População: 2 milhões
Área: 20.251 km²
Idioma: esloveno (oficial), húngaro, italiano
Governo: República como forma mista de governo
Religião: Cristianismo (92%), sem religião (5%), ateus (2%), islamismo (0,1%)

Revista Horizonte Geografico

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