sábado, 8 de março de 2014

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Projeto de energia nuclear da Georgia recebe ajuda federal
Garantias de empréstimos encaram esperanças cada vez menores de um renascimento da indústria

NRC/Wikimedia Commons
LEGENDA: Duas novas usinas nucleares estão sendo construídas no projeto Vogtle, na Georgia.
Créditos: Georgia Power Company

Lauren Morello e revista Nature

Em 19 de fevereiro, o Departamento de Energia dos Estados Unidos declarou ter aprovado US$6,5 bilhões em garantias de empréstimos para o projeto nuclear Vogtle, de US$14 bilhões, nas proximidades de Waynesboro, Georgia. Os dois reatores receberam aprovação regulamentar em 2012 – os primeiros novos reatores dos Estados Unidos em aproximadamente 30 anos.

O anúncio veio enquanto o secretário de energia, Ernest Moniz, reiterava o apoio da administração Obama à energia nuclear como parte de sua estratégia energética de usar todas as opções possíveis para reduzir a dependência do petróleo estrangeiro, e como forma de ajudar a reduzir as emissões de gases estufa dos Estados Unidos. “O presidente quer deixar claro que ele vê a energia nuclear como parte de seu portifólio livre de carbono”, declarou Moniz.

Esses são tempos difíceis para a indústria nuclear dos Estados Unidos, que enfrenta forte competição por parte do gás natural e da energia renovável em algumas regiões. Pressões de mercado levaram ao fechamento de usinas nucleares em Vermont e Wisconsin no ano passado, e preocupações com segurança e confiabilidade fizeram com que usinas na Califórnia e na Flórida fossem desativadas. Além dos dois reatores em construção no local do Vogtle, apenas outros dois foram aprovados no país, na Carolina do Sul. Projeções da Administração de Informações Energéticas dos Estados Unidos publicadas em dezembro sugerem que a geração de energia nuclear para eletricidade crescerá 5% de 2012 a 2040, mesmo que sua fatia do mercado elétrico deva cair de 19% para 16%.

“Empresas de utilidade pública estão se comportando de maneira muito conservadora no momento”, observa Doug Vine, membro sênior do Centro de Soluções Climáticas e Energéticas em Arlington, na Virginia. Mas ele também aponta que esse comportamento não é tão pronunciado em estados com mercados energéticos regulados, como a Georgia e a Carolina do Sul, onde é possível estabelecer taxas que permitem a operadoras energéticas recuperar os altos custos de capital de usinas nucleares direto dos consumidores.

Em outras partes do país, o trabalho do Departamento de Energia para acelerar um renascimento nuclear parece ter fracassado. Apenas alguns projetos nucleares se inscreveram no programa de garantias de empréstimos do Departamento de Energia, que começou em 2005, quando apoiadores anteciparam uma explosão na demanda por energia nuclear. O programa permite até US$17,5 bilhões em garantias em que o governo assume a dívida se o devedor não pagar. “Isso provavelmente encerrará a história que começou em 2005”, prevê Edwin Lyman, cientista sênior da Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados), em Washington capital. “Isso é mais ou menos o fim, não o início”.

Este artigo foi reproduzido com permissão da revista Nature.

O artigo foi publicado pela primeira vez em 20 de fevereiro de 2014.
Scientific American Brasil

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