Empresário sugere usar os gigantes de gelo para acabar com a seca extrema em alguns locais do mundo
David Demer, NOAA / NMFS / SWFSC / PEAML
Recentemente, o empresário Georges Mougin virou notícia ao propor um plano de transporte de icebergs como fonte de água doce para regiões atingidas por secas.
Uma equipe de engenheiros de software da empresa Dassault Systèmes criou uma simulação de computador para Mougin. De acordo com os resultados, um rebocador pode transportar um iceberg de sete milhões de toneladas, envolto em uma saia de isolamento, de Newfoundland, no Canadá, para as Ilhas Canárias ─ que atualmente utilizam dessalinização para lidar com suas periódicas faltas de água ─ por cerca de US$ 9,8 milhões. A viagem de 5.500 km, durante a qual o iceberg perderia cerca de 38% de sua massa, demoraria de quatro a cinco meses.
Embora a simulação de computador mostre como seria possível transportar um iceberg sem ele derreter totalmente, o plano de Mougin não é a solução financeiramente mais acessível para aliviar a seca em áreas como o Texas ou Somália. A simulação produz 4,3 milhões toneladas de iceberg a um custo de quase US$ 10 milhões, o que corresponde a cerca de 23% de centavo de dólar por litro. Pode parecer um custo relativamente baixo, mas não em comparação com o método comum de dessanilização da água do mar, que rende um litro de água doce para 9% de centavo.
A água do mar dessalinizada custa menos da metade em relação à água derretida do iceberg. Um método em desenvolvimento abaixa o custo de um litro de água potável para até 4,6% de centavo de dólar.
A simulação não parece estimar a pegada de carbono de uma viagem de 5.500 km feita por um rebocador movido a óleo diesel. A dessalinização da água pode ser feita mais perto da área seca, exigindo menos transporte.
No entanto, se a seca do Texas ficar em situação muito crítica, a sugestão de Mougin pode ser plausível para um generoso milionário do petróleo. Talvez o filantropo pudesse trazer um pouco de gelo para alguma festa, como Faisal fez em 1977. Na conferência, ele tinha um mini-iceberg enviado do Alasca a Ames por avião, helicóptero e caminhão. Por um preço de US$ 5.000, um símbolo de majestade da natureza foi quebrado e levado para flutuar em cima de bebidas frescas no Iowa.
Scientific American Brasil
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