por Redação Galileu
As recentes notícias a respeito do terremoto que atingiu 8,8 graus na escala Richter no Chile colocaram o país em destaque na mídia internacional. Geógrafos explicam o estrago devido à forma do país e sua localização sobre as Placas tectônicas de Nazca e a Sul-americana. O Chile tem mais de 6 mil quilômetros de litoral, mais de 4 mil km de comprimento norte-sul e apenas 175 km de largura em média.
Afinal, há uma explicação para essa forma “esguia” do Chile? A resposta envolve fronteiras naturais e conquistas políticas e militares. “O país está espremido entre a Cordilheira dos Andes ao leste e o Oceano Pacífico no oeste”, diz o chileno Manuel Rolando Berríos Godoy, doutor em Geografia e professor da UNESP de Rio Claro.
A cadeia montanhosa ocupa mais de um terço da extensão do país e dificulta o acesso da população às terras que ficam além delas. No século 16, conquistadores da colônia do Peru migraram para a região onde hoje fica a cidade de Santiago, e não foram encorajados a expandir o território por causa das montanhas. Mas isso só explica a largura do país.
A imensa extensão longitudinal, só foi possível depois da independência da Espanha, antes, o país não era nem um terço do que é hoje. Foi só em 1880, durante a Guerra do Pacífico, que o Chile conquistou o Atacama e uma zona fértil do litoral em disputa com Peru e Bolívia. “Por cinco séculos, o deserto do Atacama foi terra de ninguém, sem vida e chuva, os países próximos não viam como poderia ser explorado. Até descobrirem o salitre na região”.
Por outro lado, o país cedia os territórios da Patagônia Ocidental e Puna de Atacama à Argentina em 1881. A região que hoje é Araucanía, no centro sul, pertencia aos índios mapuches, que resistiram à investidas incas e espanholas. Essa área, por muito tempo “quebrava o país ao meio e só foi finalmente dominada em 1860 pelos chilenos”, diz Berríos.
E as instabilidades terrestres acompanham o país por toda sua história. A própria formação dos andina, um dos pontos mais altos do planeta, ocorreu devido ao choque das placas tectônicas sobre as quais o Chile se localiza. “O terremoto mais forte já registrado aconteceu lá, em 21 de maio de 1960, o povo está habituado e, em uns dois anos, voltamos melhores do que estávamos”, diz o professor.
Revista galileu
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