quarta-feira, 6 de julho de 2022

Estudos apontam o degelo do permafrost como uma séria ameaça





1 de 2 Pico sul do maciço de Kebnekaise, em 26 de agosto de 2021 ao norte da Suécia - AFP/Arquivos







O desgelo do permafrost no Ártico, que pode liberar grandes quantidades de gases de efeito estufa, ameaça a infraestrutura local, mas também o planeta, de acordo com estudos publicados esta semana na revista Nature.

O permafrost, um solo que permanece congelado por mais de dois anos consecutivos, cobre 30 milhões de km2 do planeta, dos quais cerca de metade está no Ártico. Ele contém o dobro do CO2 presente na atmosfera e três vezes o que a atividade humana emitiu desde 1850.

Devido às mudanças climáticas, as temperaturas no Ártico aumentam muito mais rapidamente do que no resto do mundo: 2º a 3ºC em relação aos níveis pré-industriais. A região também registra uma série de anomalias meteorológicas.

A temperatura do próprio permafrost esquentou, em média, 0,4°C entre 2007 e 2016, “o que aumenta a preocupação sobre a rápida taxa de degelo e o potencial de liberação de carbono”, diz um estudo liderado por Kimberley Miner, pesquisadora do Centro de Pesquisa Espacial JPL da NASA.



O estudo prevê a perda de cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados de permafrost até 2100, mesmo que o aquecimento global seja contido.

Os incêndios também desempenham um papel, enfatiza o estudo. Eles podem aumentar de 130% para 350% até meados do século, liberando cada vez mais carbono do permafrost.

De acordo com outro estudo liderado por Jan Hjort, pesquisador da Universidade Finlandesa de Oulu, uma ameaça mais imediata paira sobre quase 70% das estradas, oleodutos, cidades e fábricas construídas sobre o permafrost.


A Rússia corre um risco particular: quase metade dos campos de petróleo e gás do Ártico russo estão localizados em zonas de risco pelo permafrost.

Em 2020, um tanque de combustível se rompeu quando suas fundações afundaram subitamente no solo perto de Norilsk, na Sibéria, derramando 21.000 toneladas de diesel em rios próximos.



Na América do Norte, há também uma ameaça às ruas e oleodutos.

Embora se saiba cada vez mais sobre o permafrost, algumas questões permanecem sem resposta, principalmente em relação aos volumes de carbono que podem ser liberados.

Também não se sabe se o degelo levará a uma região ártica mais verde, onde as plantas poderão absorver o CO2 liberado, ou a uma região mais seca, onde os incêndios aumentarão.
Revista Isto é

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