quarta-feira, 12 de outubro de 2016

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Premiê britânica cede a pressão e anuncia debates antes de saída da UE


DIOGO BERCITO
DE MADRI

Theresa May, premiê britânica, anunciou nesta quarta-feira (12) que haverá discussão no Parlamento antes de o Reino Unido dar início formal a sua saída da União Europeia.

Não há detalhes de como será o debate, e parlamentares por ora não terão direito a voto para decidir a estratégia do chamado "brexit", nome que se dá a esse processo.

Associated Press


A premiê britânica, Theresa May, responde a perguntas de parlamentares sobre 'brexit'


Mas o anúncio já é, em si, um indício de que May se dobrou à pressão do Partido Trabalhista e a membros de sua própria sigla, o Partido Conservador, que exigem maior transparência em uma decisão que terá tamanho impacto no futuro do país.

O Reino Unido decidiu, na votação de 23 de junho, deixar a União Europeia. A saída, sem precedentes, tem criado temor nos mercados.

O "brexit" só será iniciado quando o governo acionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa. A partir desse momento, as negociações devem durar em torno de dois anos. May já afirmou ter planos de dar início ao processo até o final de março de 2017.

Não está claro até agora, porém, como será a saída. Questões fundamentais, como o futuro dos migrantes e dos acordos de comércio, permanecem sem resposta.

Ademais, há desafios vindos de todas as partes do país, incluindo grupos de cidadãos que exigem transferir a decisão final ao Parlamento, em lugar do governo.

PRESSÃO

May se nega, por ora, a permitir que o Parlamento vote a saída do Reino Unido. A decisão, diz, é prerrogativa do governo. Mas ela estará sob maior pressão se a estratégia do "brexit" for de fato debatida pelos legisladores.

O cenário até então previso era apresentar um plano já consolidado, em discussões a portas fechadas.

May tem insistido em que "brexit significa brexit", no que já virou seu bordão, sem definir porém concretamente como será realizada a saída.

A situação é agravada pelo fato de que o voto popular pelo "brexit", em junho, não incluía um modelo específico, e sim apenas a ruptura com a União Europeia. Não há, assim, um ponto de partida.

O Partido Trabalhista apresentou ao governo uma lista de 170 perguntas sobre a saída do Reino Unido. Segundo o diário britânico "Guardian", as dúvidas vão desde a permanência no mercado comum até o impacto no sistema de saúde.

É importante, para a oposição, que haja clareza. Parlamentares afirmaram na quarta-feira, afinal, que a falta de informações tem assombrado os mercados, causando dano à economia.

A libra, moeda britânica, por exemplo, desvalorizou-se 18% em relação ao dólar desde o referendo de junho. 
Folha de São Paulo

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