terça-feira, 1 de julho de 2014

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Grupo islâmico anuncia criação de califado no Iraque e na Síria; entenda



O Isis tenta trazer de volta a noção puritana do Islamismo

O grupo militante Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis, sigla em inglês) anunciou a criação de um califado, ou Estado Islâmico, nas áreas sob o seu controle no Iraque e na Síria.

O Estado Islâmico se estenderia de Aleppo, no norte sírio, até a província de Diyala, no leste iraquiano.

O grupo proclamou seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, como califa e "líder dos muçulmanos em todo lugar". Ele será chamado de "Califa Ibrahim".

O editor da BBC Árabe, Mohamed Yehia, explica abaixo o que o anúncio representa e suas consequências no Oriente Médio:

A palavra "califado" em árabe significa, literalmente, o processo de escolher um líder (o califa) para muçulmanos ao redor do mundo.

O termo também se refere ao sistema de governo que começou após a morte do profeta Maomé. O último califado foi o Império Otomano, e foi abolido pelo nacionalista e secular líder turco Mustafa Kamal Ataturk em 1924.

O Isis está agora tentando trazer de volta a noção puritana do Islamismo, e se apresentar como líder de todos os mulçumanos.

Essa é uma iniciativa tomada por uma linha extremamente dura do grupo sunita, e não será reconhecida pelo Irã, ou pelos mulçumanos xiitas, assim como pela Arábia Saudita, que se vê como zeladora dos lugares mais sagrados do Islamismo.

Estados e comunidades mulçumanas moderadas também rejeitam esse movimento, e todos os governos da região veem o auto-declarado "Estado Islâmico" como uma ameaça, e perigo de segurança.

O Isis estabeleceu o sistema em partes da Síria e do Iraque, e o maior perigo que o "Estado Islâmico" (IS, na sigla em inglês) apresenta atualmente é aos países vizinhos da Síria e do Iraque, como Líbano, Jordânia, e Arábia Saudita.

O risco para países mulçumanos sunitas é mais interno que externo, caso grupos locais decidam se juntar ao IS e começar a confrontar autoridades e se armar.

O Irã não está sob risco direto por ser uma grande potência militar xiita na região e capaz de deter qualquer ameaça territorial, mas verá a ascensão de um grupo sunita ultramente fundamentalista como o IS como uma ameaça ao seu poder regional e esfera de influência.

O Isis vai querer atrair mais recrutas e expandir ou consolidar seu poder.

O grupo pediu à todos os grupos jihadistas sunitas que jurassem lealdade, e como tal, grupos afiliados à linha dura da Al-Qaeda têm escolhas difíceis para fazer.

Eles tanto podem lutar contra o IS, da mesma forma que grupos como o Jabhat Al Nusra - o afiliado oficial da Al-Qaeda na Síria - tem feito, ou sucumbir ao Isis, ou desafiar e arriscar ser marginalizado em decorrência do sucesso do Isis e se tornar irrelavante.
BBC Brasil

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