sábado, 29 de outubro de 2011

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De olhos bem abertos para a biodiversidade do arquipélago de Abrolhos, no Sul da Bahia
Fernanda Dutra (fernanda.dutra@oglobo.com.br)

CARAVELAS - Entre tantos nomes de origem indígena, os descobridores tiveram a chance de batizar um lugar especial: o arquipélago de Abrolhos, a 70 quilômetros do litoral. Os primeiros registros históricos da região com maior biodiversidade do Atlântico Sul datam de 1503, quando o navegador Américo Vespúcio teria alertado ao perigo de naufrágio diante de tantos recifes: "abram os olhos" - contam os guias. É quase por aí, exceto que Vespúcio só usou uma palavra já conhecida. Abrolhos são recifes ou baixios perigosos para as embarcações.

Os riscos são mínimos hoje em dia. A bordo de um catamarã, o trajeto entre o arquipélago e o porto mais próximo, na cidade de Caravelas, dura em média três horas. Entre julho e novembro, o tempo passa voando. É a temporada de reprodução das baleias jubarte, que vêm da Antártica se acasalar nas águas de temperatura amena da região ao Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo. De uma população em média de 9 mil baleias, o Instituto Jubarte estima que 80% esteja na região de Abrolhos. Desde 1986, quando a caça às baleias foi oficialmente proibida, a população das jubartes tem crescido exponencialmente, em média 7% por ano. A observação de baleias é uma atividade monitorada pelo instituto, que envia representantes na maior parte das viagens. Até avistar o primeiro jato d'água, a ansiedade é grande. Mas depois são tantos jatos, nadadeiras e caudas por todos os lados... Às vezes, até em dezembro se avista alguma jubarte atrasada para voltar às águas frias da Antártica.
Se estiver por lá no auge do verão, não se desanime. Os golfinhos estarão ansiosos por voltar à cena.

O farol da ilha de Santa Bárbara é o primeiro sinal do arquipélago, composto por outras quatro ilhas: Siriba, Redonda, Sueste e Guarita. Santa Bárbara, onde existe um farol instalado desde 1861, está sob jurisdição da Marinha. As demais fazem parte do Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

Jornal O Globo

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