quarta-feira, 30 de julho de 2008

Importância dos oceanos


Apesar de ocuparem 2/3 da Terra, as águas dos oceanos compõem um ambiente pouco conhecido pelo homem, que prefere explorar outros astros, em vez daquele em que vive.
Quinhentos anos depois da descoberta da rota para as Índias, conseguido graças ao desenvolvimento da navegação, o objetivo é chamar a atenção para a necessidade de preservar o ambiente que, desde as origens, garante a presença da vida sobre a Terra.
As águas dos mares têm importância crucial para a economia mundial, servindo de reserva de inúmeras fontes de energia, de alimentos e de via de transporte. Sua organização física, química e biológica afeta diretamente a sobrevivência de cada um dos seres humanos, gerando oxigênio e determinando o clima. Para o futuro próximo, os oceanos despontam como uma fenomenal fábrica de remédios capazes de curar males como o câncer e a dengue.
Um grupo de animais marinhos está abrindo novos rumos para a biologia. São os extremófilos, microorganismos que vivem em condições extremas: altas temperaturas (mais de 100º Celsius), falta de luz, de oxigênio e de nutrientes.
Vivendo em volta de fontes hidrotermais do fundo do mar, de fendas vulcânicas ou no gelo oceânico, as comunidades sobrevivem por conta da síntese química desses microorganismos, que não dependem da energia solar.
O estudo dessas bactérias levou à criação de um novo grupo de divisão dos animais do planeta, que recebeu o nome latino "archae".
Dos extremófilos, já foram isoladas enzimas que têm uso potencial no tratamento de dejetos industriais, na produção de alimentos e na elaboração de medicamentos.
As enzimas termoestáveis oferecem muitas vantagens em pesquisas científicas e em processos industriais. Algumas delas, que têm condições de alterar o DNA, como as polimerases, já estão sendo usadas industrialmente. Um dos usos mais "nobres" dessas enzimas tem sido acelerar pesquisas por meio da PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), técnica utilizada no estudo de materiais genéticos.
A importância desse novo grupo de animais justifica os esforços de norte-americanos e japoneses para seu estudo. Nos EUA, cientistas da Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera mantêm sempre um olho em um vulcão ao largo da costa do Estado de Oregon. No Japão, o Jamstec (órgão governamental para estudos aquáticos) envia robôs às profundezas para coletar materiais e observar a atividade vulcânica submersa.
Mas a descoberta dos extremófilos pode ser em vão se uma barreira comercial não for vencida: é preciso garantir uma boa quantidade de material para trabalhar e, ao mesmo tempo, preservar estoques desses animais para o futuro.

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