sábado, 23 de janeiro de 2010

Colheita de água

A Índia vive à mercê das monções desde tempos imemoriais. Agricultores enriquecem a terra e a vida vai esculpindo encostas para captar a água da chuva.

Um caprichoso céu de monção decepciona os agricultores que atravessam o rio Bhima em uma peregrinação hindu a Pandharpur. Em vez da tromba d'água, as nuvens mandam um chuvisco.
Foto de Lynsey Addario

Como as novas regras sobre as vertentes em Satichiwadi proíbem cortar árvores, Nandabai, à esquerda, e Sakhuba Thama Pawar preparam uma refeição para 20 parentes com fogo abastecido por pequenos galhos.
Foto de Lynsey Addario

Seguindo uma rotina matutina antiquíssima, mulheres em um local próximo a Darewadi tiram água do poço para cozinhar, beber e lavar naquele dia. Na medida em que o programa de conservação foi progredindo no vilarejo e o nível da água subiu, este poço também passou a ser capaz de fornecer irrigação para as plantações durante a estação da seca.
Foto de Lynsey Addario

Com uma oferta de pequenos tomates em exibição a sua frente, Suman Maruti Avadh prepara-se para um ritual de colheita em sua casa, em Darewadi. Os aldeões costumavam comprar muitas das frutas e verduras necessárias para esta cerimônia hindu. Agora, dependem mais da própria produção, cada vez mais variada desde que as obras da represa começaram.
Foto de Lynsey Addario

Processando a colheita de milho da família, Nausabai Kangane separa as espigas. O vilarejo dela, Darewadi, deu início a um programa de conservação de água em 1996, e os agricultores aqui agora podem alimentar a família mesmo quando as chuvas de monções são erráticas. Em anos bons, eles têm excedente de produção para vender.
Foto de Lynsey Addario

A família Karande planta e vende cebola, uma cultura que exige muita água, beneficiando-se de mais de uma década de remodelação do perfil do terreno em Darewadi. Antes, subsistiam com painço arrancado a muito custo dos campos ressequidos.
Foto de Lynsey Addario

Retida por um sistema de valas e barragens construído em Satichiwadi, a água da chuva é lentamente absorvida pelo solo. Essa umidade ajudará a sustentar as plantações e engordará o pasto para bois e cabras.
Foto de Lynsey Addario

Em três anos, aldeões de Satichiwadi cavaram uma vala para captar a chuva que corre pela encosta. Os sem terra são remunerados pela tarefa, e quem possui, beneficiados pelo aumento do nível de água no lençol freático, faz trabalho parcialmente voluntário.
Foto de Lynsey Addario

Quando chegam as chuvas de monção, entre junho e setembro, um tapete verdejante revigora os campos cultivados e os pastos.
Foto de Lynsey Addario

Na estação seca, as plantações de Satichiwadi queimam sob o sol impiedoso.
Foto de Lynsey Addario

Narya Pathari, de 10 anos, migrou com a família de Beed para cortar cana-de-açúcar nas proximidades de Sangamner. Negócio que vale centenas de milhões de dólares por ano no estado de Maharashtra, o plantio da cana exige irrigação copiosa. Canais carregam água subsidiada pelo governo de reservatórios criados por grandes represas.
Foto de Lynsey Addario

Vilarejos que não aproveitam suas vertentes, como Yethewadi, dependem de cascatas de caminhões-pipa para reabastecer seus poços.
Foto de Lynsey Addario

Durante a temporada da seca, a chegada de um caminhão de água dá início a uma correria na cidadezinha de Beed. Para recolher a água, garotos pulam em cima do caminhão e enfiam mangueiras lá dentro. As mulheres colocam o fluxo em latões e também em recipientes de metal com gargalo fino, que elas vão carregar para casa em cima da cabeça.
Foto de Lynsey Addario

Um campo empoeirado próximo ao vilarejo de Morabgi oferece pastagem rala para as ovelhas de Janoba Tambe, de 65 anos. Rebanhos como o dele, conhecidos como "cheques ambulantes", com frequência são vendidos animal por animal, na medida em que o proprietário precisa de dinheiro. Essa terra foi tão devastada pela falta de chuva que os dois filhos de Tambe precisaram se mudar para outro sítio e trabalhar como empregados.
Foto de Lynsey Addario

National Geographic Brasil

Um comentário:

EDUARDO POISL disse...

Que a minha solidão me sirva de companhia,
que eu tenha coragem de me enfrentar,
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir, como se
estivesse plena de tudo".

Clarice Lispector


Desejo um lindo domingo para você.
Abraços com todo meu carinho

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