domingo, 17 de novembro de 2013

Fenômenos polares





Cientistas desvendam os últimos enigmas da formação das luzes polares

As luzes, ou auroras polares, brilham quase sempre, embora em geral sejam fracas demais para serem observadas a olho nu. Só ocasionalmente elas se transformam, em poucos segundos, naqueles espetaculares fenômenos luminosos que parecem cobrir o céu com "cortinas vaporosas de luz".

As luzes coloridas aparecem quando elétrons colidem com átomos e moléculas de gás na alta atmosfera. Os pesquisadores acreditavam já ter desvendado há tempos, de onde os "elétrons celestiais" tiravam a energia necessária para desenvolverem uma "velocidade turbinada": segundo sua teoria, com os elétrons e núcleos de hidrogênio que o formam, o chamado vento solar levaria o campo magnético do Sol até a Terra. Nesse processo, as linhas do campo magnético solar se conectariam às terrestres - no lado diurno do nosso planeta -, separando-se de novo a uma distância entre 100.000 e 200.000 quilômetros da Terra, para se unir novamente entre si. Essa interação libera energia em forma de "ondas de Alfvén", que aceleram a viagem dos elétrons do vento solar rumo à Terra, eletrizando as luzes polares até o ponto da visibilidade a olho nu.

Mas essa explicação apresentava um problema: de acordo com a teoria da Física, as ondas de Alfvén, que transportam as partículas do vento solar, são lentas demais. Para percorrer os 100 mil quilômetros mínimos, elas teriam de gastar cerca de quatro minutos desde o seu ponto de partida até a Terra - mas as medições mostraram que o "modo turbo" da luz polar já é acionado pouco menos de um minuto depois que as linhas do campo magnético se reconectam de novo.

Agora, cálculos simulados realizados por Michael Shay, da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, sugerem que, além das ondas de Alfvén "normais", provavelmente também se formam as chamadas "ondas cinéticas de Alfvén" (KAW, na sigla em alemão): elas transportam os elétrons muito mais rapidamente até a atmosfera terrestre do que as ondas de Alfvén comuns. Como em uma tempestade, primeiro o raio atinge a Terra e só depois se escuta o som do trovão.
Revista GEO

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