sábado, 16 de novembro de 2013

A Lua é irrelevante

O satélite terrestre aparentemente teve pouca influência sobre a origem da vida na Terra - uma descoberta com implicações para o resto da galáxia


Até agora, os cientistas consideravam como certo que as formas de vida mais elevadas só puderam se desenvolver na Terra graças à nossa grande lua, porque sua força de atração estabiliza o eixo terrestre. Caso contrário, o eixo oscilaria como um pião de criança pouco antes de cair. O caos climático resultante desse desequilíbrio teria impossibilitado qualquer forma de vida complexa na Terra - bem como em 99% de todos os outros planetas semelhantes ao nosso, que não possuem um "estabilizador" desses.

Agora, entretanto, simulações computadorizadas realizadas por um trio de pesquisadores liderados por Jason Barnes, da Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, revelaram que a coisa não é tão simples assim. Os dados mostraram que mesmo sem uma lua, o eixo da Terra só oscilaria de 10º a 20º - em um espaço temporal de meio bilhão de anos. De acordo com Barnes isso ainda teria um impacto sensível sobre o clima, "mas não excluiria o desenvolvimento de vida inteligente".

Os resultados obtidos pela equipe de Barnes sugerem que não é só a Lua que mantém a Terra estável; é especialmente Júpiter, com sua enorme força de gravidade, que exerce um "efeito calmante" sobre o nosso planeta (e a maioria dos outros que existem no sistema solar).

Os novos cálculos também indicaram que a Via Láctea poderia conter muito mais planetas semelhantes à Terra e com vida mais evoluída do que se pensava anteriormente. Um satélite de grandes dimensões simplesmente não parece ser um pré-requisito para uma biologia mais avançada.

Barnes calcula que não é mais apenas um por cento, mas possivelmente 75% de todos os planetas parecidos com a Terra que oferecem as condições para o surgimento da vida complexa. Entretanto, o cientista admite que a Lua tem outras propriedades além de estabilizar o nosso eixo planetário para estimular a vida - por exemplo, o ciclo de marés cheias e vazantes, que intensifica a dinâmica das águas nas zonas costeiras, gerando a produção de ricos nutrientes marinhos.
 Revista GEO

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