segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O que foi o Big Bang?





A teoria revolucionou os estudos astronômicos ao afirmar que o universo é infinito.


Esta imagem capturada pelo telescópio James Webb em julho de 2022 é a foto mais detalhada já tirada do universo primitivo. Algumas das galáxias que aparecem nela surgiram apenas 1 bilhão de anos após 


Uma das perguntas mais importantes no campo da astronomia é “como surgiu o universo?”. Para respondê-la, astrônomos sustentam várias teorias, mas a crença de que o Big Bang foi o evento que deu origem ao universo é a mais aceita.
Como o Big Bang criou o universo?


A teoria do Big Bang, segundo informações da Nasa, consiste na ideia de que o universo começou em um único ponto. Um aglomerado de pequenas partículas quentes misturadas com luz e energia, nada parecido com o que vemos agora.


A partir de determinado momento, esse aglomerado começou a se expandir e a se esticar. E, à medida que as partículas se expandiam, se esfriavam e criavam novos grupos que, em tempo, se transformariam nas primeiras estrelas e galáxias.



Você pode se interessar pelo próximo vídeo no Origem do Universo:

101 | Origem do Universo
Qual é a idade do universo, e como ele começou? Ao longo da história, inúmeros mitos e teorias tentaram explicar as origens do universos, mas a teoria do Big Bang é a explicação mais aceita.

Quantos anos têm o universo?


A partir das primeiras estrelas e galáxias, a Nasa informa que as movimentações desses corpos, com colisões e reagrupamentos, resultaram na origem de outros objetos espaciais – como os asteroides, cometas, planetas e buracos negros.


Segundo a agência espacial, estima-se que esse processo, que dura até hoje, já leve 13,8 bilhões de anos.
Quem criou a teoria do Big Bang


A Nasa conta que, em 1927, um cientista belga chamado Georges Lemaître – que também atuava como sacerdote católico – foi o primeiro a falar da origem do universo como uma expansão infinita, com um passado igualmente infinito, ou seja, que a criação do universo não seria igual ao começo do tempo.


Cerca de dois anos depois, observações do astrônomo norte-americano Edwin Hubble completaram a ideia da expansão contínua do universo. De acordo com ele, as galáxias seguiam se afastando e, quanto mais distante, mais rápido se moviam.


Por sua contribuição, o pesquisador americano foi homenageado ao ter seu nome dado para o Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, que viaja pelo espaço desde 1990. As observações desse equipamento já geraram imagens impressionantes de estrelas, galáxias e outros objetos astronômicos a até 13,4 bilhões de anos luz da Terra.

O que foi a Guerra Fria?






Atores interpretando um policial militar do Exército dos Estados Unidos (à esquerda) e um soldado soviético posam para fotografias turísticas em frente ao Portão de Brandemburgo, no centro de Berlim.


A Guerra Fria foi um período marcado por um conflito político-ideológico travado entre Estados Unidos e a ex-União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. Esse período polarizou o mundo em dois grandes blocos, um alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.


O termo “guerra fria" foi atribuído ao período pela primeira vez em 1945, pelo escritor britânico George Orwell, autor de 1984. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, marcada pelo bombardeamento das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, o escritor usou o termo em um ensaio prevendo que isso desencorajaria uma guerra aberta entre grandes potências, criando, em vez disso, “um permanente estado de 'guerra fria'".

Características da Guerra Fria


Segundo livro A Era dos Extremos, do historiador Eric Hobsbawm, entre as características que marcaram esse momento da história mundial, pode-se destacar:


Polarização do mundo: a disputa travada entre norte-americanos e soviéticos afetou as relações internacionais dessas nações como um todo.


• Corrida armamentista: a procura pela hegemonia internacional fez com que as duas potências investissem no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas, principalmente armas nucleares.


Corrida espacial: outro campo de disputa entre americanos e soviéticos foi nas expedições espaciais ao longo da década de 1960. Inúmeros avanços aconteceram nesse período, como o primeiro ser vivo a chegar ao espaço e o primeiro homem a pisar na Lua.


• A criação da Organização das Nações Unidas (ONU): A ONU foi criada a partir da antiga Liga das Nações, com o objetivo de “garantir a paz” entre as nações e promover políticas de caráter humanitário.
Muro de Berlim: símbolo da guerra fria


Por seu papel central durante a Segunda Guerra, a Alemanha foi o palco central do conflito EUA versus URSS. O território alemão foi dividido entre os países Aliados (EUA, França, Inglaterra e URSS), que saíram vitoriosos da guerra mundial.


O Estado Alemão passou a ser dois, um ocidental – aliado aos EUA e ao “bloco capitalista” – e outro oriental – aliado à URSS e ao “bloco socialista/soviético”. A divisa desses blocos era na capital alemã, Berlim, onde um muro de três metros de altura feito de concreto e rodeado de arame farpado foi construído, separando 45 quilômetros da divisa. Até hoje, o Muro de Berlim é um dos principais símbolos da Guerra Fria.


Quanto tempo uma pessoa sobrevive sem beber água?

A água é essencial para diversas funções do organismo. Entenda porque é preciso beber esse líquido todos os dias.
National Geographic Brasil




Mulher bebe água de uma fonte pública em um dia quente na Place de la République. Paris, França.Foto de William Daniels


A água é o elemento-chave para a manutenção da vida na Terra. Assim como é um recurso natural essencial no meio ambiente, ela também possibilita diversas funções vitais nos seres humanos.


Mais de 70% do organismo humano é composto de água, que é necessária para várias reações químicas do corpo, como explica Gabriela Cilla, nutricionista especialista em nutrição clínica, funcional e esportiva consultada pela National Geographic.


Como exemplo, a profissional de saúde menciona as funções da água para a regulação da temperatura corporal, para o transporte de nutrientes, a hidratação das células e a eliminação de toxinas através do suor e da urina.


A falta de água afeta diretamente o funcionamento do corpo. De acordo com o manual médico da MSD (nome no Brasil da farmacêutica norte-americana Merck) e referência para temas de saúde, em casos de desidratação a água se desloca do interior das células para a corrente sanguínea a fim de manter o volume necessário de sangue e a pressão arterial.


Se a desidratação continuar, os tecidos do corpo começam a secar e as células passam a encolher e a funcionar inadequadamente, podendo levar a pessoa a óbito em casos graves. A explicação está no manual que integra a Aliança Global de Conhecimento Médico (Global Medical Knowledge Alliance), uma iniciativa de criação de conteúdo educacional para médicos e pacientes baseado em evidências, escrito por especialistas e disponibilizado online.


Quanto tempo o corpo pode ficar sem água?


Na prática, a nutricionista Gabriela Cilla afirma que o tempo varia de pessoa para pessoa porque quanto mais massa muscular o indivíduo tem, mais água ele tem estocada no corpo. “O que se calcula é que, em média, o ser humano consegue sobreviver muitas semanas sem comida, mas a maioria das pessoas só permaneceria viva cerca de dois a quatro dias sem água”, diz a nutricionista.


Para evitar a desidratação, uma pessoa deve tomar uma quantidade de água equivalente a seu peso de massa muscular. “O que varia de 1,6 litro a 2,8 litros ao dia”, diz a especialista em nutrição. “Se a pessoa ingere menos que isso já pode apresentar um cenário de desidratação”.



Quais os sintomas da desidratação?


Segundo o manual médico da MSD, os estágios iniciais da desidratação estimulam o centro de sede do cérebro, como um motivador para que a pessoa beba mais líquidos. Se a ingestão de água não corresponder, os próximos sinais incluem a diminuição da sudorese e urina.


Boca seca, dor de cabeça, visão turva, rouquidão e fome também são sinais comuns da desidratação, de acordo com a nutricionista.


Para tratar a desidratação, é preciso beber água. “Deve-se aumentar a ingestão de líquidos e, dependendo do caso, também é recomendada a reposição de sódio e eletrólitos”, diz Gabriela Cilla.

A curiosa história do tomate: da má fama a ser estrela de vários pratos da culinária





Os tomates foram criticados durante séculos — então, como é que passamos a apreciá-los? Esta pequena cidade de Nova Jersey afirma ter desempenhado um papel importante.


Em outros tempos chamados de “maçãs venenosas”, os tomates eram considerados sobrenaturais e pecaminosos, especialmente por causa de sua cor vermelha.
Foto de The Maas Gallery, London, Bridgeman Images
Por Yolanda Evans

Publicado 15 de ago. de 2025, 15:30 BRT


Embora a cidade de Salem, em Massachusetts, nos Estados Unidos, seja famosa pelos infames julgamentos de bruxas de 1692, há outra cidade chamada Salem — mas no estado norte-americano de Nova Jersey — que está ligada a uma história bastante lendária em que os tomates eram os inimigos.


Existem muitos mitos e lendas sobre como o tomate era visto como uma “maçã envenenada”, mas como ele perdeu sua reputação maligna e se tornou um produto alimentício amado é uma história complicada. De acordo com o historiador Andrew F. Smith, autor do livro “The Tomato in America: Early History, Culture, and Cookery” (em tradução livre, “O tomate na América do Norte: história inicial, cultura e culinária”), a história envolve um agricultor e horticultor que fez de tudo para provar que o tomate era seguro para consumo.


Mas até que ponto essa história é verdadeira? Aqui está o que sabemos sobre o passado conturbado dessa fruta infame e como ela se tornou um símbolo nesta cidade de Nova Jersey.


Por que as pessoas temiam o tomate?



Os astecas, povos da América Central e do Sul pré-colombianos, são creditados por cultivar, consumir e dar nome ao tomate, e a fruta foi posteriormente levada para a Europa pelos colonizadores espanhóis e portugueses no século 16.


A lenta introdução do tomate em toda a Europa deveu-se, em parte, ao receio em relação à cor vermelha, que era vista como pecaminosa e sobrenatural.




Os aristocratas adoeciam e/ou morriam quando consumiam tomates, mas o problema era os pratos em que comiam.Foto de O. F. Cook, Nat Geo Image Collection


Em 1544, o herbalista italiano Pietro Andrea Mattioli classificou o tomate como uma solanácea e uma mandrágora — uma categoria de alimentos conhecida como afrodisíaca. O tomate era frequentemente referido como uma “maçã do amor” e mantido à distância.


Mais tarde, em 1597, o proeminente herbalista e botânico inglês John Gerard falou que os tomates tinham “sabor forte e fétido” em seu livro “Herbal”. Essa afirmação negativa basicamente selou o destino do tomate na Grã-Bretanha e, mais tarde, nas colônias inglesas nas Américas.


No século 18, o tomate foi apelidado de “maçã venenosa” porque os aristocratas adoeciam e/ou morriam após consumi-lo. Porém, não foi o consumo do tomate que provocou sua doença ou morte. Em vez disso, o motivo real foram os pratos que os ricos usavam para jantar — especificamente os pratos de estanho. Esses pratos continham altos níveis de chumbo que, quando misturados com a acidez natural do tomate, causavam envenenamento por chumbo.




Em seu livro, Smith observa que algumas das primeiras referências ao tomate nas colônias norte-americanas datam do final do século 18, mas as pessoas cultivavam a fruta por curiosidade, não para consumi-la.


“Para aqueles que chegaram às Américas no período colonial, isso simplesmente não fazia parte de seus planos”, comenta Smith.
A ascensão dos tomates em mitos e folclores



De acordo com Smith, a imigração em grande escala para os Estados Unidos no final do século 19 e início do século 20 — particularmente de italianos, que trouxeram consigo a invenção da pizza — contribuiu para o consumo eventual de tomates.


Mas foi Robert Gibbon Johnson, que era um agricultor e horticultor da cidade de Salem, Nova Jersey, que finalmente causou uma impressão duradoura na opinião pública sobre os tomates.


Segundo a lenda falada até os dias de hoje, Johnson subiu os degraus do tribunal de Salem em 1820, comendo uma cesta cheia de tomates para que todos pudessem ver. Quando ele não morreu envenenado após ingeri-los, espalhou-se a notícia de que os tomates eram seguros para consumo.


No entanto, nunca foi encontrado nenhum registro das ações de Johnson. A história foi mencionada pela primeira vez pelo chefe dos correios de Nova Jersey e historiador amador Joesph S. Sickler em seu livro de 1937, “History of Salem County, New Jersey: Being the Story of John Fenwick's Colony, the Oldest English Speaking Settlement on the Delaware River” (em tradução livre, “História do condado de Salem, Nova Jersey: a história da colônia de John Fenwick, o mais antigo assentamento de língua inglesa no rio Delaware”), e rapidamente se tornou uma lenda sobre o tomate.mato lore.




Apesar de não haver registros das ações de Johnson nos degraus do tribunal em Salem, isso não impediu que esta cidade de Nova Jersey entrasse na brincadeira e fizesse do tomate seu símbolo ao longo do tempo.Foto de Justin Locke, Nat Geo Image Collection


Smith encontrou evidências de que Johnson realmente cultivava tomates, então “é certamente possível que seu trabalho tenha incentivado outras pessoas a consumir”, afirma ele. Mas Smith observa que muitas outras pessoas cultivavam tomates na época, então essa não é a única razão pela qual a fruta se tornou popular. Na década de 1830, uma série de livros de receitas com tomate estava sendo publicada nos Estados Unidos.


Rich Guido, diretor executivo e bibliotecário da Sociedade Histórica do Condado de Salem (NJ), acredita que essa história fantástica é típica de uma pequena cidade rural apaixonada por sua história local, mesmo que a história possa ter muitas meias verdades.


“Sempre tivemos uma conexão com a história e com o fato de sermos uma comunidade agrícola rural — é por isso que a história do tomate realmente entra em jogo”, diz Guido.


Como o tomate continua vivo em Salem, Nova Jersey



Embora não haja provas físicas ou documentação do teste do tomate de Johnson, isso não impediu as pessoas de acreditarem nessa história. Sickler acabou por contar a história a Harry Emerson Wildes, um sociólogo e historiador norte-americano, que escreveu sobre ela no seu livro de 1940, “The Delaware”. Pouco depois, Stewart Holbrook acrescentou mais detalhes ao evento no seu livro de 1946, “Lost Men of American History” (algo como “Homens perdidos da história americana”, em tradução livre).


Em 30 de janeiro de 1949, a rádio norte-americana CBS deu ainda mais notoriedade à narrativa ao transmitir uma reconstituição do famoso momento em que Johnson comeu um tomate no programa “You Are There”; Sickler atuou como consultor histórico do programa.


Em Salem, Nova Jersey, de 1989 a 2022, a cidade realizou o “Salem Tomato Festival”, onde moradores e visitantes assistiam a reconstituições do evento de Johnson, vestiam fantasias e, é claro, comiam tomates. No entanto, de acordo com Guido, o festival foi suspenso quando foi revelado que Johnson era proprietário de pessoas escravizadas.


Quanto ao motivo pelo qual Salem e Nova Jersey adotaram essa lenda como a história obscura do Garden State, Curtis Harker, gerente de registros do condado de Salem, acredita que seja pelo amor ao tomate de Salem — que também envolveu uma certa empresa de ketchup em determinado momento.


“É uma combinação do amor pelo enorme e saboroso tomate de Salem colocado em um hambúrguer, o aroma da Heinz Company que se espalhou pela cidade ao fabricar ketchup em Salem por 100 anos até 1977 e a divertida história de Johnson comendo corajosamente um tomate na escadaria do tribunal”, diz ele.


Embora a tradição em torno de Johnson tenha sido manchada por sua escravidão, o tomate continua a manter seu domínio sobre esta pequena cidade de Nova Jersey.
National Geographic Brasil

Floresta Amazônica emitiu mais dióxido de carbono do que absorveu na última década

Pesquisadores observaram que as taxas de emissão superaram em 20% as de absorção de CO2 entre os anos de 2010 e 2019. Resultados preocupam comunidade científica, por apontarem caminho para um cenário irreversível.





O bioma amazônico sempre foi um importante aliado na luta para conter a poluição causada pelo excesso de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. No entanto, um novo estudo traz resultados preocupantes. Entre os anos de 2010 e 2019, as emissões de dióxido de carbono da floresta Amazônia superaram em 20% as taxas de absorção. Foram liberadas 16.600 bilhões de toneladas de CO2, contra 13.900 bilhões de toneladas absorvidas.

A equipe responsável pela pesquisa publicada na Nature Climate Change envolveu especialistas de diversas nacionalidades. Eles analisaram a quantidades de gás carbônico eliminada durante queimadas e outros processos destrutivos, e compararam com o volume de CO2 absorvido enquanto a vegetação crescia.

“Essa é a primeira vez que observamos como a floresta amazônica mudou. Agora ela é um grande emissor” , disse Jean-Pierre Wigneron, coautor do estudo e cientista do Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRAE) da França à agência de notícias francesa AFP. “Não sabemos quando essa mudança poderá se tornar irreversível”

Através de métodos inovadores de análise de dados captados por satélites, desenvolvidos pela Universidade de Oklahoma, os pesquisadores descobriram que a degradação florestal foi responsável por taxas de emissão de CO2 três vezes maiores que as do desflorestamento direto de florestas. A degradação acontece através da fragmentação, do corte seletivo e da realização de queimadas que danificam a vegetação, mas não chegam a eliminá-la.

Além disso, o estudo mostrou que em 2019, o desmatamento via fogo e exploração madeireira quase quadruplicou. Em comparação com os dois anos anteriores, a área desmatada passou de 1 milhão de hectares para 3,9 milhões, o equivalente ao tamanho da Holanda. Esse período coincide com a redução de controle ambiental da gestão presidencial de Jair Bolsonaro.

“O Brasil sofreu um enorme declínio na aplicação de medidas de proteção ambiental após a mudança de governo”, comentou a INRAE em uma declaração à imprensa.
Ponto de inflexão

A Amazônia representa aproximadamente metade das florestas tropicais do mundo, sendo o tipo de vegetação mais efetiva na captação e armazenamento de gás carbônico.

Como os dados analisam apenas a porcentagem da floresta que está presente no território brasileiro (60%), ainda não se sabe a situação da bioma como um todo. Para Jean-Pierre Wigneron, o quadro de emissão e captação de CO2 é “provavelmente neutro”.

No entanto, isso não significa que não há riscos. “Nos outros países que contém a floresta tropical amazônica, o desmatamento também está aumentando e a estiagem tem sido mais intensa. Caso a região se torne uma grande fonte emissora, lidar com a crise climática será muito mais difícil”, concluiu o especialista e sua equipe.


A mudança climática é uma grande ameaça, e pode levar a floresta tropical do continente a um estado de savana muito mais seco. Isso não afetaria apenas a América do Sul, pois a destruição da região, que hoje abriga enorme biodiversidade, tem o potencial para causar impactos globais. A floresta amazônica é considera um ponto estratégico no sistema climático, e é extremamente vulnerável ​​a transições irreversíveis, que alterariam radicalmente o mundo como nós conhecemos.

Publicado em 03/05/2021
Scientific American

Conheça a aldeia Apiwtxa, trazendo lições do interior da floresta amazônica para o mundo


Como estratégia de sobrevivência em uma sociedade que dizima indígenas e os recursos naturais, os Ashaninka da terra indígena Kampa do rio Amônia, no Acre, fundaram a Associação Apiwtxa.






O modo de vida Apiwtxa garante a sustentação da comunidade sem exaurir os recursos da floresta amazônica. Crédito: © André Dib / Scientific American

A cidade mais próxima da aldeia Apiwtxa, a pequena Marechal Thaumaturgo, no Acre, fica a três horas de viagem de barco para dentro da floresta amazônica. Ela é acessível por um voo fretado a partir de Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do estado. Por mais distante que esteja dos centros urbanos, a comunidade de cerca de mil pessoas do povo indígena Ashaninka nos traz importantes lições em seu modo de vida e organização, transpassado por uma rica história de resistência e convívio sustentável com a natureza.

A fundação da comunidade remonta à década de 1930, quando o local da aldeia começou a receber diversas famílias da região, se afastando da violência e exploração por madeireiros, pecuaristas, colonizadores e mineradores. Desde o início, o grupo lutou pelo certificado de suas terras e para preservá-las das incursões cada vez mais intensas buscando extrair os recursos naturais da região do rio Amônia.

A oportunidade de obter um registro oficial só surgiu com a Constituição de 1988, que assegurava aos indígenas o uso dos recursos de suas terras, além de abrir mais espaço para políticas de demarcação e preservação através da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Por mais notável que seja a luta dos Ashaninka, no entanto, o grande destaque do artigo de capa da edição especial de julho de 2022 — “Lições da Amazônia para o mundo”, de Carolina Schneider Comandulli, antropóloga pela Universidade College de Londres que estuda povos indígenas desde os anos 2000 — é o modo de vida Apiwtxa.

Derivada de um extenso planejamento que leva em conta diversas dimensões de sua vida — desde aspectos espirituais e religiosos até as necessidades mais práticas de renda —, a comunidade fundou a Associação Apiwtxa. Seu objetivo é representar os interesses do grupo para a sociedade não-indígena, garantindo que a comunidade tenha, acima de tudo, independência e capacidade autossuficiência.

Extraindo (quase) todos os recursos de que necessita para viver de seus entornos naturais, entre caça, agricultura e extrativismo, a aldeia garante sua autonomia alimentar. E, através da produção de peças artísticas para venda, garante também autonomia econômica.

Essas autonomias são essenciais para que o grupo permaneça unido e consiga resistir às frequentes incursões em suas terras — muitos dos mesmos desafios que levaram a formação da comunidade em primeiro lugar. Mas, sem depender de seus recursos, a Apiwtxa se torna um agente ativo na sua história, capaz de moldar as circunstâncias ao seu redor.


Para resistir aos desafios, a Apiwtxa trabalha junto de ONGs e está em constante contato com instituições ambientais e governos, marcando presença na mídia. Em seu texto, Comandulli entende que o trabalho da comunidade não é moderno, “no sentido de que não buscavam um estado de desenvolvimento modelado em um ideal de progresso e crescimento que muitos aspiram mas poucos podem alcançar”. Mas, ao contrário, pode certamente ser considerado contemporâneo, “no sentido de encontrar suas próprias soluções para os problemas atuais”. É através dessa contemporaneidade que algumas de suas maiores lições se revelam: viver com a natureza (e não a partir dela) não se trata de um ideal nostálgico, mas sim de uma necessidade do mundo atual diante das circunstâncias de crise ambiental e climática.

Se interessou pela aldeia Apiwtxa e seu modo de vida? Então leia o artigo “Lições da Amazônia para o mundo” de Comandulli na edição de julho de 2022 (nº 232), comemorativa de 20 anos da Scientific American Brasil. Venha celebrar conosco e adquira a sua, disponível por compra avulsa ou assinatura nas versões impressa e digital.

Publicado em 20/07/2022.

domingo, 23 de março de 2025

Groelândia



maior ilha do mundo tem apenas 56.900 habitantes e uma paisagem coberta de gelo durante quase todo o ano. Localizada próximo ao Ártico, a Groenlândia possui 2.166.086 km² e já foi uma colônia da Dinamarca, como informa o Ministério de Assuntos Exteriores dinamarquês em seu site oficial.

Esse ponto ermo e pouco habitado do planeta está no Oceano Atlântico, em sua parte norte, e possui um delicado e rico ecossistema formado por baleias e focas em seus mares; ursos polares em terra e uma vegetação majoritariamente de tundrasalém de glaciares imensos. Por isso mesmo, a Groenlândia pode ser bastante afetada pelas mudanças climáticas e o consequente derretimento das geleiras

Para conhecer melhor esse território bastante peculiar, National Geographic selecionou cinco fatos curiosos sobre a Groenlândia. Descubra, por exemplo, porque o local não é considerado um país e sua estreita ligação com a Europa, apesar de estar geograficamente mais próximo à América do Norte

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