A Índia vive à mercê das monções desde tempos imemoriais. Agricultores enriquecem a terra e a vida vai esculpindo encostas para captar a água da chuva.
Um caprichoso céu de monção decepciona os agricultores que atravessam o rio Bhima em uma peregrinação hindu a Pandharpur. Em vez da tromba d'água, as nuvens mandam um chuvisco.Foto de Lynsey Addario
Como as novas regras sobre as vertentes em Satichiwadi proíbem cortar árvores, Nandabai, à esquerda, e Sakhuba Thama Pawar preparam uma refeição para 20 parentes com fogo abastecido por pequenos galhos.
Foto de Lynsey Addario
Seguindo uma rotina matutina antiquíssima, mulheres em um local próximo a Darewadi tiram água do poço para cozinhar, beber e lavar naquele dia. Na medida em que o programa de conservação foi progredindo no vilarejo e o nível da água subiu, este poço também passou a ser capaz de fornecer irrigação para as plantações durante a estação da seca.
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Com uma oferta de pequenos tomates em exibição a sua frente, Suman Maruti Avadh prepara-se para um ritual de colheita em sua casa, em Darewadi. Os aldeões costumavam comprar muitas das frutas e verduras necessárias para esta cerimônia hindu. Agora, dependem mais da própria produção, cada vez mais variada desde que as obras da represa começaram.
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Processando a colheita de milho da família, Nausabai Kangane separa as espigas. O vilarejo dela, Darewadi, deu início a um programa de conservação de água em 1996, e os agricultores aqui agora podem alimentar a família mesmo quando as chuvas de monções são erráticas. Em anos bons, eles têm excedente de produção para vender.
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A família Karande planta e vende cebola, uma cultura que exige muita água, beneficiando-se de mais de uma década de remodelação do perfil do terreno em Darewadi. Antes, subsistiam com painço arrancado a muito custo dos campos ressequidos.
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Retida por um sistema de valas e barragens construído em Satichiwadi, a água da chuva é lentamente absorvida pelo solo. Essa umidade ajudará a sustentar as plantações e engordará o pasto para bois e cabras.
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Em três anos, aldeões de Satichiwadi cavaram uma vala para captar a chuva que corre pela encosta. Os sem terra são remunerados pela tarefa, e quem possui, beneficiados pelo aumento do nível de água no lençol freático, faz trabalho parcialmente voluntário.
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Quando chegam as chuvas de monção, entre junho e setembro, um tapete verdejante revigora os campos cultivados e os pastos.
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Na estação seca, as plantações de Satichiwadi queimam sob o sol impiedoso.
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Narya Pathari, de 10 anos, migrou com a família de Beed para cortar cana-de-açúcar nas proximidades de Sangamner. Negócio que vale centenas de milhões de dólares por ano no estado de Maharashtra, o plantio da cana exige irrigação copiosa. Canais carregam água subsidiada pelo governo de reservatórios criados por grandes represas.
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Vilarejos que não aproveitam suas vertentes, como Yethewadi, dependem de cascatas de caminhões-pipa para reabastecer seus poços.
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Durante a temporada da seca, a chegada de um caminhão de água dá início a uma correria na cidadezinha de Beed. Para recolher a água, garotos pulam em cima do caminhão e enfiam mangueiras lá dentro. As mulheres colocam o fluxo em latões e também em recipientes de metal com gargalo fino, que elas vão carregar para casa em cima da cabeça.
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Um campo empoeirado próximo ao vilarejo de Morabgi oferece pastagem rala para as ovelhas de Janoba Tambe, de 65 anos. Rebanhos como o dele, conhecidos como "cheques ambulantes", com frequência são vendidos animal por animal, na medida em que o proprietário precisa de dinheiro. Essa terra foi tão devastada pela falta de chuva que os dois filhos de Tambe precisaram se mudar para outro sítio e trabalhar como empregados.
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National Geographic Brasil
Um comentário:
Que a minha solidão me sirva de companhia,
que eu tenha coragem de me enfrentar,
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir, como se
estivesse plena de tudo".
Clarice Lispector
Desejo um lindo domingo para você.
Abraços com todo meu carinho
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