segunda-feira, 1 de junho de 2009

Conflitos Internacionais


• Conflitos no Oriente Médio

• Chechênia

• A Índia e o Paquistão na disputa pela Caxemira

• Timor Leste

• Angola

• Conflitos na Irlanda entre Católicos e Protestantes

• A questão basca

• A questão russa

• A reunificação das Coréias

• A Guerra no Golfo Pérsico

• A questão balcânica

• Os conflitos na Colômbia

• O movimento zapatista no México




CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO

Após a repressão radical que se seguiu à revolta de Bar-Kokheba (132-135 d.C.) durante o reinado de Adriano, numerosos judeus foram deportados, e colonos estrangeiros foram instalados nessa parte da província romana da Síria. Ao mesmo tempo, os árabes deslocavam-se para a região e se sedentarizavam. Após sua conversão ao cristianismo, Constantinopla transformou a Palestina em Terra Santa, que permaneceu como centro de atividade intelectual judaica. A conquista árabe (634-640) integrou a Palestina ao império muçulmano.

A população da Palestina otomana (1516-1917) era composta por uma maioria de muçulmanos, uma expressiva minoria de cristãos e um pequeno número de drusos e de judeus. A imigração judaica começou a adquirir importância a partir de 1880, sob a influência do sionismo.

Durante a I Guerra Mundial, os britânicos encorajaram a rebelião árabe contra os otomanos (1916) e ocuparam a Palestina (1917-1918) que fica sob jurisdição britânica. Durante a II guerra Mundial o movimento sionista, que tinha por objetivo estabelecer uma comunidade de judeus na Palestina, favoreceu a imigração clandestina e compra de terras aos judeus. Iniciou-se a lenta colonização da região por migrantes judeus, vindos de pequenas levas da Europa Oriental, onde implantaram 1 sistema coletivo de terras agrícolas. A partir deste momento em diante, os judeus começaram a entrar em quantidades cada vez maiores na Palestina, o que acabou provocando conflitos entre estes e os árabes da região. Para protegerem-se os judeus criaram 1 exército clandestino que recorria a métodos terroristas para expulsar dali os camponeses árabes e, assim, conquistarem mais terras.

Em 1947, a Inglaterra renunciou ao controle da Palestina e entregou a ONU a tarefa de resolver os problemas da região. A ONU decidiu uma partilha da Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe. Essa partilha foi aceita pelos sionistas e rejeitada pelos árabes. Após a proclamação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, os Estados da Liga Árabe entraram em guerra contra o novo Estado, ao fim da qual, um 1949, o estado judeu expandiu-se para além dos limites que o plano de partilha lhe havia designado; o Estado Árabe (Palestina) ficou diminuído e repartido em dois: a Cisjordânia , que em 1950 foi integrada ao reino hachemita da Jordânia, e o Território de Gaza, administrado pelo Egito a partir de 1948.

Agora existiam dois problemas a serem resolvidos: a definição das fronteiras entre os países envolvidos e o que fazer com quase 1 milhão de árabes expulsos de sua terra? A maior parte se exilou para os países árabes vizinhos e os habitantes palestinos que se sujeitaram a jurisdição israelense perderam todos os seus direitos e chegaram a ser classificados como cidadãos de segunda categoria

Os acordos de Camp David (1978) e o Tratado de Paz de Washington (1979) entre Israel e o Egito previam a autonomia administrativa provisória e em seguida a autodeterminação dos habitantes desses territórios rejeitados pelos árabes. Ao mesmo tempo a colonização judia cresceu na região.

A resistência palestina se deu através de pequenos grupos guerrilheiros, que atacavam Israel a partir de bases localizadas nos países vizinhos. Em 1959, estes pequenos grupos formam o Movimento de Libertação da Palestina, que em 1964 viria a se transformar na OLP. Tinha por objetivo fundar um Estado palestino e obrigar Israel à devolver as terras ocupadas.

Em setembro de 1993, depois de se reconhecerem mutuamente, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram, em Washington, um acordo que concedia autonomia gradativa aos palestinos da faixa de Gaza e da Cisjordânia. Apesar desse acordo, extremistas de ambos os lados, palestinos e colonos israelenses, tentaram sabotar o processo em curso. Assassinatos e atentados desencadearam uma repressão militar e policial crescente. Depois de um novo acordo entre Arafat e Rabin, em maio de 1994, o exército e a administração israelenses abandonaram a Faixa de Gaza, com exceção das colônias israelenses já implantadas. Esse tratado permitiu que Arafat instalasse em julho de 1994, o governo da Autonomia Nacional Palestina, que passou a presidir, estendido depois para a cidade de Jericó, na Cisjordânia. Desde então, o movimento nacional palestino, dominado pela OLP, entrou em uma nova fase histórica, expondo-se a novas divisões entre os que apostavam na paz e os mais radicais, que, juntamente com o Hamas, declararam-se partidários de uma resistência armada à presença dos judeus na região.

Com a alternância dos partidos no poder de Israel, o que estava a favor dos acordos de paz e o que era contra, as negociações estagnaram e se complicaram por causa das divergências entre os interesses de ambos no que diz respeito à demarcação das fronteiras do Estado palestino, o que fazer com as colônias de judeus em território palestino e a respeito da criação na cidade de Jerusalém, considerada sagrada pelos 2 povos, da capital do Estado palestino.

Por outro lado, Israel também não se conformou com os tratados. As provas do inconformismo foram as investidas que Israel fez sobre os territórios delimitados nos acordos: da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, da parte oriental de Jerusalém, das colinas de Golan, do Mediterrâneo ao vale do rio Jordão e ao Mar Morto, sucedendo, assim, uma estreita planície costeira e uma vasta região das Colinas (Montes da Galiléia e da Judéia).

Para tais conquistas Israel sempre recebeu apoio internacional (armas e tecnologias), principalmente dos EUA, país que abriga mais de 40% da população mundial de judeus (cerca de 5 milhões). Tudo para lutar contra os palestinos comuns. Exatamente como os palestinos que a mais de 50 anos estão sendo expropriados de suas terras, humilhados e mais uma vez devastados.

Eles esquecem que em 29 de novembro de 1947, que na Resolução 181 da Assembléia Geral das Nações Unidas, decidiram pela divisão do território em um Estado árabe e outro judeu. É bom deixar claro que o Estado judeu foi criado já em 1948, mas o árabe jamais o foi, sempre sustado pela ação comum de Israel e Estados Unidos.

Condições degradantes estão sendo impostas a 3 (três) milhões de pessoas, pelo plano da direita militar israelense, simplesmente para a construção do Grande Estado de Israel. É dessa pressão que sai o terrorista palestino, e não do fanatismo apregoado pela mídia.

Para acabar com os terroristas palestinos basta que os governantes dos países da ONU tenham a mínima dignidade de ameaçar o corte total de relações com Israel, até que seu governo cumpra a desocupação dos territórios alheios, e efetivar a criação do Estado Palestino determinada por esses mesmos países da ONU há 55 anos.

O corte total de relações com Israel é algo que achamos impossível de se estabelecer pois o órgão mais forte da ONU é o CS, onde EUA fazem o que bem entendem e só defendem seus interesses, e tanto é que os acordos só se estabelecem por intermédio dos americanos, que fazem acordos com Israel e vão cedendo aos interesses palestinos aos poucos, desde que estes não lhes tire a autonomia.

Foi justamente pelo não cumprimento do acordo que os árabes fazem oposição contra tudo o que seja Ocidental – israelense ou judeu ou norte-americano. Essa semente plantada pelo Ocidente é um dos mais poderosos fertilizantes para o cultivo do ódio. E, pela via do ódio, nada pode ser construído.

Entre 1980-1990 ocorre a guerra Irã- Iraque. O Irã acabara de se transformar em República, após muitos conflitos étnicos e internos (políticos), através de 1 governo que acabava de assumir o poder por meio da pressão popular, que resultou na deposição do governo aliado aos EUA. O novo governo apoiava o terrorismo como política de Estado e não se alinhou aos americanos. Na fraqueza causada pelo desgaste dos confrontos civis o Iraque ataca o Irã pela disputa dos direitos de num canal do Golfo Pérsico. A guerra tinha por objetivo obter o controle de bacias petrolíferas, estradas e a liderança do mundo árabe pelo ditador Saddam Hussein. O Iraque teve apoio dos EUA e outras potências interessadas no petróleo. A guerra acabou sem vencedor e com 700.000 baixas.

Em 1991 o Iraque ataca o Kuwait, pois os iraquianos estavam individado9s pela guerra contra o Irã e os preços do petróleo estavam em baixa o que fazia com que não houvesse possibilidades de recuperação da economia iraquiana. Com o pretexto de que o Kuwait estava comercializando petróleo à baixo das cotas estabelecidas pela Opep, o Iraque reivindicou indenizações e territórios do país que negou-se a ceder e foi invadido. O Kuwait que comercializava petróleo para as grandes potências recebeu a apoio destas, que não estavam interessadas que o Iraque controla-se os poços petrolíferos deste país e saiu-se “vitorioso”.

Em 2001 ocorreu também a guerra americana no Afeganistão que foi bombardeado sob o pretexto de abrigar líderes terroristas.

Lá no ano de 2003 ocorre a guerra anglo-americana no Iraque que culmina com a derrubada do ditador Saddam Hussein do poder e a instauração de “uma democracia”. Os americanos foram contra o veto dos outros países que fazem parte do CS e atacaram os iraquianos defendendo a tese de que estes produziam armas de destruição em massa, que até hoje não foram encontradas. As tropas americanas ainda ocupam o território iraquiano. Segundo Jornal Correio do Povo, esta guerra já custou U$$ 20.000.000 e algumas baixas aos americanos.

Todas essas guerras tiveram o apoio direto ou indireto dos americanos, que possuem interesses geopolíticos em todo o Oriente Médio, a começar pelo estado de Israel. O país é uma potência militar e encontra-se com seu litoral no Mar Mediterrâneo, sendo um centro estratégico para os EUA na região. Além disto, os EUA possuem interesses no controle das reservas petrolíferas da região (energia), responsável por movimentar a economia mundial e manter o dólar como moeda base.



CHECHÊNIA

A Chechênia é uma República autônoma localizada no Cáucaso, região montanhosa sendo um dos limites entre o Continente Europeu e o Asiático. A religião predominante é a Islâmica. A maior parte da população é de etnia Chechena, mas existem minorias Ilguchétia e Russa. Desde 1830 os Russos dominam a área e os chechenos resistem à invasão. Em 1920 a Chechênia foi incorporada à URSS. Em 1934 a Chechênia e a Ilguchétia se unem em uma província formando uma República.

Em 1945 os chechenos são acusados de colaborar com os alemães na Segunda Guerra Mundial. Com esta acusação, Stálin dissolve a República.

Com o fim da URSS em 1991, a Checheno-inguchétia proclama a independência, mas os russos não a reconhecem, pelo fato do Cáucaso ter enorme importância econômica e estratégica para a Rússia. Lá se encontram seus interesses petrolíferos e as linhas de defesa da sua fronteira meridional. Conseqüentemente inicia-se o conflito.

Em 1994 o presidente russo Boris Ieltsin ordena a invasão da Chechênia, em 1995 é determinada a intervenção militar para restaurar a autoridade de Moscou.

A primeira Guerra da Chechênia terminou com uma humilhante derrota chechena para as forças russas em 1996. Tendo como saldo 40 mil mortos, mais de 500 mil desabrigados e várias cidades completamente destruídas. Pelo acordo Khaasavyurt é negociado um cessar-fogo.

O governo russo denunciou que o governo checheno não conseguiria controlar as gangues e o crime organizado, além dos conflitos étnico-religiosos. Em 1999, o então Primeiro ministro Russo, Putin, deu início a uma nova ofensiva, uma operação antiterrorista, em contra-partida a uma onda de ataques terroristas. Em Moscou um atentado matou quase 300 civis russos; simultaneamente, outros atentados ocorriam, como a ocupação de um hospital que provocou a morte de 120 pessoas.

Em 2003 houve a invasão de um teatro em Moscou matando mais de 150 pessoas. Em resposta a Rússia atuou com operações de bombardeios sobre os refúgios montanheses dos chechenos.

Sem haver a mínima esperança de paz, a ocupação da Chechênia pela Rússia continua. Os separatistas permanecem lutando, com atos de violência cada vez maiores, matando todos os dias mais inocentes, onde ninguém consegue prever quando esta guerra terá seu fim.



A ÍNDIA E O PAQUISTÃO NA DISPUTA PELA CAXEMIRA

A Índia é uma potencia regional e seu poder nesta região da Ásia é contestado pelo Paquistão. O conflito entre estes dois vizinhos tem raízes profundas. Sua causa vem desde o processo de Imperialismo realizado pelos europeus durante o Século XX na África e na Ásia. A origem do conflito entre Índia e Paquistão é o agrupamento, em uma mesma colônia, de grupos étnicos e religiosos.

O Império Britânico se apossou da Índia em 1763, com o conflito denominado Guerra dos Sete Anos. Neste período a região mantinha uma certa autonomia política. A partir de 1848, a Inglaterra impôs uma administração Britânica na região, construindo estradas, organizando missões políticas e religiosas, afetando assim, os costumes locais e destruindo a tradicional industria têxtil que não consegui competir com a industria inglesa.

A presença britânica e as alterações que elas provocaram na sociedade local, causaram revoltas e o despertar do nacionalismo indiano. Em 1876, a índia se tornou área do império britânico.

O processo de descolonização levou o Reino Unido a deixar a região em 1947. Então a colônia da Índia Britânica se divide em dois países que ocuparam áreas segundo a presença majoritária de indivíduos de cada religião. Surge assim, a Índia (estado Hindu). e o Paquistão (Estado Islâmico).

As tensões entre estes indianos e paquistaneses começaram logo após a retirada dos britânicos. Hindus que viviam no Paquistão fugiram para a Índia e o mesmo ocorreu com os muçulmanos que viviam em terras indianas. O número de pessoas que deixaram suas casas foi de mais de 10 milhões e cerca de 1 milhão de pessoas morreu no processo.

Uma das principais causas do conflito atualmente é a posse das terras da Caxemira. Das três guerras entre os dois países, duas foram pelo controle desta região montanhosa localizada no norte da Índia e que faz fronteira com o Paquistão e com a China. Nesta região o exercito indiano e rebeldes separatistas se enfrentam. A região é habitada na sua grande maioria por muçulmanos (78%), mas são os indianos que controlam maior parte da região.

O conflito serviu para militarização da fronteira entre os dois países e para uma corrida armamentista. Ambos países já tem armas nucleares. Agravando ainda mais a tensão, junto com o apoio chinês ao paquistanês.



TIMOR LESTE

O Timor Leste, mais jovem país do mundo, é uma ilha localizada no extremo leste do grupo de ilhas que formam a Indonésia. As únicas fronteiras territoriais que o país possui ligam-se à Indonésia.

Como a maioria das ex-colônias portuguesas, o Timor se tornou independente em 1975 após a Revolução dos Cravos, passando a governar a ilha a Frente Revolucionária do Timor que proclamou a República. Porém a independência durou pouco. Tropas Indonésias invadiram a ilha, que com apoio norte-americano avançava suas fronteiras.

Os Indonésios iniciaram forte repressão aos que se opunham à ocupação. Uma política de genocídio resultou em um longo massacre de timorenses provocando a morte de 200 mil pessoas e a destruição de centenas de aldeias pelos bombardeios. Com a fome e o enfraquecimento dos opositores a Indonésia anexa o Timor completamente. A anexação não é reconhecida pela ONU, nada foi feito para proteger o direito de autodeterminação do povo do Timor.

Em 1999, após anos de lutas internas, a ONU propõem ao governo Indonésio um plebiscito que seria supervisionado por seus agentes. O resultado foi quase 80% a favor da independência do país.

Percebendo que o Timor Leste estava prestes a conquistar a independência, a ala radical do exército indonésio recruta e treina milícias armadas locais para espalharem o terror entre a população. Homens armados matam nas ruas pessoas suspeitas de terem votado pela independência, cerca de 200 mil mortos. A população começa a fugir para as montanhas buscando refúgio

A ONU conseguiu junto ao governo de Jacarta que tropas internacionais de Paz atuassem no país. O acordo somente foi concretizado após a decisão dos EUA de suspender a cooperação militar e a venda de armas à Indonésia e o anúncio do Fundo Monetário Internacional de cortar a ajuda financeira ao país.

Desde então tropas da ONU formadas por soldados australianos, brasileiros, ingleses, franceses portugueses ocupam e protegem a ilha. Um administrador da ONU comanda o país com ajuda de um conselho local.



ANGOLA

Angola era uma colônia portuguesa e tornou-se independente em novembro de 1975, desde então, o país está envolvido numa guerra civil que opõe o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola), partido de cunho marxista que assumiu o poder, à Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola).

O MPLA e a Unita assinaram em Lusaka (capital da Zâmbia), em novembro de 1994, um acordo. Para implementá-lo, o ONU organizou uma missão de paz, que incluía a participação do Brasil. O não-cumprimento do acordo levou à continuação da guerra interna.

Durante a Guerra Fria e por causa dos enfrentamentos ideológicos de então, a Unita recebeu apoio dos EUA, da França e da África do Sul. Hoje, o MPLA domina as reservas de petróleo do país e a Unita, as regiões produtoras de diamantes.

Em 1998, o reinicio da guerra entre a Unita e as forças do governo frustrou a repatriação de cerca de 220 mil angolanos refugiados em outros países e forçou 1,5 milhões a deixar suas casas. Os confrontos deixaram cerca de 500 mil mortos e 10 milhões de minas no território.



Conflito na Irlanda - Católicos e Protestantes

Em Dezembro de 1921, o governo londrino foi forçado a negociar e colocar fim à guerra de independência anglo-irlandesa. Por esse acordo separava-se a Irlanda em duas regiões distintas: a Irlanda do Norte (seis condados) da Irlanda do Sul (26 condados), que passava a se denominar Estado Livre da Irlanda e posteriormente, República da Irlanda ou Eire. A Irlanda do Norte ou Ulster continuou a fazer parte do Reino Unido, mas teria liberdade de escolha, ou seja, agregar-se ou não ao novo Estado. O Ulster, de maioria protestante, era leal à coroa inglesa e não tinha, e não tem, mínimo interesse na unificação com o Eire de maioria católica.

A Inglaterra continuou a aceitar a possível unificação, mas declarava que em nenhum caso a Irlanda do Norte (Ulster - protestantes) deixaria de fazer parte dos domínios britânicos sem o consentimento de seu próprio parlamento. Mas, a minoria católica do Eire, confinada a uma situação social e política discriminatória, passa a organizar um Movimento em prol da anexação. Esse movimento é formado e estruturado com base na criação de organizações clandestinas e terroristas, já que por vias pacíficas se tornava impossível diante do monopólio parlamentar em mãos protestantes.

Desde então, principalmente após a década de 1960, a divisão da Irlanda permanece um foco de tensão, tornando a região palco de violentos distúrbios provocados pelas reivindicações da minoria católica pró-unificação.

A existência de uma só Irlanda não é interessante para os protestantes, pois se tornariam minoria, daí o motivo de serem contra.

A luta contra o separatismo é disputada entre vários partidos, prós e contras. Alguns legalmente constituídos, outros clandestinos que combinam estratégias políticas e/ou militar-terrorista. A violência dessa disputa levou o governo britânico, em 1972, a intervir militarmente e assumir diretamente as funções políticas na região do Ulster.

Em 1993, os primeiros-ministros da Grã-bretanha e da Irlanda do Norte assinaram uma declaração conjunta admitindo o direito da população da Irlanda do Norte de escolher o seu destino através de um plebiscito em que a população norte-irlandesa possa optar por permanecer integrada ao Reino Unido ou juntar-se à Irlanda. A minoria católica não aceita. A luta continua.

São esses os principais partidos ou organizações que se enfrentam na defesa de seus interesses:



§ Sinn Fein ("Nós Mesmos") - partido político irlandês católico. Apoiou a campanha de violência do IRA contra alvos britânicos. Tem como objetivo unificar toda a Irlanda, descartando a interferência inglesa.



§ Partido Unionista do Ulster -o maior partido protestante da Irlanda do Norte e defende a manutenção da província como parte do Reino Unido.



§ Exército republicano Irlandês – IRA. Organização clandestina, representante dos católicos, que através de atos terroristas tenta acabar com o separatismo entre os dois setores irlandeses. Nos últimos tempos tem tentado assumir posições mais pacifistas, o que tem gerado dissidências.



§ O IRA Autêntico é o principal grupo republicano dissidente da Irlanda do Norte. A organização surgiu em outubro de 1997 como uma dissidência do IRA e é formado por membros do IRA histórico que se sentem frustrados com a diminuição dos ataques na província.



§ Partido Social Democrático e Trabalhista da Irlanda do Norte, representante da comunidade católica de linha moderada.



§ Partido Unionista Democrático - DUP - é o segundo maior partido na Irlanda do Norte entre os que defendem a permanência da província no Reino Unido. Assume uma posição contrária a qualquer tipo de concessões à comunidade católica.



A Questão Basca

A origem do povo basco é desconhecida e possui mais de 5 mil anos de história.
A língua falada pelo povo é uma língua isolada e muito antiga, provavelmente uma evolução da língua dos primeiros povos que migraram para a Europa. Há ainda estudiosos que tentam ligá-lo a línguas africanas e ao idioma dos etruscos. É uma língua falada ou compreendida por pelo menos 800.000 pessoas.

Os bascos ocupam regiões da Espanha e da França. Hoje existem cerca de 500 mil bascos habitando quatro províncias espanholas (Vizcaya, Guipuscoa, Alava e Navarra) e três francesas (Labourd, Baixa Navarre e Soule).

No final da década de cinqüenta, surgiu na Espanha uma organização nacionalista denominada
(ETA - Euskadi Ta Azkatasuma - Pátria Basca e Liberdade) com o objetivo de defender a autonomia do povo basco. Exigiam e exigem a criação de um Estado Basco em terras do norte espanhol e parte da França.

Sua estratégia é utilizar atentados de caráter terrorista para atingir seus objetivos. Depois da morte de Franco (1975), com o processo de redemocratização na Espanha, os Bascos ganharam uma certa autonomia, mas a exigência de um Estado Nacional Basco livre e autônomo não permitiu que a paz retornasse á região.

Atualmente, intensificaram os atentados violentos a bomba e assassinados de autoridades espanholas no intuito de chamar a atenção da opinião pública mundial sobre seu movimento e forçar uma decisão política que atenda seus objetivos.



A Questão russa

Em 1991, as 15 repúblicas Soviéticas organizaram um plebiscito para decidir a separação da URSS e conseqüentemente, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, e outras se tornariam países independentes. A população soviética votou maciçamente contra a separação. Mas Boris Yeltsin, apoiado pelos EUA, logo que assumiu o poder, deu inicio ao processo de desagregação.

Auxiliadas pelos países ricos do G7, essas ex-repúblicas se tornaram independentes e se afastaram da Rússia. Acabaram se tornando dependentes economicamente e militarmente dos EUA.
Armadas, endividadas, seduzidas pelo capital ocidental, navegando sobre um leito de petróleo, procuram ampliar e defender sua área geográfica gerando inúmeros conflitos fronteiriços e separatistas na região.

A área do Mar Cáspio é rica em petróleo e gás natural e, por coincidência é exatamente aí que se situa as ex-repúblicas mais cobiçadas, como, Cazaquistão, Azerbaijão e Geórgia. O petróleo produzido vem sendo transportado por oleodutos que passa pela Chechênia e pela Rússia em direção a Novorossysk no Mar Negro.

Essa situação não é confortável para os EUA e os países ricos ocidentais que já controlam mais de 50% dos investimentos petrolíferos na Bacia do Cáspio. Portanto, Washington está buscando outras rotas. A intenção é contornar a Rússia, e a proposta é um oleoduto que cortaria a Turquia em direção ao Mar Mediterrâneo.

Existem suspeitas de que os conflitos na Tchetchênia, Ossétia do Sul, Armênia, Abkhazia e outros fariam parte de uma conspiração orquestrada pelos EUA para dividir a região e torná-la mais facilmente manipulável.



a Reunificação das Coréias

Na passagem da Idade Média para moderna, a região onde hoje se situa a Coréia era disputada por chineses, mongóis, japoneses e russos. Na primeira metade do século XX, a Coréia fica sob domínio dos Japoneses.

Com a rendição japonesa em 1945, a península Coreana é dividida em duas zonas de ocupação - uma norte-americana, no sul, e outra soviética, no norte. A partir de 1948, as duas regiões se convertem em Estados: Coréia do Norte e Coréia do Sul. A primeira adota o regime comunista e a segunda mantém uma orientação do tipo capitalista. Entre 1950 e 1953, os dois lados entram num conflito armado, onde se envolvem outras potências: EUA e China. Uma trégua é assinada em 1953 criando uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias, mas sem solução definitiva para as divergências.

As duas continuam tecnicamente em guerra, pois nunca assinaram um acordo de paz.

No momento, as duas Coréias tem feito tentativas de aproximação visando uma possível unificação: eliminação de embargo comercial de ambos os lados; suspensão de parte do programa nuclear em troca do abrandamento das sanções dos EUA; negociações entre o Estado norte-coreano e empresas da Coréia do Sul, para a implantação de indústrias, a exploração do turismo e a produção de energia nuclear com fins pacíficos.

A Coréia do Sul capitalista é muito superior em desenvolvimento econômico em relação á Coréia do Norte Comunista. O PIB da primeira chega a superar 20 vezes ao da segunda, o que deve dificultar a situação.



A Guerra do Golfo pérsico

Em 1990, o presidente do Iraque Saddam Hussein acusou o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao produzir e vender mais do que a cota estabelecida pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prejudicando a economia iraquiana. Exigia, ainda, que o Kuwait perdoasse uma dívida de US$ 10 bilhões contraída durante a guerra contra o Irã e o pagamento de uma indenização de mais de US$ 2 bilhões, com a alegação de que os kuwaitianos retiraram petróleo iraquiano na região fronteiriça de Rumaila.

Em 02 de agosto de 1990, o Iraque invade o Kuwait. Forças coligadas de 28 países sob a liderança dos Estados Unidos bombardeiam Bagdá, iniciando a Guerra do Golfo. O Iraque se rende em fevereiro de 1991.

A ONU decidiu impor uma série de embargos, com o objetivo de assegurar-se do desarmamento do Iraque; os Estados Unidos estabeleceram uma zona de exclusão dentro do Iraque, para proteção das minorias curdas. Nesta zona de exclusão, o Iraque deixa de ter soberania e, ainda mais, alguns outros embargos, econômicos e políticos. O conflito ainda não terminou, apesar de mais de uma década que passou. Imposições políticas e econômicas dos vencedores estão destruindo o país. A miséria é crescente. Os Estados Unidos através de sabotagens, bombardeios e apoio à oposição iraquiana, tentavam enfraquecer Saddam Hussein até sua captura, quando se encontrava escondido num túnel secreto no Iraque.



A Questão Balcânica

Desde a II Guerra Mundial (1939-1945), o mundo não testemunhava matança igual á promovida na Península Balcânica de Sérvios, Croatas, Bósnios, e Kosovares.

Após a Primeira Guerra Mundial, para não se submeterem ás potências maiores, as regiões balcânicas, situada a sudeste da Europa resolvem se unir constituindo-se na Iugoslávia ("Eslavos do Sul"), congregando sete povos: sérvios, croatas, eslovenos, macedônios, montenegrinos, Bósnia-Herzegovina e os albaneses.

A Iugoslávia ficou, então constituída por seis repúblicas: Sérvia, Eslovênia, Croácia, Bósnia -Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Uma verdadeira colcha de retalhos étnico-religiosa: cinco povos, quatro línguas, dois alfabetos, três religiões (católicos, Ortodoxos e Mulçumanos).

Os governantes promoveram a essa orquestra desafinada a aparência de uma unidade, mas, na verdade, as diferenças culturais e religiosas ficaram apenas adormecidas. Com o passar do tempo, a Iugoslávia foi gradativamente se diluindo, até a chegada ao poder do comunista, de Soblodan Milosevic em 1987. Após esse período, os Bálcãs voltaram a ser o foco de crise na Europa, repetindo as cenas de violência praticadas no início do século.

O principal conflito ocorreu na região de Kosovo, uma província que tem uma composição étnica e religiosa diferente da maioria da Iugoslávia. Os kosovares são de origem albanesa e muçulmana, enquanto os sérvios são cristãos ortodoxos.

Mais de 90% da população de Kosovo é origem albanesa. Buscando a separação dos sérvios e sua própria autonomia, iniciaram um movimento.

Milosevic afirmava que considerava Kosovo, o berço do nacionalismo sérvio e argumentava que queria evitar que a Iugoslávia perca mais territórios. E por tais razões, não queria ceder liberdade ao povo kosovar.

A OTAN, alegando motivos humanitários e buscando evitar uma limpeza étnica para expulsar os kosovares, interviu na guerra. Milosevic foi derrubado do poder devido acusações de crimes de guerra e genocídio durante conflitos em Kosovo, Croácia e Bósnia.



Colômbia - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)

A FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) surgiu em 1964, sob a liderança de Manuel Marulanda Vélez, cujo verdadeiro nome é Pedro Antônio Marín. Atualmente possui aproximadamente 15.000 militantes. A princípio de tendência liberal, Marulanda, logo se engajou no Partido Comunista e se tornou o chefe das FARC.

São constituídos por diversos grupos político-militares que lutam nos meios rurais por uma mudança de regime que derrube a classe dominante que, segundo eles, é reacionária e aliada a uma minoria privilegiada. "Lutamos pelo estabelecimento de um regime político democrático que garanta a paz com justiça social, o respeito aos Direitos Humanos e um desenvolvimento econômico com bem-estar para todos os que vivem na Colômbia".

Em sua maior parte, esses grupos cultuam a ideologia comunista, mas sem respeitar os conceitos básicos dessa doutrina. A estratégia é a revolução armada.

Por várias vezes foram tentadas formas de pacificação e entendimento entre as FARCs e o governo, mas sem sucesso.

O governo liberou aos rebeldes uma área desmilitarizada de 42 mil quilômetros no sul do país que posteriormente levou a denominação de "Farclândia" para servir de sede para as negociações de paz. Essa concessão, no entanto não produziu o resultado esperado. Ações violentas dos rebeldes, que culminaram com o seqüestro de um avião e a captura de um senador, fizeram com que o presidente Andrés Pastrana, em Fevereiro de 2002, rompesse o processo de paz e iniciasse uma ofensiva contra os guerrilheiros das FARCs.

Alguns analistas apontam uma outra dificuldade em acabar com esse movimento. Com o passar do tempo, laços de interesses foram criados entre alguns grupos de traficantes, produtores de drogas e membros das FARCs. Essa ligação tornou o movimento, um tanto quanto rentável. Segundo esses analistas, a conotação político-ideológica, seria apenas uma estratégia que encobre o verdadeiro objetivo: lucrar com o tráfico.

Outro aspecto interessante a se destacar é a existência de grupos paramilitares de direita (a principal delas é a AUC - Autodefesas Unidas da Colômbia), não apoiados oficialmente pelo governo e lutam contra os grupos de esquerda por controle de territórios. Esses grupos de esquerda ou direita levam terror á população das regiões colombianas. Se derem proteção à guerrilha de esquerda, são punidos pelos da direita e vice-versa. Se assumirem posição de neutralidade, são punidos pelos dois grupos.



Movimento Zapatista - México

Em 1 de janeiro de 1994, (quando entrava em vigor o acordo assinado pelo México, o Tratado de Livre Comércio - NAFTA - com os E.U.A) o líder rebelde, "Subcomandante Marcos", diante do prédio da prefeitura de San Cristovan, região de Chiapas, leu a Primeira Declaração da Selva Lacandonica (sub-região de Chiapas). Este documento era uma declaração de guerra ao governo neoliberal de Carlos Salinas Gortari e exortava os poderes do Estado para que restaurassem a legalidade e estabilidade e que fosse deposto o ditador. Reivindicavam trabalho, alimentação, saúde, terra, teto, educação, independência, liberdade, democracia, justiça e paz.

Paralelo ao manifesto, os militantes do EZLN, utilizando armas obsoletas, invadiram e tomaram várias cidades em Chiapas, mantendo-as ocupadas até hoje com governos autônomos escolhidos por eles.

Ao todo, as comunidades indígenas de dez Estados da federação deram seu apoio ao movimento.

Organizados no Exercito Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), os indígenas e camponeses, passaram a lutar contra o governo mexicano, responsabilizando-o pela exclusão e marginalização da população pobre do país.

No México, calcula-se, exista aproximadamente 10 milhões de indígenas de etnias diversas e outros 20 milhões de pessoas da mesma origem vivendo em condições de pobreza e de quase indigência.

A denominação "Zapatismo ou Zapatista" é uma homenagem a um líder camponês do início do século XX, Emiliano Zapata, que conduziu os camponeses e indígenas a uma luta de reivindicação por direitos básicos. Acabou traído e assassinado por um grupo de governantes que havia chegado ao poder com seu apoio.

Além do grupo Zapatista, existem, no México, outros movimentos guerrilheiros atuantes que lutam pelos mesmos objetivos. A Organização Independente dos Povos Unidos de Huasteca (OIPUH); O Exercito Popular Revolucionário (EPR) que milita no Estado de Guerrero; O Exercito Unsurgente Revolucionário do Sudeste (EIRS) no Estado de Oaxaca e outros grupos menores. Ao lado destes, atuam ainda grupos paramilitares apoiados pelo governo com o objetivo de desestabilizar esses movimentos reivindicatórios, pressionando-os a se entregar e desistir de sua luta. Estes grupos paramilitares, cercam as cidades onde atuam o EZLN impedimento a chegada de alimentos e medicamentos, fechando escolas, postos de saúde, prejudicando o abastecimento de água e energia, etc.

O "líder" do movimento Zapatista é o Subcomandante Marcos, um codinome que o permite atuar anonimamente. Já ocorreram várias tentativas para matá-lo e/ou denegrir sua imagem, mas sem muito sucesso. Seu rosto não é conhecido, mas sabe-se que seu nome é Rafael Guillér.

MUNDO GEO - Universidade Federal de Santa Maria

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