terça-feira, 26 de junho de 2012

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Análise - Ambição baixa de conferência reflete indefinição global
CLAUDIA ANTUNES


A Rio+20 evitou detalhar agora o conteúdo do que seria uma "economia verde inclusiva". Era irrealista esperar mais do que isso, quando há crise nos países ricos, campanha eleitoral nos EUA e transição na ordem global -os emergentes têm maior força econômica, mas bolsões de subdesenvolvimento.
Sinal do momento é que a que a delegação dos EUA, ainda a superpotência, evitou exposição pública no Rio. Nos bastidores, trabalhou para aguar o acordo.
Desenvolvimento sustentável pode ser um termo surrado, mas não é um desafio corriqueiro. Como disse o chefe do programa ambiental da ONU, Achim Steiner, ele exige dos ricos que descasem desenvolvimento e consumo e dos demais que cresçam de modo "verde".
O barulho midiático das ONGs cumpre o papel de pressionar os poderes. Mas o fato de que acreditem ter soluções não significa que podem substituir decisões de governos, em especial os eleitos democraticamente.
Se coubesse aos ambientalistas definir metas obrigatórias para o mundo, é improvável que houvesse acordo. Para citar uma divergência, só parte deles aceita mecanismos de mercado para compensar emissões de carbono.
O governo Dilma chegou à Rio+20 desgastado com ativistas, por causa do Código Florestal e de Belo Monte. Diante da cacofonia de protestos, quis reduzir os danos num ambiente muito menos controlável que o Planalto.
Enquadrou as críticas do secretário-geral da ONU e antes fez questão de um acordo antes da chegada dos chefes de Estado. Acabou dando às ONGs mais tempo para expressar descontentamento. Há quem argumente que megaconferências são ineficazes. Mas são reuniões como esta que dão legitimidade a instâncias mais restritas.
Folha de S. Paulo

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