Publicação propõe medidas de precaução para o sustento da pesca e a
preservação dos grandes ecossistemas marinhos, como forma de garantir a
segurança alimentar das populações costeiras
PNUD
O aquecimento das águas superficiais dos oceanos limita o
movimento de nutrientes e pode resultar em diminuição da produção de peixes,
afetando a vida de bilhões de pessoas. A conclusão é de um recente estudo
publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre
os efeitos das mudanças climáticas nos grandes ecossistemas marinhos e nos
recursos costeiros.
As projeções de longo prazo publicadas no relatório indicam
que a limitação do movimento ascendente dos nutrientes das águas mais profundas
e frias (conhecido como ressurgência) afetará os grandes ecossistemas marinhos
(GEMs) dos países em desenvolvimento situados em latitudes mais quentes da
Ásia, África e América Latina. Nestas regiões, é alta a dependência de recursos
costeiros para segurança alimentar e outros meios de subsistência.
O relatório intitulado Toward Recovery and Sustainability of the World’s Large
Marine Ecosystems during Climate Change (Rumo à Recuperação e
Sustentabilidade dos Grandes Ecossistemas Marinhos do Mundo durante as
Alterações Climáticas), observa que entre 1982 e 2006, as temperaturas da
superfície do mar aumentaram em 61 dos 64 GEMs. Em cerca de um terço das áreas
cobertas por esses ecossistemas, a temperatura está aumentando de duas a quatro
vezes mais rápido do que as tendências de aquecimento global relatadas pelo
Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática.
Embora as taxas de pesca de captura estejam aumentando em
águas mornas, o tamanho médio dos peixes está em declínio. Este efeito sobre a
população reprodutora pode resultar no colapso de outras espécies de peixes. Em
função disso, o relatório recomenda que são necessárias providências para
estabelecer níveis de captura sustentáveis para a pesca em latitudes mais
quentes. Além disso, o estudo propõe medidas de precaução que devem ser tomadas
imediatamente para sustentar a pesca marinha, restaurar e proteger os habitats
costeiros, incluindo importantes sumidouros de carbono, e reduzir a carga de
poluição.
“A mudança climática é uma questão global muito importante e
crítica. Sem ação, a mudança climática poderia anular décadas de progresso no
desenvolvimento destes países e minar os esforços para a promoção do desenvolvimento
sustentável”, disse Veerle Vandeweerd, Diretora do Grupo de Meio Ambiente e
Energia do PNUD, em Nova York.
A publicação foi lançada durante a Conferência sobre
Mudanças Climáticas (COP 17) realizada recentemente em Durban, na África do
Sul. Também contribuíram para
o relatório as seguintes instituições: Gordon and Betty Moore
Foundation, International Union for Conservation of Nature, US National Oceanic
and Atmospheric Administration e Global Environment Facility.
Grandes ecossistemas marinhos (GEMs) são regiões
extensas do espaço oceânico (acima de 200.000 km2) que abrangem as zonas
costeiras das bacias e estuários. Os limites geográficos dos GEMs são definidos
pelos contornos continentais e pelas correntes costeiras oceânicas.
São regiões relativamente grandes caracterizadas por distintas batimetrias, hidrografias, produtividades e populações troficamente dependentes. Em uma escala global, 64 grandes ecossistemas marinhos sustentam a maioria da pesca marítima do mundo e estão sendo prejudicados pela poluição costeira, pesca predatória, espécies invasoras e degradação do habitat.
São regiões relativamente grandes caracterizadas por distintas batimetrias, hidrografias, produtividades e populações troficamente dependentes. Em uma escala global, 64 grandes ecossistemas marinhos sustentam a maioria da pesca marítima do mundo e estão sendo prejudicados pela poluição costeira, pesca predatória, espécies invasoras e degradação do habitat.
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