Emissão de gases-estufa no Brasil cai 38,4% em cinco anos
Puxado pela queda significativa no desmatamento na região amazônica, o Brasil conseguiu reduzir em 38,4% a emissão de gases do efeito estufa entre 2005 e 2010, segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira (5) pelo governo federal.
Os números são imprecisos, pela dificuldade natural de medição, em escala nacional, da quantidade de gases emitidos por indústrias e pelo setor agropecuário, por exemplo.
Por isso, oficialmente o governo nem chama os dados de "índice", mas de "estimativa". A margem de erro pode chegar a 15%, dependendo do tipo de fonte emissora dos gases do efeito estufa.
Os últimos dados do tipo, divulgados pelo governo, eram de 2005. Em 2009, o Brasil assumiu o compromisso voluntário de reduzir, até 2020, em até 38,9% o projetado para aquele ano em relação à emissão de gases causadores do efeito estufa.
Apesar do estado "muito avançado" do Brasil, como definiu o secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, os números indicam que as reduções se limitaram ao universo das florestas.
Nas emissões geradas pela queima de combústiveis fósseis e pela indústria do petróleo e gás natural, por exemplo, houve um aumento de 21,4% na quantidade de gases na atmosfera - dobrando sua participação no total de emissões brasileiras.
Na agropecuária, setor que vem puxando pra cima o PIB brasileiro, houve aumento de 5,2% --índice quase igual aos 5,3% de outros setores industriais, como siderurgia e mineração.
O governo, no entanto, afirma que, apesar dos aumentos, eles cresceram menos do que vinha sendo projetado.
DESMATAMENTO
Mais cedo, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) confirmou indicação dada em novembro, de que o desmatamento na Amazônia, em 2012, foi o menor desde que o governo começou a medi-lo.
O dado consolidado, medido pelo sistema Prodes, com satélites de alta resolução, aponta um desmatamento de 4.571 km² (equivalente a três cidades de São Paulo).
No ano anterior, o índice era de 6.418 km² --uma redução de 28,8%.
Folha de S. Paulo
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