A operadora da usina nuclear de Fukushima admite pela primeira vez a possibilidade da água subterrânea contaminada estar chegando ao oceano
TÓQUIO (Reuters) – A operadora da usina nuclear de Fukushima declarou na segunda-feira, [dia 21 de julho], que água contaminada do solo provavelmente está indo para o mar, reconhecendo esse vazamento pela primeira vez.
A Tokyo Electric Power Co., ou Tepco, fez o anúncio um dia após o Partido Liberal Democrático – que é pró-nuclear – do Primeiro Ministro Shinzo Abe e seu parceiro da coalizão júnior conseguirem uma vitória decisiva nas eleições para a Alta Câmara, garantindo sua permanência no poder.
O chefe da Autoridade de Regulação Nuclear do Japão, criada desde que o terremoto e o tsunami de 2011 destruíram Fukushima, declarou neste mês acreditar que a contaminação do mar vem ocorrendo desde o acidente.
Mas a Tepco já tinha fracassado anteriormente em confirmar o vazamento de água do solo mais de dois anos após o pior acidente nuclear da história desde Chernobyl, em 1986.
“Nós gostaríamos de oferecer um profundo pedido de desculpas por preocupar muitas pessoas gravemente, especialmente em Fukushima”, declarou Masayuki Ono, administrador geral da Tepco, a uma conferência de imprensa durante uma transmissão na rede pública de televisão NHK.
De acordo com a Tepco, com base nos testes de amostras de água, qualquer impacto do vazamento pareceu ser contido por cercas de silte erguidas perto dos reatores devastados.
A empresa já está injetando silicato de sódio em parte da parede marítima que separa o oceano da usina para evitar que a água do solo passe por ela. A Tepco declarou que pretende solidificar uma parte maior da parede marítima com o químico.
O terremoto e o tsunami de março de 2011 desligaram sistemas de refrigeração da usina de Fukushima, provocando derretimentos e o vazamentos radioativos, contaminação alimentar e evacuações em massa.
Neste mês a Tepco reconheceu que os níveis de radiação na água do solo dispararam, sugerindo que materiais altamente tóxicos da usina estão se aproximando do Pacífico.
(Reportagem por Kiyoshi Takenaka; Edição por Ron Popeski)
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